Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Gatilhos de asma – é possível evitá-los?



Estima-se que o Brasil tenha aproximadamente 20 milhões de pessoas com asma, segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). A asma é uma doença inflamatória que se caracteriza por um espasmo da musculatura dos brônquios. Os brônquios se contraem e há um estreitamento das vias respiratórias causando falta de ar e desconforto para respirar.

A asma é um processo inflamatório crônico dos brônquios. Para que o processo inflamatório tenha início é necessário que haja um fator desencadeante. Esses fatores desencadeantes são denominados “gatilhos da asma”. Os gatilhos são variados, as respostas são individuais e podem variar de característica em uma mesma pessoa.

Identificar qual condição pode determinar uma crise num indivíduo em um momento específico não é uma tarefa simples. O desenvolvimento da inflamação nos brônquios requer uma interação entre o agente desencadeante e o hospedeiro. Além disso, o indivíduo tem de estar suscetível àquele gatilho naquele momento.

Substâncias transportadas pelo ar, como ácaros, poluição, pólen, mofo, pelos de animais, fumaça de cigarro e partículas de insetos são responsáveis pela maior parte das crises em pacientes asmáticos. Inalação de produtos químicos, como produtos de limpeza e infecções virais, como resfriados e gripes podem também desencadear uma crise de asma. Mudanças de temperatura podem estimular os receptores nervosos da mucosa brônquica em indivíduos suscetíveis e causar tosse, sibilos e falta de ar.

O fator emocional é muito importante e pode desencadear e piorar a asma. Não é raro encontrar pacientes com sintomas relacionados a situações de estresse como vestibular, doença ou morte de familiares ou aborrecimentos. Os fatores emocionais não devem ser minimizados. Asma desencadeada por “nervosismo” deve ser encarada com a mesma seriedade de asma desencadeada por poeiras, fungos ou infecção.

Alérgenos alimentares, como ovos, peixe ou amendoim, conservantes e aditivos e alguns medicamentos, como ácido acetilsalicílico e ibuprofeno, também são possíveis agentes causais de crises de asma em uma parcela menor de indivíduos asmáticos.

Muitos gatilhos de asma são fatores independentes de nossa vontade. É impossível impedir as mudanças climáticas e variações bruscas de temperatura, controlar a poluição atmosférica ou convencer as pessoas a não fumar na presença de asmáticos. Por outro lado, podemos reduzir a exposição à alérgenos domiciliares, garantir um ambiente doméstico limpo e arejado, não fumar e evitar exposição a pelo de cachorros e gatos.

As crises provocadas pela exposição a esses “gatilhos” podem produzir sérios impactos na vida do paciente e levar ao descontrole da asma. Todo indivíduo que apresentar alguma das condições citadas abaixo nas últimas quatro semanas deve procurar um especialista:

• Sintomas diurnos mais de duas vezes por semana;

• Despertares noturnos devido à asma;

• Uso de medicamentos de resgate mais de duas vezes por semana;

• Qualquer limitação de suas atividades habituais devido à asma.

Deve ser estabelecida uma relação de causa e efeito entre os gatilhos de asma e as condições a que o indivíduo encontra-se exposto, mas as mudanças de ambiente ou hábitos de vida devem ser associadas ao tratamento medicamentoso da asma.

Asma não tem cura, mas tem tratamento. Os medicamentos usados no tratamento de asma são seguros e eficazes.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Tosse prolongada: devo me preocupar?



Autoras: Caroline Baía¹ E Natália Lisbôa² (Alunas do 7º período de medicina /UFRJ).
Supervisão e Edição: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo³

Você já teve aquela gripe forte associada a tosse que o acompanhou até ficar curado? Já entrou em um lugar muito empoeirado e começou a tossir? É portador de asma e frequentemente apresenta crises de tosse por semanas ou até mesmo meses?

Essas situações comuns do cotidiano refletem uma das queixas mais predominantes nas entrevistas médicas: a tão incômoda tosse.
Esse sintoma é o principal mecanismo de defesa dos pulmões, impedindo que substâncias estranhas atinjam o órgão, ajudando a eliminar secreções e protegendo contra aspiração de alimentos e corpos estranhos.

Sua duração é classificada em: aguda (quando dura menos que três semanas e, em geral, é consequência de resfriados, sinusite e bronquite aguda); subaguda (dura de três a oito semanas) e crônica (quando dura mais do que oito semanas). Tosse prolongada necessita sempre de avaliação médica.

