Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Doenças Respiratórias Crônicas


*Texto publicado originalmente pela OMS

Doenças respiratórias crônicas são doenças crônicas tanto das vias aéreas superiores como das inferiores. A maioria dessas doenças são preveníveis e incluem a asma, a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Representam um dos maiores problemas de saúde mundial.
Centenas de milhões de pessoas de todas as idades sofrem dessas doenças e de alergias respiratórias em todos os países do mundo e mais de 500 milhões delas vivem em países em desenvolvimento. As DRC estão aumentando em prevalência particularmente entre as crianças e os idosos. Afetam a qualidade de vida e provocam incapacidade nos indivíduos afetados, causando grande impacto econômico e social (Camargos & Khaltaev, 2006; GARD, 2008).

A rinite alérgica pode ser considerada a doença de maior prevalência entre as doenças respiratórias crônicas e problema global de saúde pública, acometendo cerca de 20 a 25% da população em geral. Embora com sintomas de menor gravidade, está entre as dez razões mais freqüentes de atendimento primário à saúde. Ela afeta a qualidade de vida das pessoas, interferindo no período produtivo de suas vidas, podendo causar prejuízos pelo absenteísmo ao trabalho e à escola. Por ser uma doença negligenciada pelos profissionais de saúde, e pelo fato de que nem todos os portadores de rinite procurem atendimento, há um sub-diagnóstico e falta de controle dos sintomas.

De acordo com o estudo (ISAAC) realizado no Brasil, a prevalência média de sintomas relacionados à rinite alérgica é de 29,6% entre adolescentes e 25,7% entre escolares, estando o país no grupo de países com as maiores taxas mundiais de prevalência, tanto em asma como em rinite. Sabe-se que asma e rinite estão frequentemente associadas, e estudos recentes comprovam que o adequado manejo da rinite favorece o controle da asma.

A asma acomete cerca de 150 milhões de indivíduos em todo o mundo. A elevada frequência em crianças observada na última década prevê o aumento da prevalência por asma nos próximos anos a não ser que sejam tomadas medidas preventivas apropriadas.

O Brasil ocupa a 8ª posição mundial em prevalência de asma, variando de 10 a 20%, dependendo da região e da faixa etária consideradas. Em 2007, foi responsável por cerca de 273 mil internações e 2.500 óbitos, dos quais aproximadamente 1/3 ocorreu em UBS, domicílios ou vias públicas, gerando um custo aproximado R$ 98,6 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Em termos mundiais, os custos com a asma superam os com a tuberculose e HIV/AIDS somados.

Estimativas sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC têm sido baseadas primariamente nas estatísticas de mortalidade, o que configura um subdiagnóstico. DPOC representa 4,8% dos óbitos por doenças respiratórias.

No Brasil, estimam-se prevalências de 7,5 milhões (5 a 10%) de portadores de DPOC. As internações por esta doença representaram um número na ordem de 170 mil admissões no último ano. O número de óbitos por DPOC variou em torno de 33.100 mortes anuais de 2000 a 2005. A DPOC é responsável por um enorme custo financeiro, promovendo gastos da ordem de US$ 1.522,00 por paciente por ano, quase três vezes o custo per capita da asma.

Leia mais em: OPAS

domingo, 20 de outubro de 2019

15 de Outubro: Dia Mundial da Lavagem das Mãos


Reprodução do texto da Paho¹

Em 15 de outubro de 2008 uma iniciativa público-privada criou o Dia Mundial da Lavagem das Mãos (Global Hand Washing Day). Uma campanha educativa pela lavagem das mãos de forma correta, com água e sabão, com o objetivo de diminuir o número de doenças e até mortes causadas por doenças infecciosas. A OPAS/OMS Brasil apóia esta iniciativa.

O foco do movimento são crianças e escolas, não apenas por serem potenciais vítimas de doenças infecciosas, mas especialmente por serem creditadas como potenciais agentes de mobilização e multiplicação para a formação da cultura de que “Mãos limpas salvam vidas”.

A iniciativa é importante, mas não é nova. Conta a história que o Dr. Ignaz Semmelweis, em 1847, ao perceber que as crianças morriam menos ao nascer quando vindas ao mundo pelas mãos limpas das parteiras e não pelas mãos sujas e ensanguentadas dos médicos da época, ficou intrigado e saiu correndo pelas ruas gritando "lavem as mãos, lavem as mãos".

Diarréia e desidratação são consideradas uma das 5 maiores causas de morte em crianças abaixo de 2 anos no mundo. Segundo a UNICEF, cerca de 5.000 crianças morrem de doenças diarreicas (desidratação) e "a metade destas mortes pode ser evitada se as crianças desenvolverem o hábito de se lavar as mãos com sabão, antes do almoço e depois de ir ao banheiro" Os meninos e meninas menores de cinco anos sofrem de doenças diarreicas de maneira desproporcional e mais de 3,5 milhões deles morrem devido a doenças relacionadas com a diarréia e a pneumonia. O simples ato de lavar as mãos com sabão pode reduzir a incidência das taxas de diarréia entre crianças menores de cinco anos e as infecções respiratórias.

Doenças respiratórias infecciosas, como a gripe, podem ser evitadas com a lavagem das mãos. É importante aderir e estimular as crianças a fazerem o mesmo.

¹Leia mais em: PAHO

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Asma e exercício físico


Asma é uma doença inflamatória crônica que se caracteriza por hiperreatividade das vias aéreas e por uma limitação ao fluxo de ar que é reversível espontaneamente ou com o uso de broncodilatadores. Apresenta-se em crises e com sintomas característicos como tosse, dificuldade para espirar e chiados no peito. São diversos os gatilhos para a asma, sendo os mais frequentes: poeira, ácaro, mofo, irritantes químicos, mudanças climáticas, infecções e exercício físico.

