Pulmão

Pulmão
"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

O ano está acabando e é preciso relaxar: R E S P I R E


Fonte da imagem: Vida de Yoga

A respiração nos conecta com o mundo a nossa volta. Ela mostra que o corpo vive e, junto com o coração, dá o ritmo das nossas emoções. Assim, quando estamos tranquilos nossa respiração se apresenta mais leve e serena, mas quando ficamos ansiosos ou em uma situação de pânico, por exemplo, ela tende a ficar mais rápida e curta.

No entanto, da mesma forma que podemos identificar a emoção pela forma que respiramos, podemos administrar essas mesmas emoções aprendendo a respirar. É possível então controlar crises de ansiedade, por exemplo, controlando a forma como se está respirando. Assim, se uma pessoa está em crise, mas mantiver sua respiração mais lenta e ritmada, poderá relaxar gerando uma sensação de bem estar e, inclusive, reduzir o ritmo cardíaco que acompanha o ritmo respiratório.

Seguindo esse raciocínio, nossa proposta para as festas de fim de ano é que possamos refletir sobre nossa respiração, exercitá-la e nos conectar com o mundo através dela.

“Todos paramos de respirar um dia.
E se vivêssemos uma respiração por vez?
Achamos que respirar é fácil, porque é inato.
Metade do tempo, nem notamos o respirar.
Quando a respiração virou a criança problema que o restante do corpo ignora?
Pense na frase: Prenda o fôlego, você precisa prendê-lo porque perdeu o controle sobre ele. Assuma o controle da sua respiração!”
(Do filme “O que de verdade importa”)

domingo, 15 de dezembro de 2019

O impacto global da doença respiratória


O pulmão é o órgão mais vulnerável às infecções e lesões do ambiente externo, devido à constante exposição a partículas, produtos químicos e organismos infecciosos no ar ambiente. Globalmente, pelo menos dois bilhões de pessoas estão expostas à fumaça tóxica do combustível de biomassa normalmente queimado em fogões ou lareiras com ventilação insuficiente. As doenças respiratórias impõem uma imensa carga para a saúde mundial.

Um bilhão de pessoas inalam poluentes do ar exterior e um bilhão de pessoas estão expostas à fumaça do tabaco. Embora a deficiência respiratória cause incapacidade e morte em todas as regiões do mundo e em todas as classes sociais, a pobreza, a aglomeração, as exposições ambientais e, em geral, as más condições de vida aumentam a vulnerabilidade a este grupo muito grande de transtornos.

Cinco doenças respiratórias estão entre as causas mais comuns de morte em todo o mundo:

DPOC, asma, infecção aguda do trato respiratório inferior, tuberculose e câncer de pulmão estão entre as causas mais comuns de doença grave e morte em todo o mundo.



* Estima–se que 65 milhões de pessoas sofrem da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) moderada a grave, e cerca de três milhões morrem por ano, tornando–se a terceira causa de morte em nível mundial; e os números estão aumentando a cada ano;

* Estima–se que 334 milhões de pessoas em todo o mundo têm asma (4). É a doença crônica mais comum da infância, afetando 14% das crianças em todo o mundo. A prevalência de asma em crianças está aumentando;

* Estima–se que as infecções do trato respiratório inferior causam aproximadamente 4 milhões de mortes por ano e são a principal causa de morte em crianças abaixo de 5 anos. As infecções agudas do trato respiratório inferior em crianças preparam o cenário para as doenças respiratórias crônicas mais tarde na vida. As infecções do trato respiratório, causadas pela gripe, matam de 250.000 a 500.000 pessoas e custam entre 71 a 167 bilhões de dólares americanos anualmente;

* Em 2015, 10,4 milhões de pessoas desenvolveram tuberculose e cerca de 1,4 milhão delas morreram por esta infecção;

* A neoplasia letal mais comum no mundo é o câncer de pulmão, que mata 1,6 milhão de pessoas por ano e os números estão crescendo.

As doenças respiratórias representam mais de 10% de todos os anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALY), uma métrica que estima a quantidade de perda de vida ativa e produtiva devido a alguma doença, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares (incluindo o acidente vascular cerebral). Além disso, as doenças respiratórias constituem 5 das 30 causas mais comuns de morte, a DPOC é a terceira, a infecção do trato respiratório inferior é a quarta, o câncer broncogênico a sexta, a tuberculose é a duodécima e a asma é a vigésima oitava.