As causas de tosse crônica são variáveis: podem ser respiratórias, como a asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), muito comum em pacientes fumantes; cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca; gástricas, pela doença do refluxo gastroesofágico e pelo uso de alguns medicamentos como os anti-hipertensivos, entre outras.

Para investigação dos casos de tosse crônica é importante avaliar a apresentação do sintoma pelo paciente. Se a tosse é produtiva ou seca, a coloração da secreção quando presente, momento do dia em que é mais predominante, pesquisar exposição prolongada a substâncias como a poeira ou gases, presença de doença pré existente que possa ser a causa da tosse, tabagismo ativo e passivo, uso regular de medicamentos. A presença associada de febre sugere causa infecciosa devendo ser investigada a possibilidade de pneumonia e tuberculose.

Na investigação diagnóstica, podem ser realizados exames de imagem (Raio-X de tórax, tomografia computadorizada) e testes de função pulmonar (como a espirometria).

O tratamento da tosse requer o diagnóstico etiológico e se baseia em controlar a doença de base, nos casos de DPOC ou asma, ou reverter a causa, quando o sintoma for atribuído a um efeito colateral de um medicamento, substituindo-o por outra substância. Deve-se evitar o tratamento sintomático. A tosse é um importante sinal de alerta e pode ser o primeiro sinal de doenças respiratórias graves.

Não deixe de procurar o seu médico !!!

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³ É professora do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

PODE-SE PREVENIR A TUBERCULOSE?



Texto de: Carla Santos¹

A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa muito antiga, também conhecida como “tísica pulmonar”, causada por uma bactéria (bacilo) chamada Mycobacterium tuberculosis. O Brasil é um dos quinze países do mundo que mais tem casos de tuberculose, e na cidade o Rio de Janeiro ocorrem em torno de sete mil casos da doença a cada ano. Anualmente, são notificados cerca de 10 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito.

A transmissão ocorre pelo ar, quando uma pessoa saudável respira o ar contaminado por bactérias (bacilos) que foram liberados no ambiente por uma pessoa doente com Tuberculose Pulmonar, ao tossir, espirrar ou falar. Esta infecção pode ou não levar ao desenvolvimento da doença, vai depender de alguns fatores, como a imunidade, tempo de exposição, quantidade de bacilos eliminados, ventilação do ambiente.

É muito importante que todas as pessoas que residem com uma pessoa com tuberculose procurem uma Clínica de Família ou um Centro Municipal de Saúde, apesar da maioria das pessoas, mesmo quando infectadas, não evoluírem para o adoecimento. Não é necessário separar copos, talheres, roupas ou lençóis, já que a contaminação se dá apenas por via aérea, e não por objetos.

A apresentação da tuberculose pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, especialmente quando há eliminação dos bacilos pela via aérea, que é a principal forma de transmissão da doença. Na TB pulmonar, o principal sintoma é a tosse (seca ou produtiva). Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório (pessoa com tosse por três semanas ou mais) seja investigado para a tuberculose. Em alguns casos, os sintomas são tão discretos que a pessoa nem percebe que está doente, demorando, assim, a procurar o serviço de saúde.

Para prevenir a doença, é muito importante identificar rapidamente os pacientes com tuberculose para tratá-los logo, reduzindo a chance de contaminação do ar e evitando-se a transmissão do bacilo para outras pessoas.

A prevenção é feita através da vacina BCG, recomendada para aplicação no primeiro mês de vida da criança. A vacina diminui as chances de desenvolver formas graves da doença, como a meningite tuberculosa, mas não é eficaz contra a tuberculose pulmonar.

Outra forma é através da prevenção secundária com isoniazida, que se chama quimioprofilaxia. A proteção é recomendada para as pessoas que convivem com a pessoa doente, seja na casa ou no trabalho e embora não estejam doentes apresentam um grande risco de adoecer. Essa proteção só é recomendada pelo profissional de saúde após a avaliação do teste PPD e do raio-X de tórax.

Objetivamente, a forma mais eficaz é a descoberta das pessoas doentes e o início rápido do tratamento. Sabemos que a tuberculose está muito ligada à pobreza, mas é importante saber que isto acontece não pela pobreza em si, mas pelas condições de vida das pessoas empobrecidas. Elas são, por exemplo, e salvo algumas exceções, as que têm maior dificuldade em conseguir o atendimento adequado quando se sentem doentes e as que vivem em casas precárias.

