Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 26 de julho de 2019

DADOS DO FUMO NO BRASIL: CAI O NÚMERO DE FUMANTES, MAS INICIAÇÃO AINDA É UM PROBLEMA


No mês de agosto teremos o Dia Nacional de Combate ao Fumo (dia 29) – trata-se de uma data marcante e que foi instituída em 1986 pela lei nº 7488 com o objetivo de conscientizar e mobilizar a população sobre os perigos do tabagismo. A data ajuda a impulsionar campanhas e é por isso que durante todo o mês vemos o tema nos noticiários e em todos os meios de comunicação.

De acordo com uma Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) publicada no início do mês de julho, houve uma queda significativa no número de fumantes em nosso país: em 2006 eram 15,7% e em 2017 esse percentual passou para 10,1%. Trata-se de uma queda significativa que é comemorada por todos as instituições que abordam o tema.

Em 2005, quando o Brasil passou a integrar a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, da Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados eram alarmantes. O país, ao integrar o programa, abraçou e implementou as ações para controle e redução do fumo em todo o território nacional. As ações prevêem uma mudança na legislação que estimula o aumento dos impostos sobre produtos fumígeros, incentiva campanhas educativas e de advertência, além de dificultar o acesso de menores aos cigarros. Esse conjunto de ações está diretamente relacionado com a redução do número de fumantes e isso é um fato.

As ações também influenciaram o percentual de experimentação, uma vez que o número de crianças e adolescentes que haviam experimentado cigarros caiu de 24% em 2009 para 19% em 2015. Não é uma queda tão significativa quanto a do número de fumantes, mas devemos lembrar que as ações da indústria do tabaco estão sempre voltadas para essa faixa etária. A indústria atua de forma agressiva e com muita atratividade - prova disso são o cigarros com cheiro e sabor, os cigarros eletrônicos com design e colorido modernos, etc.

Diante dos dados expostos, fica evidente a necessidade de manutenção, fiscalização e ampliação das ações propostas pela Convenção-Quadro, monitoramento das ações da indústria do tabaco, além da realização contínua de estudos que possam aferir os impactos do tabagismo nas diferentes esferas da vida social.

Leia mais em: Diário digital

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Rio de Janeiro tem uma das maiores taxas de incidência de tuberculose no país


Texto de: Carla Conceição dos Santos¹

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil é um dos 30 países responsáveis por 87% do total de casos de tuberculose no mundo. No ano de 2017, foram notificados 73 mil novos casos no País. O estado do Rio de Janeiro tem uma das mais altas taxas da doença. A média nacional de casos de tuberculose é de 33,5 a cada 100 mil habitantes. O estado do Rio tem praticamente o dobro, 65,7 casos a cada 100 mil pessoas.

Em 2018, os dois estados com maior casos novos de TB foram Amazonas (72,9 casos/100 mil hab.) e Rio de Janeiro (66,3 casos/100 mil hab.) cujas capitais também apresentaram os maiores números de casos, sendo de 102,6 casos/100 mil hab. em Manaus e 89,9 casos/100 mil hab. no Rio de Janeiro. Morrem no estado do Rio de Janeiro, todo ano, 800 pessoas com tuberculose. É mais que dengue, chikungunya e febre amarela juntas. E as chances de aumento nesse número são fortes, já que a doença além de não estar controlada, está intimamente associada às condições socioeconômicas.

Locais onde há grande concentração de pessoas, como presídios, e áreas mais pobres onde vivem muitas pessoas no mesmo domicílio, em ambientes mal ventilados e com pouca luz solar, são condições que favorecem a transmissão da doença, mas por tratar-se de doença contagiosa, toda a população encontra-se exposta. A infecção ocorre a partir da inalação de gotículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com tuberculose ativa das vias respiratórias.


Nas comunidades cariocas, o percentual de doentes também é maior que em outras regiões da cidade, podendo chegar a mais de 300 casos por 100 mil habitantes. A Secretaria Municipal de Saúde vem aumentando as equipes para identificar e acompanhar pacientes. No entanto, adverte que a doença se alimenta de problemas sociais, como moradias precárias, falta de saneamento e de informação.

O quadro é ainda mais crítico quando observada a população carcerária que concentra 10% dos casos em todo o estado: 1.200 registros da doença a cada 100 mil habitantes. Para os especialistas ,as condições dos presídios em conjunto com a superlotação e sobretudo a falta de estrutura no atendimento médico, favorecem o desenvolvimento da tuberculose.

