Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Coronavírus – que vírus é esse?


Coronavírus, o tipo de vírus que está causando infecções respiratórias na China atualmente, já é conhecido há longa data como causa de infecções respiratórias em animais e em humanos. As infecções podem levar a quadros leves a graves. O quadro atual é de febre, tosse e falta de ar, variando de leve a forte intensidade. O período de incubação, entre a infecção e o aparecimento dos sintomas, pode ser de duas semanas.

Coronavírus pode ser transmitido aos humanos como zoonose, através do contato com animais infectados, ou como infecção inter-humana, pelo contato com outra pessoa infectada.

Quando suspeitar da infecção atual pelo coronavírus?

Diante de pessoas com febre, tosse e falta de ar que estiveram na China em até 14 dias, especialmente na cidade de Wuham ou que tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados.

O diagnóstico é confirmado pela pesquisa do vírus em secreções respiratórias feitas em laboratórios especializados divulgados pelo Ministério da Saúde, Brasil.

Até o momento, não há medicamentos nem vacinas específicas para tratamento, mas cuidados básicos de higiene como lavar as mãos, manter ambientes arejados, cobrir a boca ao tossir ou espirrar são medidas eficazes para reduzir a disseminação de infecções respiratórias em geral.

Texto extraído de: SOPTERJ

Leia mais em: Ministério da Saúde

domingo, 26 de janeiro de 2020

Tosse crônica pode ser sinal de refluxo


Rouquidão, pigarro, tosse crônica e dor no peito podem ser sintomas da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), popularmente conhecida como refluxo. A DRGE é uma condição de grande importância médico-social pela elevada e crescente incidência e por determinar sintomas de intensidade variável, que se manifestam por tempo prolongado, podendo prejudicar consideravelmente a qualidade de vida do paciente. De acordo com dados do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, cerca de 25,2 milhões de pessoas no Brasil (aproximadamente 12% da população) sofrem com refluxo.

Refluxo gastroesofágico (RGE) é definido como a passagem involuntária de conteúdos gástricos no esôfago, é um processo fisiológico normal que acontece ao longo do dia em crianças saudáveis e adultos. Conteúdos de RGE podem incluir comida ingerida e bebidas, além de saliva, suco gástrico ou pancreático, e secreções biliares. A maioria dos episódios de refluxo acontece no esôfago distal, é breve e assintomático. Enquanto refluxo acontece fisiologicamente em todas as idades, há uma graduação contínua entre RGE fisiológico e DRGE que conduzem a sintomas significantes e complicações.

A doença é caracterizada pelo retorno de parte do conteúdo gástrico para o esôfago, causando inflamação no local e em órgãos vizinhos como a faringe, laringe e o pulmão, além de azia, tosse seca e outros sintomas como aftas e dor na garganta. Fatores como ganho de peso, maus hábitos alimentares e o consumo de bebidas alcoólicas podem desencadear os sintomas.

O mecanismo responsável pela tosse crônica envolve a ocorrência de microaspirações do material refluído do estômago e uma exacerbação do reflexo de tosse mediada pelo nervo vago. Habitualmente a tosse é mais frequente durante o dia, mas pode piorar ao deitar. O ato de tossir aumenta a pressão intra-abdominal e retroalimenta o problema ao favorecer a ocorrência de novos episódios de DRGE.


O diagnóstico clínico pode ser feito pela persistência dos sintomas citados e é complementado pela endoscopia digestiva alta, que permite avaliar a presença de lesões no esôfago e estômago. A ausência de lesões na mucosa do esôfago não exclui o diagnóstico e, nesses casos, indica-se que o paciente faça o exame de phmetria – para medir a acidez do refluxo ácido do estômago para e esôfago e para a faringe.

DRGE pode ser tratada com mudança de hábitos alimentares e medicações. Alimentos que desencadeiam sintomas de refluxo, como comidas gordurosas, cítricas, café e chá preto, bebidas alcoólicas e gasosas (refrigerante) devem ser evitados ou consumidos em menor quantidade e frequência. Outras medidas comportamentais são importantes para o manejo clínico do paciente com DRGE, como realizar refeições em pequenos volumes, evitar a ingestão de líquidos junto com o almoço e jantar, parar de fumar, evitar deitar-se nas duas horas seguintes às refeições e reduzir o peso.

O tratamento farmacológico é direcionado para o alívio dos sintomas, a cicatrização de lesões no esôfago e a melhora dos sintomas extra-esofágicos, como a rouquidão e a tosse seca. Em casos específicos pode ser indicado o tratamento cirúrgico.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

É seguro usar medicação para asma durante a gravidez?