Para prevenir a Tuberculose é importante melhorar as condições de habitação para diminuir a chance do contágio. Se há muitas pessoas dormindo no mesmo quarto, em casas mal ventiladas e onde não bate sol, o risco de contágio é muito maior.

Dúvidas sobre a doença? Temos uma postagem que traz mais detalhes. Visualize em: http://pulmaoonline.blogspot.com.br/2017/03/

Mais dúvidas? Escreva nos comentários. Teremos o maior prazer em responder.

Outras fontes de informação segura:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/tuberculose

https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/tuberculose-especialista-explica-os-sintomas-o-diagnostico-e-como-se-prevenir

http://prefeitura.rio/web/sms/exibeconteudo?id=4277320



¹ Enfermeira, mestre em Ciências pela UFRJ, atuando no Laboratório de Pesquisa em Tuberculose/Instituto de Doenças do Tórax desde 2003, Parecerista do Comitê de Ética em Pesquisa/ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho desde 2015, desenvolvendo ações de capacitação na Unidade de Telemedicina nas áreas de Telessaúde e EAD desde 2016.


quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Mês de Conscientização da DPOC



Estamos no mês de conscientização da DPOC e precisamos cada vez mais difundir informações sobre a doença e orientar a população em geral sobre os suas possíveis causas e sintomas.

A DPOC é a quarta maior causa de morte em todo o mundo, segundo pesquisas recentes. Além disso, há uma perspectiva de que passe para a terceira posição até 2030.

Trata-se de uma doença crônica e silenciosa, cujo diagnóstico, em geral, acontece tardiamente. E, por ser crônica, não tem cura, mas tem tratamento. Assim, quanto mais cedo o tratamento é iniciado, mais qualidade de vida um paciente com DPOC pode ter.

Além de evitar fatores que desencadeiam a doença, como fumaça de cigarro, entre outros, é importante evitar infecções respiratórias que agravam o quadro de saúde do paciente - o que pode ser feito com o uso adequado de vacinas, por exemplo.

Há diversos recursos para o tratamento da DPOC, medicamentos variados, fisioterapia respiratória e oxigênio de suporte para os casos mais graves. É importante que o paciente faça acompanhamento médico regular a fim de encontrar o melhor plano para o seu caso.

Dúvidas sobre a doença? Temos uma postagem que traz mais detalhes sobre o que é a DPOC e sobre o tratamento. Visualize em: http://pulmaoonline.blogspot.com.br/2017/02/dpoc.html

Mais dúvidas? Escreva nos comentários. Teremos o maior prazer em responder.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Abordagem Cognitivo-Comportamental do tabagista



Texto de: Marta da Hora Santos¹

O tabagismo é uma doença crônica não transmissível (DCNT) classificada no grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrente do uso de substâncias psicoativas e sua dependência (CID 10 - F17). Sabemos que, por mais deletério que o uso do cigarro seja e que a grande maioria dos tabagistas queira parar de fumar, somente uma pequena minoria consegue a cessação sem apoio especializado.

Nesse sentido, a abordagem cognitivo comportamental, que combina intervenções cognitivas com habilidades comportamentais é fundamental para o tratamento da dependência do tabaco, pois além de estimular, preparar e acompanhar o indivíduo nesse trajeto o torna agente de mudança de seu próprio comportamento.

Existem três tipos de dependência presentes no tabagismo, que se manifestam em grau diferenciado no indivíduo: a física, a psicológica e a comportamental. O fumante ainda pode experimentar vários estágios de mudança rumo à cessação do tabagismo e que implicará no tipo de abordagem que precisa ser realizada: Pré-contemplação – O fumante não pensa em parar de fumar; Contemplação – Pensa em parar algum dia na vida; Pronto para a ação – o fumante considera seriamente que precisa parar de fumar e deseja parar nas próximas quatro semanas; Ação – o fumante para de fumar; Manutenção – o fumante parou de fumar e utiliza estratégias para permanecer abstinente; Recaída - o fumante retornou ao uso regular do cigarro.

Importante sinalizar que ao parar de fumar o tabagista fica exposto à Síndrome da abstinência que é o conjunto de sintomas desagradáveis e específicos da ausência do cigarro, ao lapso que consiste no consumo de um ou alguns cigarros de forma isolada durante o período de abstinência e à Recaída que é retorno do uso regular do cigarro. O uso combinado de medicamentos tem a finalidade de reduzir os sintomas da abstinência contribuindo assim para os resultados positivos da abordagem cognitivo comportamental no tratamento do tabagismo.

