Autoras: Renata Collareda¹ E Daniela Yamamoto² (Alunas do 8º período de medicina /UFRJ).
Supervisão e Edição: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo³
As substâncias contidas em um cigarro estimulam diversos neurotransmissores que modulam as informações para o nosso cérebro e levam ao tenebroso vício. A nicotina presente no cigarro causa dependência e induz no indivíduo uma sensação tão prazerosa que o faz querer buscar por essas sensações outras vezes, numa intensidade que varia com as condições pessoais. A dificuldade para largar o cigarro é enorme. Afinal, quem é que resiste ao alívio momentâneo em meio a diversas situações caóticas da vida?
Logo, a dificuldade de parar de fumar está totalmente atrelada às circunstâncias que levam as pessoas a procurar algo que as excite ou relaxe. É nessa etapa de descobrimento do grau de dependência e dos fatores psicossociais de cada indivíduo que devem ser abordadas estratégias de mudanças de vida para que esse tão difícil objetivo possa ser alcançado.
A pressão e a rotina diária fazem as pessoas procurarem alternativas práticas para o alívio imediato de suas angústias, anseios. Muitas pessoas que iniciaram o tabagismo tiveram como gatilho algum problema grave que os levaram a essa prática. Há também aqueles que começaram a fumar sem uma motivação maior, apenas pela convivência com fumantes ou por achar bonito, mas todos, com o passar do tempo, se tornam reféns de um hábito nocivo.
Quando uma pessoa procura ajuda para parar de fumar, a abordagem terapêutica deve ser multiprofissional. Além de um suporte psicológico e médico, diversos outros profissionais podem atuar para que seja possível realizar um planejamento adequado para ajudar aquele indivíduo a abandonar o vício.
Há diversas razões que dificultam o sucesso no processo de retirada do cigarro na vida de um fumante. As dificuldades são justificadas pela estreita relação que o cigarro tem com as condições psicológicas e sociais. Além da dependência física à nicotina, que determina um conjunto de sintomas durante a abstinência, a estimulação neuronal é tão intensa que fumar um único cigarro durante um episódio de recaída pode ser tão prazeroso que põe a perder todo o esforço para parar de fumar.
Para a maioria dos fumantes, parar de fumar é um grande desafio, uma tarefa difícil e angustiante, mas que precisa ser enfrentada. Querer parar de fumar precisa se tornar uma razão bem mais forte do que a vontade de aliviar suas angústias momentâneas fumando um cigarro.
Reconhecer a dependência ao tabaco como algo prejudicial á saúde é o caminho para buscar estratégias para parar de fumar.
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É professora do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008.