A doença tende a se agravar, porque as desigualdades sociais somadas a moradias em piores condições, dificuldade de acesso aos serviços de saúde e diagnóstico tardio, aumentam as chances a cada segundo de novos casos de tuberculose.

¹ Enfermeira, mestre em Ciências pela UFRJ, atuando no Laboratório de Pesquisa em Tuberculose/Instituto de Doenças do Tórax desde 2003, Parecerista do Comitê de Ética em Pesquisa/ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho desde 2015, desenvolvendo ações de capacitação na Unidade de Telemedicina nas áreas de Telessaúde e EAD desde 2016.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Mais de 80% das mortes por pneumonia no país são de idosos


Oito em cada dez mortes por pneumonia no Brasil entre 2015 e 2017 foram de idosos, o que corresponde a mais de 80% das mortes pela doença. Nesse período, foram registrados cerca de 200 mil óbitos por causa da doença, uma média de 66,5 mil casos por ano, ou sete por hora.

Os dados do Ministério da Saúde revelam uma vulnerabilidade maior de pessoas acima de 60 anos às complicações causadas pela pneumonia.

O fator idade é o de mais gravidade da pneumonia. Com a idade avançada, o sistema imunológico já não responde tão bem como antes. Nos idosos, há mais diabetes, hipertensão, doenças cardiológicas e renais. Esses fatores também aumentam o risco de óbito.

O inverno traz fatores de risco de alguma maneira. Existe a sazonalidade do vírus influenza e de outros vírus que circulam no hemisfério no inverno. Ambientes fechados em dias de muito frio propiciam a transmissão com facilidade de uma pessoa para a outra. Uma gripe pode ser a "porta de entrada" para as bactérias que causam a pneumonia.

O ar frio repentino é um grande irritante das vias aéreas. O frio faz com que os cílios das vias aéreas, que filtram o ar respirado, tenham seu funcionamento comprometido. Assim, a pessoa fica mais exposta aos micro-organismos que causam a doença.

Os sintomas da pneumonia incluem cansaço, tosse, batimentos cardíacos acelerados (taquicardia), falta de ar e febre. A recomendação é que a pessoa seja levada com urgência a um hospital para passar por avaliação. Exames como raio-x do tórax são usados para o diagnóstico. O tratamento é feito com antibióticos. Mas os médicos têm a preocupação da resistência de muitas bactérias a essas substâncias. Por isso, a melhor forma de evitar complicações é a prevenção.

A vacina contra a gripe pode reduzir em até 45% as internações hospitalares por pneumonia e em até 75% o risco de morte pela doença, segundo o Ministério da Saúde.

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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Asma se manifesta de forma diferente nas mulheres


No Brasil, as mulheres são maioria entre adultos com asma: são cerca de 3,9 milhões de mulheres asmáticas contra 2,4 milhões de homens, segundo dados do IBGE. Os índices de exacerbações e hospitalizações por causa da doença também são maiores entre elas.

A asma é uma doença inflamatória que se caracteriza por espasmo da musculatura dos brônquios. Os brônquios se contraem e há um estreitamento das vias aéreas causando falta de ar e desconforto para respirar. A asma é uma doença crônica e heterogênea que causa inflamação dos brônquios conforme há exposição a gatilhos como poeira, mofo, fumaça, pêlo de animais, entre outros. A intensidade da doença pode variar entre asma leve, intermitente e grave.

Há estudos científicos que relacionam a asma às questões de gênero, especialmente a relação entre os hormônios femininos e a manifestação dos sintomas da asma e mostram que a asma é mais prevalente entre as mulheres a partir da puberdade, sugerindo uma relação entre a doença e os hormônios sexuais.

O período pré-menstrual, a gravidez e a menopausa também influenciam na gravidade da asma. Alterações na severidade da asma e aumento de sintomas têm sido reportados em mulheres durante a gravidez. No caso das gestantes, a explosão hormonal de progesterona pode desregular o sistema imune e aumentar a propensão às complicações respiratórias.

Há dados que sugerem também que a anatomia da mulher pode conferir percepções diferentes de obstrução das vias aéreas. Mulheres asmáticas podem ter pior qualidade de vida relacionada à asma, mais limitações físicas e maior sensibilidade à dispneia.

Pesquisas que ajudem na compreensão da influência desta variação hormonal podem propiciar um controle mais adequado da doença.

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