Tipos de Abordagem Cognitivo-Comportamentais:
Abordagem breve/mínima (PAAP consiste em perguntar e avaliar, aconselhar e preparar o fumante;
Abordagem básica (PAAPA) consiste em perguntar, avaliar, aconselhar, preparar e acompanhar o fumante para a cessação;
Abordagem específica/intensiva está voltada para atender fumantes que querem deixar de fumar, podendo ser realizada individualmente ou em grupo;
Abordagem dos fumantes que tiveram lapso e recaída é destinada a analisar os motivos da recaída, retornar ao processo da abordagem cognitivo-comportamental (PAAPA) e estimular nova tentativa;
Abordagem do fumante que não deseja parar de fumar está baseada nas intervenções motivacionais sistemáticas a fim de se obter a mudança no nível de motivação;
Abordagem do não-fumante é a abordagem da pessoa que convive com fumantes em casa e/ou no ambiente de trabalho.

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Assistente social, especialista na área organizacional, atuando em grupos de cessação do tabagismo no NETT – IDT-HUCFF/UFRJ desde 2011.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Narguilé equivale a 100 cigarros



100 vezes mais potente que cigarro, narguilé vira moda entre jovens brasileiros e acende alerta no governo.

O cheiro agradável das essências usadas no narguilé e o jeito mais charmoso de fumar estimulam os jovens a usá-lo, mas a diversão tem efeitos danosos ao organismo. Médicos dizem que ele é cerca de cem vezes mais potente que um cigarro comum, um fato que chamou a atenção de governos estaduais e federais, preocupados com o acesso precoce ao tabagismo.

De origem oriental, o narguilé é, de maneira simplificada, um cachimbo de água. O ar aquecido por carvão passa pelo fumo e resfria no líquido antes de ser aspirado - e eliminado em seguida - pelo usuário. O fumo, também conhecido como essência, é composto de tabaco e frutas ou aromatizantes.

Segundo a coordenadora de fiscalização da Lei Antifumo da Vigilância Sanitária no Estado de São Paulo, Elaine D'Amico, nos últimos dois anos houve um grande aumento no número de tabacarias voltadas para o uso de narguilés. "A Lei Antifumo está em vigor desde 2009, mas as tabacarias entraram no nosso cronograma de fiscalização recentemente porque percebemos um grande crescimento desse nicho", conta.

O Ministério da Saúde informou estar alerta para o uso de narguilés por jovens. Em 2015, o foco da pasta foi justamente sobre os riscos do uso de narguilé. Na época, o governo veiculou campanhas na televisão, fez trabalhos em escolas e até intervenções em shoppings.

Uma sessão de narguilé expõe o indivíduo a um período longo de contato com a nicotina. Enquanto um cigarro leva de 5 a 7 minutos para acabar e propicia de 8 a 12 baforadas, um encontro onde há narguilé dura de 20 a 80 minutos r pode render entre 50 a 200 baforadas.

A intenção é desmistificar a ideia de que seu consumo é inofensivo. Segundo especialistas consultados pela reportagem, o uso de narguilé pode causar doenças respiratórias, coronarianas e alguns tipos de câncer, como o de pulmão, boca, bexiga e leucemia.

Postado originalmente em:
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41154903

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

PNEUMONIA: MITOS & VERDADES


Autoras: Caroline Baía¹ E Natália Lisbôa² (Alunas do 7º período de medicina /UFRJ).
Supervisão e Edição: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo³

O termo pneumonia refere-se a um conjunto de doenças pulmonares que diferem entre si quanto ao agente causal, eventos precipitantes, curso, evolução e prognóstico. Pneumonia é uma das principais causas de hospitalizações no Brasil e no mundo, mas costuma responder favoravelmente ao tratamento desde que o diagnóstico seja precoce e preciso.
Diversos agentes infecciosos, como vírus, bactérias e fungos, causam pneumonia e podem atingir os pulmões por duas vias: a inalatória (traqueobrônquica) e sanguínea (sistema vascular pulmonar). Apesar de o sistema respiratório possuir inúmeros mecanismos de defesa contra agentes externos, sob determinadas condições uma variedade de micro-organismos consegue superar esse sistema de defesa e induzir infecção pulmonar.