Em conjunto mais de um bilhão de pessoas sofrem de condições respiratórias agudas ou crônicas. A crua realidade é que, a cada ano, quatro milhões de pessoas morrem prematuramente de doenças respiratórias crônicas. Os bebês e as crianças pequenas são particularmente suscetíveis. Nove milhões de crianças com menos de 5 anos de idade morrem anualmente e a pneumonia é o a principal assassina dessas crianças a em nível mundial.

As Nações Unidas criaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em 2016 para elevar os padrões de vida globalmente. O Fórum Internacional de Sociedades Respiratórias (FIRS) faz parte de um esforço global para exigir ações a fim de combater o enorme fardo das doenças respiratórias. O FIRS afirma que aliviar esse fardo deve ser uma estratégia fundamental dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e uma exigência para que as nações alcancem esses objetivos.

Texto extraído de: OMS

sábado, 7 de dezembro de 2019

Uma em cada seis mulheres desenvolve câncer de pulmão


Texto originalmente publicado em: G1 (clique para ler mais)

Uma em cada seis mulheres desenvolve câncer de pulmão no mundo. A doença é a principal causa de morte em 28 países, afetando também pessoas do sexo masculino. Os dados são alarmantes e os números não param de crescer. Acredita-se que cada vez mais mulheres serão afetadas pela doença em algum momento da vida. De acordo com dados da Agência Internacional para a Pesquisa sobre câncer (IARC - é a agência especializada em câncer da Organização Mundial da Saúde), publicados em 2019, uma em cada seis desenvolve o mal.

A agência salienta a importância de conscientizar a população sobre o risco do tabagismo e a exposição passiva ao cigarro. De acordo com o epidemiologista Gautier Defossez, coordenador de uma pesquisa publicada em julho pelo Instituto Nacional do Câncer e de Saúde Pública na França, o estudo francês traz dados preocupantes. Segundo ele, "A situação para as mulheres mostra uma evolução do número de casos de cânceres do pulmão. O aumento da incidência é 5,3% por ano, um sinal alarmante que tem uma ligação direta com a exposição ao tabaco”.

Na França, respectivamente, o câncer de mama, o de pulmão e o colorretal são os mais comuns entre as mulheres, destaca o estudo, que levou em conta os últimos trinta anos. Cerca de 400 mil casos são diagnosticados por ano, a incidência da doença de um modo geral entre as mulheres registrou um forte aumento desde 1990. Aumento que também resulta do próprio envelhecimento da população. A alta é de 93%, mesmo que o número de mortes tenha diminuído, por conta dos progressos envolvendo tratamento e prevenção.

O câncer de mama também voltou a crescer no país em 2010 depois de uma estabilização dos casos durante o ano 2000. Diversos fatores explicam essa tendência, ressalta o relatório: alimentação inadequada e obesidade, trabalho noturno e a exposição aos chamados disruptores endócrinos, presentes, por exemplo nos inseticidas usados na indústria da alimentação. Mudanças no modo de vida têm consequências diretas na saúde das mulheres, não só na França, mas em todo o mundo. Os autores do relatório ressaltam a importância de prevenir os cânceres que podem ser evitados. Entre eles o de pulmão, na maioria das vezes, causado pelo tabagismo, o câncer do colo de útero, que pode ser curado em fase inicial, e contra o qual existe uma vacina, além do melanoma, tumor da pele desencadeado pela forte exposição aos raios ultravioletas.

No Brasil, os números também são crescentes
Por aqui também há um aumento do número de casos do câncer de pulmão feminino, explica o oncologista Rodrigo Munhoz, do hospital Sírio Libanês, mesmo não estando no topo das estatísticas. Ele afirma que: "No sexo feminino, o câncer do pulmão vem crescendo em importância, e isso está relacionado ao hábito do tabaco. Quase 90% dos casos dos cânceres de pulmão são atribuídos ao tabagismo”, diz, “mesmo que haja diferenças de hábitos entre a França e o Brasil.”