As gestantes correspondem a um grupo de pacientes, normalmente saudáveis e jovens, que apresentam alterações em sua fisiologia pulmonar durante o período gestacional. A asma é uma das principais intercorrências clínicas crônicas a afetar a gravidez, com baixa mortalidade e significativa morbidade associada a desfechos maternos e perinatais desfavoráveis.

A avaliação da dispneia e o diagnóstico de asma na gravidez representam desafios para clínicos e obstetras, pois 60-70% das gestantes podem relatar queixas de dispneia durante o curso de uma gestação normal. O diagnóstico diferencial da asma na gestação é fundamental para o manejo correto e o acompanhamento satisfatório destas pacientes.

Asma pode ser classificada como leve, moderada ou severa. Durante a gravidez, asma pode piorar, melhorar ou se manter inalterada. Pesquisas sugerem que a severidade da asma na gravidez está relacionada ao curso da doença antes da gravidez. Sintomas são mais frequentes em mulheres com asma grave. O manejo da doença apresenta desafios, tais como a resistência das pacientes em utilizar medicações durante a gravidez, além de queixas frequentes de dispneia associada ao estado gravídico, não relacionada à asma.

Em alguns casos, os sintomas de asma se agravam no início da gestação porque as mulheres interrompem o uso da medicação usual quando sabem que estão grávidas. Qualquer mudança na medicação de rotina pode influenciar no curso e severidade da asma.

Asma é uma condição crônica que durante a gravidez
pode colocar em risco a mãe e o bebê.


A maioria dos medicamentos para tratamento de asma pode ser usada com segurança na gravidez. Além disso, os efeitos de uma crise severa de asma que leve à insuficiência respiratória materna com hipoxemia são mais prejudiciais ao feto do que possíveis efeitos colaterais dos medicamentos.

Mulheres que necessitem controlar sua asma com medicamentos devem seguir corretamente a orientação médica e não interromper o uso ou alterar as doses por sua conta. Dependendo do tipo de medicação e da evolução da asma durante a gravidez, pode ser necessário acompanhamento com pneumologia durante as consultas de pré-natal.

A maioria das mulheres com asma controlada não apresenta sintomas graves na gravidez e no parto e podem amamentar seus filhos, mesmo que estejam usando medicação regularmente.

Asma é uma condição crônica que durante a gravidez pode colocar em risco a mãe e o bebê. Saber evitar os gatilhos da asma e usar corretamente a medicação são importantes para prevenir ou minimizar complicações. Em mulheres com asma bem controlada, esse risco é mínimo, porém em casos de asma grave ou mal controlada durante a gravidez aumentam as chances de pré-eclampsia, baixo peso fetal e parto prematuro.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Você nunca fuma sozinho

Proibição de fumar em ambientes públicos evitou morte de 15 mil crianças no Brasil


O tabagismo passivo está relacionado a várias doenças em crianças, como asma, bronquite, pneumonia e otites aguda e crônica, assim como com a Síndrome de Morte Súbita na Infância. No mundo, o tabagismo passivo causa cerca de 880 mil mortes por ano, sendo que cerca de 54 mil ocorrem em crianças de 0 a 4 anos.

Leis que instituíram ambientes 100% livres de fumaça de tabaco reduziram a mortalidade infantil no Brasil - mais especificamente 15.068 mortes de crianças com idade inferior a 1 ano entre 2000 e 2016. O resultado foi divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e pelo Ministério da Saúde em 31 de maio de 2019, Dia Mundial Sem Tabaco.

Estudo denominado “Legislação de Ambientes Livres de Fumaça de Tabaco e Mortalidade Infantil” indica que a redução da mortalidade infantil foi maior nas unidades da federação que aplicaram leis mais rígidas em relação ao hábito.

As leis do ambiente livre da fumaça do tabaco foram implantadas pelos estados brasileiros, no período de 2000 a 2012, com diferentes graus de proibição do fumo em locais públicos. Apenas em 2014 foi regulamentada a lei federal que proíbe completamente o fumo em locais públicos fechados de uso coletivo.

Caso todas as unidades da federação tivessem adotado, desde o início, a proibição total do fumo em locais públicos, outras 10.091 mortes de crianças com idade inferior a 1 ano teriam sido evitadas de 2000 a 2016.

Agora, a exposição à fumaça do tabaco não ocorre mais nos locais públicos fechados, mas continua dentro das residências. Entretanto, outros estudos mostraram que a lei de ambientes livres também impacta, indiretamente, o fumo dentro de casa, por maior conscientização da população.

É preciso ficar atento com a fumaça dentro de casa, já que a lei não impede que os pais fumem perto das crianças. “A principal mensagem de saúde pública desse estudo é para os fumantes que residem com bebês e crianças: ao fumar em casa, você não só prejudica a sua própria saúde, como também coloca em risco as pessoas que moram com você, principalmente os pequenos”, diz Ana Cristina Pinho, diretora-geral do INCA.

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