Pneumonia pode afetar pessoas de todas as idades, previamente saudáveis ou que apresentam comorbidades, e suas complicações são mais frequentes em crianças, idosos e indivíduos com baixa imunidade.
Por apresentarem sintomas similares, gripe e pneumonia são muitas vezes confundidas. Na pneumonia, costuma haver início súbito com febre alta, dor torácica e tosse com expectoração purulenta enquanto na gripe, o quadro costuma ser mais insidioso, associado a dores no corpo e mal-estar generalizado, embora febre alta e tosse possam estar presentes. Vale ressaltar que o vírus causador da gripe também pode levar a um quadro de pneumonia grave ao comprometer os mecanismos de defesa pulmonar.


Alem dos agentes infecciosos, há também substâncias tóxicas e/ou irritantes que podem causar pneumonia, tais quais fumaça, produtos químicos e agrotóxicos. Esses produtos ao serem inalados podem agredir a mucosa pulmonar, produzir inflamação dos alvéolos e originar o quadro de "pneumonia química". Esse tipo de pneumonia pode acometer os pulmões de forma difusa, o que a diferencia dos quadros de pneumonia bacteriana, por exemplo, que costumam ser localizados. Dentre os sintomas comuns da pneumonia química, além dos já percebidos nos outros tipos, tem-se: irritação na mucosa nasal, nos olhos, nos lábios, na boca e na garganta, dor torácica difusa e desorientação.

O único ponto comum de todos os processos pneumônicos é a presença de inflamação pulmonar.

Como se prevenir da pneumonia?
Os antigripais não são suficientes para impedir a ocorrência de pneumonia. Assim, uma das maneiras mais eficazes é a vacinação. A vacina pneumocócica 10-valente deve ser administrada em crianças aos 2 e 4 meses, com dose de reforço aos 12 meses.
Já a vacina pneumocócica 23-valente é administrada durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza nos indivíduos de 60 anos, e está indicada para todos os indivíduos não vacinados que vivem acamados ou vivem em instituições fechadas, como casas geriátricas, hospitais, unidades de acolhimento ou asilos e casas de repouso.

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³ É professor do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Cigarro apagado também afeta sua saúde - Tabagismo de “3ª mão”



Autoras: Renata Michelim Collareda dos Santos¹ E Daniela Mayumi Yamamoto² (Alunas do 7º período de medicina /UFRJ).
Supervisão e Edição: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo³

Quando se fala de tabagismo, pensamos logo em tabagismo ativo ou passivo (inalação da fumaça do cigarro por indivíduos não fumantes que entram em contato com fumantes e que respiram as mesmas substâncias tóxicas que o fumante inala). O que muitas pessoas não sabem, é que o cigarro continua trazendo malefícios à saúde mesmo depois de apagado.
O conceito de Tabagismo Terciário (ou Tabagismo de 3ª mão) surgiu na literatura médica apenas em 2006, e se refere à contaminação pelas substâncias presentes na fumaça da tabaco e que permanecem em ambientes e superfícies mesmo após o indivíduo ter apagado o cigarro.
Os poluentes da fumaça do tabaco que são depositados em superfícies podem retornar a fase gasosa e serem inalados. Esses poluentes podem ficar impregnados em qualquer superfície como cortinas, tapetes, chão, paredes e bancos de carros, por exemplo. Além disso, já foi constatado que a nicotina, substância tóxica presente no cigarro, quando liberada no ambiente, pode se associar à poeira e formar outras substâncias tóxicas.
Dessa forma, é possível inalar substâncias tóxicas em qualquer ambiente que tenha sido impregnado pela fumaça do cigarro, como carros, restaurantes, hotéis e escolas, o que significa que qualquer pessoa pode ser exposta aos gases e partículas do cigarro depositados nas superfícies.
Entrar em um ambiente com cheiro de cigarro, por exemplo, é um forte indicativo de que o lugar está contaminado e mesmo que não haja ninguém fumando no momento, todas as pessoas presentes no ambiente estão inalando substâncias tóxicas prejudiciais à saúde.
Sendo assim, o tabagismo terciário se caracteriza como uma forma de tabagismo passivo, junto à exposição secundária ou involuntária da fumaça de cigarro e torna-se de grande importância que a população seja alertada sobre os riscos do tabagismo terciário.