Os dados da IARC ressaltam que diferenças socioeconômicas influenciam as estatísticas em relação à doença nos países. De acordo com Rodrigo Munhoz, por aqui, infelizmente o câncer de colo uterino ainda tem um destaque muito grande. Ele fica entre segundo e terceiro lugar na maior parte do país, mas na região norte, por exemplo, se excluir o câncer de pele não-melanoma, que não entra muito nas estatísticas, o câncer de colo uterino é o principal. Justamente porque, diferentemente da França, aqui há uma dificuldade maior de acesso para realização do exame Papanicolau ou para a vacinação contra o HPV (vírus causador da doença).

O oncologista também lembra que o acesso das pacientes aos tratamentos que destroem as lesões malignas é mais restrito, o que faz com que esse câncer, seja um dos maiores em incidência e mortalidade. Ele explica que a falta de adesão populacional e a limitação de políticas bem-estruturadas dificultam a diminuição dos casos. Além disso, há um aumento do câncer entre as mulheres no país, relacionado, entre outros fatores, ao envelhecimento da população. Nesse sentido, adesão e ampliação do acesso aos tratamentos se tornam um grande desafio para a saúde no Brasil

domingo, 1 de dezembro de 2019

Brasil está entre os países com maior número de casos de DPOC


Novembro é o mês de conscientização da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC. Entre os países com maior número de casos desta doença está o Brasil, com mais de 6 milhões de pacientes com DPOC, juntamente com a China, Índia e Estados Unidos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a DPOC é a quarta principal causa de morte, depois de infarto do miocárdio, câncer e doença cerebrovascular. Entre as principais causas de morte, é a única que está aumentando, prevendo-se que se torne a terceira em 2020, devido ao aumento do tabagismo nos países em desenvolvimento e ao envelhecimento da população.

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se por sinais e sintomas respiratórios associados à obstrução crônica das vias aéreas inferiores, geralmente em decorrência de exposição inalatória prolongada a material particulado ou gases irritantes. O tabagismo é responsável por cerca de 80% dos casos da doença, incluindo os fumantes ativos ou passivos.

O substrato fisiopatológico da DPOC envolve bronquite crônica e enfisema pulmonar, os quais geralmente ocorrem de forma simultânea, com variáveis graus de comprometimento relativo num mesmo indivíduo. Os principais sinais e sintomas são tosse, dispneia, sibilos e expectoração crônicos. A DPOC está associada a um quadro inflamatório sistêmico, com manifestações como perda de peso e redução da massa muscular nas fases mais avançadas

A DPOC é um grave problema de saúde pública, acomete 10% da população adulta. Estima-se que, a cada um minuto, três pessoas morrem de DPOC no Brasil. A doença é a quarta causa de internação no Sistema Único de Saúde, sendo que, em 2018, mais de 110 mil pessoas foram internadas com o quadro nos hospitais públicos do país, totalizando 8 mil mortes, e custo total de mais de R$ 100 milhões.

Estimativas sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC têm sido baseadas primariamente nas estatísticas de mortalidade, o que configura um subdiagnóstico. A maioria dos estudos mostra que é DPOC subdiagnosticada em 72% a 93% – maior do que o relatado para hipertensão, hipercolesterolemia e muitos outros transtornos importantes. O diagnóstico incorreto é também comum. A DPOC é responsável por um enorme custo financeiro, promovendo gastos da ordem de US$ 1.522,00 por paciente por ano, quase três vezes o custo per capita da asma.

A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado são essenciais para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. Desencorajar os indivíduos a começar a fumar e encorajar os fumantes a reduzir e parar de fumar são as primeiras e mais importantes prioridades na prevenção da DPOC.

Juntamente com a remoção dos irritantes respiratórios e o tratamento precoce das infecções respiratórias, os broncodilatadores inalatórios são os medicamentos básicos que ajudam estes pacientes. Pacientes com níveis sanguíneos baixos de oxigênio podem necessitar oxigênio suplementar. A oxigenoterapia em longo prazo pode aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida em pacientes com níveis muito baixos de oxigênio. Manter a aptidão física e a atividade é importante porque a dificuldade respiratória pode levar a uma diminuição da atividade e ao subsequente descondicionamento. Portanto, a reabilitação pulmonar baseada em exercícios é importante para a maioria das pessoas com DPOC.

Leia mais em: Portal Arquivos do Ministério da Saúde