Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Narguilé equivale a 100 cigarros



100 vezes mais potente que cigarro, narguilé vira moda entre jovens brasileiros e acende alerta no governo.

O cheiro agradável das essências usadas no narguilé e o jeito mais charmoso de fumar estimulam os jovens a usá-lo, mas a diversão tem efeitos danosos ao organismo. Médicos dizem que ele é cerca de cem vezes mais potente que um cigarro comum, um fato que chamou a atenção de governos estaduais e federais, preocupados com o acesso precoce ao tabagismo.

De origem oriental, o narguilé é, de maneira simplificada, um cachimbo de água. O ar aquecido por carvão passa pelo fumo e resfria no líquido antes de ser aspirado - e eliminado em seguida - pelo usuário. O fumo, também conhecido como essência, é composto de tabaco e frutas ou aromatizantes.

Segundo a coordenadora de fiscalização da Lei Antifumo da Vigilância Sanitária no Estado de São Paulo, Elaine D'Amico, nos últimos dois anos houve um grande aumento no número de tabacarias voltadas para o uso de narguilés. "A Lei Antifumo está em vigor desde 2009, mas as tabacarias entraram no nosso cronograma de fiscalização recentemente porque percebemos um grande crescimento desse nicho", conta.

O Ministério da Saúde informou estar alerta para o uso de narguilés por jovens. Em 2015, o foco da pasta foi justamente sobre os riscos do uso de narguilé. Na época, o governo veiculou campanhas na televisão, fez trabalhos em escolas e até intervenções em shoppings.

Uma sessão de narguilé expõe o indivíduo a um período longo de contato com a nicotina. Enquanto um cigarro leva de 5 a 7 minutos para acabar e propicia de 8 a 12 baforadas, um encontro onde há narguilé dura de 20 a 80 minutos r pode render entre 50 a 200 baforadas.

A intenção é desmistificar a ideia de que seu consumo é inofensivo. Segundo especialistas consultados pela reportagem, o uso de narguilé pode causar doenças respiratórias, coronarianas e alguns tipos de câncer, como o de pulmão, boca, bexiga e leucemia.

Postado originalmente em:
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41154903

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

PNEUMONIA: MITOS & VERDADES


Autoras: Caroline Baía¹ E Natália Lisbôa² (Alunas do 7º período de medicina /UFRJ).
Supervisão e Edição: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo³

O termo pneumonia refere-se a um conjunto de doenças pulmonares que diferem entre si quanto ao agente causal, eventos precipitantes, curso, evolução e prognóstico. Pneumonia é uma das principais causas de hospitalizações no Brasil e no mundo, mas costuma responder favoravelmente ao tratamento desde que o diagnóstico seja precoce e preciso.
Diversos agentes infecciosos, como vírus, bactérias e fungos, causam pneumonia e podem atingir os pulmões por duas vias: a inalatória (traqueobrônquica) e sanguínea (sistema vascular pulmonar). Apesar de o sistema respiratório possuir inúmeros mecanismos de defesa contra agentes externos, sob determinadas condições uma variedade de micro-organismos consegue superar esse sistema de defesa e induzir infecção pulmonar.

Pneumonia pode afetar pessoas de todas as idades, previamente saudáveis ou que apresentam comorbidades, e suas complicações são mais frequentes em crianças, idosos e indivíduos com baixa imunidade.
Por apresentarem sintomas similares, gripe e pneumonia são muitas vezes confundidas. Na pneumonia, costuma haver início súbito com febre alta, dor torácica e tosse com expectoração purulenta enquanto na gripe, o quadro costuma ser mais insidioso, associado a dores no corpo e mal-estar generalizado, embora febre alta e tosse possam estar presentes. Vale ressaltar que o vírus causador da gripe também pode levar a um quadro de pneumonia grave ao comprometer os mecanismos de defesa pulmonar.


Alem dos agentes infecciosos, há também substâncias tóxicas e/ou irritantes que podem causar pneumonia, tais quais fumaça, produtos químicos e agrotóxicos. Esses produtos ao serem inalados podem agredir a mucosa pulmonar, produzir inflamação dos alvéolos e originar o quadro de "pneumonia química". Esse tipo de pneumonia pode acometer os pulmões de forma difusa, o que a diferencia dos quadros de pneumonia bacteriana, por exemplo, que costumam ser localizados. Dentre os sintomas comuns da pneumonia química, além dos já percebidos nos outros tipos, tem-se: irritação na mucosa nasal, nos olhos, nos lábios, na boca e na garganta, dor torácica difusa e desorientação.

O único ponto comum de todos os processos pneumônicos é a presença de inflamação pulmonar.

Como se prevenir da pneumonia?
Os antigripais não são suficientes para impedir a ocorrência de pneumonia. Assim, uma das maneiras mais eficazes é a vacinação. A vacina pneumocócica 10-valente deve ser administrada em crianças aos 2 e 4 meses, com dose de reforço aos 12 meses.
Já a vacina pneumocócica 23-valente é administrada durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza nos indivíduos de 60 anos, e está indicada para todos os indivíduos não vacinados que vivem acamados ou vivem em instituições fechadas, como casas geriátricas, hospitais, unidades de acolhimento ou asilos e casas de repouso.

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³ É professor do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008.