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³ Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982), Residência Médica em Pneumologia no Instituto de Tisiologia e Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1985, Mestrado em Pneumologia e Tisiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e Doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Possui experiência em Genética Molecular e de Microorganismos. É professor do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Na área de Pneumologia, tem interesse principalmente nos temas Tuberculose, Asma, Pneumopatias Intersticiais e Ensino Médico. Coordenadora de Residência Médica do Instituto de Doenças do Tórax de 1994 a 2001. Coordenadora de Ensino e Extensão do Instituto de Doenças do Tórax de 2006 a 2009. Diretora Executiva do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro de 2009 a 2013. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Casos de DPOC aumentam 44% no mundo; asma subiu 12%



O Texto abaixo foi publicado na página Estilo Uol em 01/09/2017.

Uma pesquisa realizada em 188 países e que demorou 25 anos mostrou que os números de casos de asma e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) aumentaram e são cada vez mais comuns na população. Por outro lado, a taxa de mortalidade das doenças está em queda.

Para conseguir analisar como a asma e a DPOC se comportaram no mundo com o passar dos anos, um grupo de pesquisadores analisou dados entre os anos de 1990 e 2015 e publicaram seus resultados no Global Burden of Disease 2015, na revista científica The Lancet.

A pesquisa foi árdua e analisou dados de registros médicos e autópsias realizados na categoria que agrega todas as doenças respiratórias crônicas. Além disso, os pesquisadores também contaram com artigos, relatórios, pesquisas e dados dos serviços de saúde.

Com tanto material, eles concluíram que, nestes 25 anos, a porcentagem da população que sofre com asma aumentou 12,6%. Porém, o número de mortes pela doença caiu 26,7%, se comparado 2015 com 1990.

Quando foram analisar a DPOC, os cientistas descobriram um aumento de 44,2% dos casos, entre o período analisado. Em 2015, cerca de 3,2 milhões de pessoas morreram devido à doença pelo mundo. O número de óbito é alto e mostra um aumento de 11,6% de 1990 a 2015.

Mas é preciso ter calma e paciência para analisar este quadro. Na conclusão, os pesquisadores deixam claro que os óbitos realmente subiram, no entanto, o que aconteceu foi que o crescimento e envelhecimento populacional fizeram os números totais aumentarem. Como a população cresceu e ficou mais velha, a mortalidade aumentou.

Quando verificamos os números comparando indivíduos na mesma faixa etária, podemos notar que o número de mortes entre pacientes com DPOC despencou 41,9%.

Entre os culpados pelo aumento das doenças, estão o tabagismo, a poluição e o fumo passivo.

Fonte: https://estilo.uol.com.br/vida-saudavel/noticias/redacao/2017/09/01/casos-de-asma-e-doenca-pulmonar-cronica-crescem-e-sao-comuns-no-mundo-todo.htm

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Ronco & Apneia do Sono



O Ronco é uma condição comum que pode afetar qualquer pessoa, embora ocorra com mais frequência em homens e indivíduos acima do peso. O ronco ocasional não costuma ser um problema, entretanto se for habitual, causa prejuízos à qualidade do sono.

O que causa o ronco?
O ronco aparece quando o fluxo de ar pela boca e nariz está obstruído. Essa obstrução pode estar ligada a vários fatores, como obstrução de vias aéreas superiores, por alergias, sinusite, desvio de septo ou pólipos nasais; diminuição do tônus muscular da língua e garganta e aumento de tecidos moles da garganta.

Roncadores habituais possuem má qualidade de sono, o que interfere em sua qualidade de vida, aumenta o risco de sofrer acidentes e desenvolver apneia do sono.
Apneia do sono, ou Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é uma doença caracterizada por obstrução total ou parcial (hipopneia) das vias aéreas durante o sono, causando interrupções repetidas da respiração enquanto a pessoa dorme.

A apneia é o resultado da não chegada de ar até os pulmões e pode estar relacionada ao relaxamento dos músculos da garganta e língua além do normal, excesso de peso, aumento excessivo de amígdalas e adenóides ou configuração anatômica de cabeça e pescoço com redução do espaço para a passagem de ar na garganta.

Estima-se que a SAOS atinja 30% da população adulta mundial e que a maioria das pessoas convive com a doença sem ter diagnóstico. Os principais sintomas da apneia são o ronco e a sonolência diurna, mas outras manifestações incluem: acordar com sensação de sufocamento, dificuldade de concentração, impotência sexual, irritabilidade.

A SAOS é um grave problema de saúde e está associada a doenças com potencial de letalidade como hipertensão, arritmias cardíacas, derrame cerebral e diabetes. O diagnóstico é feito a partir da observação clínica e de um exame chamado polissonografia, que faz o registro da atividade cerebral, da respiração e de sinais indicativos de relaxamento muscular e oxigenação sanguínea.