Ser asmático não impede o indivíduo de praticar esportes. O importante é manter a asma bem controlada e escolher com cuidado o tipo de atividade física a ser praticada. A maioria das pessoas que têm asma mal controlada terá sintomas durante o exercício. Os sintomas comuns da asma que podem ocorrer também durante o exercício são tosse, chiado, falta de ar, dor ou aperto no peito, e cansaço.

Algumas pessoas podem ter sintomas de asma somente durante a atividade física, esta forma de asma é chamada de asma induzida por exercício (ou AIE). Se o exercício desencadeia sintomas da asma ou não, vai depender do condicionamento físico, da intensidade da atividade e do ambiente em que o exercício está sendo praticado. Esportes muito intensos, como natação, futebol e corrida de longa distância são mais susceptíveis a ocasionar os sintomas de asma, mas nem sempre precisam ser evitados, pois geralmente são de fácil controle.

O ambiente influencia o aparecimento destes sintomas. Os principais fatores desencadeantes costumam ser: temperatura e umidade climática, poluição do ar, polens e fungos suspensos no ar bem como vapores químicos dispersos, como aqueles encontrados em piscinas. Os fatores desencadeantes que afetam determinado indivíduo podem ser diferentes daqueles que afetam outras pessoas.

Estar acima do peso ou não fazer exercícios físicos regularmente pode fazer uma pessoa sentir falta de ar e ser confundida, como portadora de asma de exercício. A sensação de dispneia aos esforços físicos é considerada normal para a maioria das pessoas que não estão treinadas. A falta de preparo físico faz qualquer atividade parecer mais difícil do que ele realmente é, e uma pessoa pode alcançar a fadiga mais facilmente. É preciso tempo e esforço para entrar em forma. O ideal é traçar um plano para alcançar um bom condicionamento físico de forma gradual.


Poucas vezes a asma é lembrada como causa de baixo rendimento esportivo. Em crianças que praticam atividades esportivas regulares, além dos sintomas citados acima, o baixo rendimento do treinamento em relação aos colegas pode ser um sinal de broncoespasmo induzido por esforço. Estes sintomas costumam se acentuar em épocas de clima frio e seco.

Nos atletas de alto rendimento, o broncoespasmo induzido por esforço é mais comum, mesmo em não asmáticos. Quando não diagnosticado e tratado pode contribuir para a perda de performance durante os treinos e maus resultados. A asma não deve ser um obstáculo ao bom desempenho esportivo. Atletas asmáticos bem controlados competem em igualdade com os demais.

Leia mais em: SBPT

sábado, 5 de outubro de 2019

Pneumonia é a causa mais comum de morte por sarampo


Sarampo é uma doença infecciosa aguda, de causa viral e disseminação respiratória, altamente contagiosa. Os sintomas iniciais são tosse, coriza, hiperemia conjuntival e febre, seguidos, após alguns dias, de erupções cutâneas avermelhadas (exantema), que se iniciam no tronco e duram, em média, uma semana. O período de contágio estende-se de dois dias antes de surgir o exantema a até cinco dias depois.

O sarampo é uma das mais altamente transmissíveis de todas as doenças infecciosas. Estima-se que 90% das pessoas próximas a uma pessoa doente que não estão imunes terão chance de serem infectadas. Aproximadamente 9 entre 10 pessoas susceptíveis com contato próximo a um doente de sarampo desenvolverá sarampo.

Sarampo é uma doença altamente contagiosa que pode evoluir para complicações severas e levar à morte

No sarampo, paralelamente às alterações cutâneas, podem estar presentes manifestações pulmonares e queixas neurológicas. A complicação mais comum é a pneumonia bacteriana e a gravidade da pneumonia correlaciona-se com a piora do exantema.

Aproximadamente 30% dos casos de sarampo apresentam uma ou mais complicações. São mais comuns entre crianças menores de 5 anos de idade, pessoas imunocomprometidas, gestantes e adultos maiores de 20 anos. Em torno de 5 a 10% das pessoas que se infectam pelo vírus do sarampo podem sofrer complicações como pneumonia. Cerca de 1 em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia.

Pneumonia como complicação do sarampo pode ocorrer em 3 a 4% dos casos em adolescentes ou adultos jovens. A forma primária manifesta-se como um infiltrado intersticial, envolvendo múltiplos lobos, surgindo coincidentemente com o exantema cutâneo. Frequentemente, pode haver pneumonia bacteriana secundária, que ocorre tardiamente no curso da doença, geralmente após o desaparecimento das lesões de pele. Pode haver evolução para insuficiência respiratória, necessitando de suporte ventilatório mecânico, com um índice de mortalidade de até 50% dos casos.

Pneumonia é a principal causa de morte por sarampo em crianças desnutridas e, mesmo em adultos, pneumonia viral por sarampo pode ser muito grave



No Brasil, os programas de imunização implantados nos diversos estados conseguiram um impacto muito positivo no controle dessa enfermidade, tendo havido uma redução importante de sua incidência nos últimos anos. Recentemente, entretanto, os serviços de saúde de alguns estados brasileiros começaram a reportar o surgimento de vários surtos da doença.

Não há tratamento antiviral específico. O tratamento do sarampo é sintomático e das complicações existentes. A doença confere imunidade definitiva e a prevenção com vacina é segura e eficaz.

A única maneira de evitar o sarampo é através da vacinação