O tratamento visa restabelecer uma respiração regular e o sono tranquilo.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A batalha contra os aditivos de sabores no cigarro



Autoras: Renata Michelim Collareda dos Santos¹ E Daniela Mayumi Yamamoto² (Alunas do 7º período de medicina /UFRJ).
Supervisão e Edição: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo³

Em meio a uma disputa no STF entre a ANVISA e a Confederação Nacional da Indústria em relação a não adição de aditivos no tabaco, evidencia-se uma jogada de interesses entre as indústrias de tabaco brasileiras que não estão satisfeitas com as medidas já realizadas no Brasil referentes ao combate ao fumo.
Ao longo de vários anos, o Brasil vem avançando no combate contra o tabagismo e uma das medidas mais importantes foi a decretação, em 15 de julho de 1996, da lei que proíbe toda e qualquer propaganda de cigarros. Com essa medida, um verdadeiro marco na luta contra o tabagismo, o Brasil vive um contínuo decréscimo do número de tabagistas.
Em 2012, a ANVISA proibiu adição de substâncias que mascaram o sabor e o aroma do cigarro com o argumento de que essas medidas incentivam que jovens e mais pessoas possam aderir a pratica do fumo, além dos possíveis problemas que as substâncias adicionadas podem acarretar à saúde. Entretanto, essa medida nunca entrou em vigor e nesse mês de agosto o tema voltou a ser discutido no Supremo Tribunal Federal.
Embora a Confederação Nacional da Indústria alegue que os argumentos para proibir a adição destas substâncias são fracos e sem embasamento científico, a ANVISA afirma que são fortes as evidências que comprovam seus efeitos nocivos, dentre elas:
• O uso de substâncias que mascaram o sabor e odor ruim do produto, bem como a irritação causada pela fumaça do cigarro, torna o cigarro mais palatável;
• O uso de substâncias broncodilatadoras, com o objetivo de aumentar a absorção de nicotina pelos brônquios e, consequentemente, o seu potencial de causar dependência;
• O emprego de substâncias que inibem o metabolismo da nicotina, deixando-a mais tempo presente na circulação sanguínea e fazendo com que o seu efeito seja intensificado;
• A utilização de substâncias anestésicas para a diminuição da irritação das vias aéreas.

Em documento publicado recentemente, a Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) reiterou a importância dessa medida proposta pela ANVISA no Brasil, e afirma que a não aprovação da medida que proíbe o uso de aditivos seria um retrocesso para as ações de combate ao tabagismo no país.

Fonte: http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,em-comunicado-oms-defende-proibicao-de-cigarros-com-sabor-no-brasil,70001940127
http://portal.anvisa.gov.br/rss/-/asset_publisher/Zk4q6UQCj9Pn/content/id/3104744

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³ Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982), Residência Médica em Pneumologia no Instituto de Tisiologia e Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1985, Mestrado em Pneumologia e Tisiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e Doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Possui experiência em Genética Molecular e de Microorganismos. É professor do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Na área de Pneumologia, tem interesse principalmente nos temas Tuberculose, Asma, Pneumopatias Intersticiais e Ensino Médico. Coordenadora de Residência Médica do Instituto de Doenças do Tórax de 1994 a 2001. Coordenadora de Ensino e Extensão do Instituto de Doenças do Tórax de 2006 a 2009. Diretora Executiva do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro de 2009 a 2013. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Dia Nacional de Combate ao Fumo - 29 de agosto



O Dia Nacional de Combate ao Fumo tem por objetivo reafirmar as ações de controle do tabagismo em todas as áreas (políticas públicas, prevenção e tratamento).

Desse modo, no decorrer das próximas semanas apresentaremos tópicos relacionados ao tabagismo. Para começar, vamos trazer um tema bastante atual: os aditivos que dão sabor ao cigarro.

O uso de aditivos que dão sabor e aroma ao cigarro amplia significativamente o risco de dependência, uma vez que suaviza o efeito desagradável da primeira tragada. Esse risco torna-se ainda maior se imaginarmos o contato de crianças e/ou adolescentes com cigarros saborizados e aromatizados, pois o cigarro ganha características semelhantes aos doces tão desejados nessas faixas etárias.

De acordo com a ACT:
"No Rio de Janeiro, foram observadas 86 áreas escolares e identificados 205 pontos de venda que vendiam cigarros, dentro de um raio de 175 metros das escolas. Cigarros mentolados e de outros sabores foram identificados em 80% dos locais pesquisados. Nestes locais, os produtos estavam exibidos em 99,4% das vezes e em 52,4% foi observado também publicidade de cigarros mentolados e outros sabores. Em 45,7% dos locais a propaganda e o produto exibido podiam ser vistos de fora do estabelecimento."

Por esses motivos torna-se primordial o combate ao tabagismo, mas também à adição de saborizantes e aromatizantes aos cigarros.
Mais informações em: www.saborquemata.org/brasil


Há uma petição pública disponível. Assine e ajude a combater mais esse mal:
Abaixo-assinado Pela Proibição dos Aditivos/Aromatizantes nos Derivados de Tabaco: Apoio a Consulta Pública da ANVISA 112/2010: http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=CP112ANV

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Câncer & Amianto



A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês https://www.iarc.fr/), ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), afirma que "todas as formas de amianto são cancerígenas".
O principal câncer relacionado ao amianto é o mesotelioma, que acomete membranas que revestem órgãos como o pulmão. É uma doença rara, que pode demorar até 40 anos para se manifestar a partir da exposição ao amianto e que mata em cerca de um ano. O diagnóstico da doença é muito difícil. Entre 1980 a 2010, ocorreram 3,7 mil mortes por mesotelioma no Brasil, segundo estudo do médico sanitarista Francisco Pedra, da Fiocruz.

Além de câncer, o amianto é relacionado à asbestose, uma doença que pode provocar enrijecimento no pulmão e dificuldade respiratória.

Além disso, a IARC também relaciona o amianto a câncer de pulmão, laringe e ovário.

"Essa agência da OMS faz um levantamento de todos os artigos científicos existentes. Quando atesta que um agente é cancerígeno, é porque existem evidências científicas consistentes", aponta Ubirani Otero, epidemiologista do Instituto Nacional de Câncer (INCA), ligado ao Ministério da Saúde.

"Não existe nível seguro de exposição, todo cuidado é pouco", diz Ubirani, do INCA. Quem trabalha na cadeia do amianto corre mais risco, por estar mais suscetível à inalação da poeira.

Segundo especialistas, quem possui caixa d'água de amianto ou telha de amianto não deve removê-las por conta própria. Em alguns países europeus, por exemplo, a retirada de material de amianto é feita por equipes especializadas, com equipamento de proteção.

"A telha intacta não traz problema. É a fibra solta, que pode ser inalada, que oferece risco para a saúde. O problema é que há muito produto de amianto espalhado. A indústria pode controlar o ambiente de produção. Mas e na sociedade? O trabalhador da construção civil pode liberar fibra de amianto se lixar ou cortar aquela telha", explica Rubia Kuno, gerente de toxicologia e saúde ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, que baniu o amianto em 2007.

"A caixa d'água e o telhado estão quietinhos lá. O risco de liberar fibra é menor. Mas em algum momento a caixa d'água pode ser esfregada, pode haver uma reforma no telhado de amianto, pode ocorrer algum acidente que rompa a telha, como inundação, desabamento, colisão de veículo", complementa Francisco Pedra, da Fiocruz.

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-40885078

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Fatores de risco para o câncer de pulmão


O câncer de pulmão é, se considerarmos apenas as neoplasias, a principal causa de mortes no Brasil. Ou seja, é o tipo de câncer que mais mata no país.

A principal causa do câncer de pulmão é o tabagismo, em todas as suas formas (incluindo o tabagismo passivo). Cerca de 80% dos casos de câncer de pulmão estão diretamente vinculadas ao tabagismo. Fumar aumenta o risco de desenvolver a doença em 40 vezes, comparado ao risco de quem não fuma. Dados estatísticos revelam que cerca de 15% dos fumantes desenvolvem câncer de pulmão - o restante desenvolve doenças relacionadas.

Há outras causas, como uma predisposição genética para o desenvolvimento da doença. Por exemplo, pacientes que possuem familiares diretos que tiveram câncer de pulmão. Pacientes com tuberculose pulmonar, DPOC e bronquite, também possuem um risco maior de desenvolver a doença.

Pessoas expostas a certos produtos químicos, como asbesto, radônio, amianto e arsênio, também estão mais propensas ao desenvolvimento do câncer de pulmão. Assim como as que estão expostas a poeira e a poluição do ar. Entre essas pessoas encontramos os trabalhadores com atividades que envolvem agentes de risco ocupacional - profissionais que atuam com isolantes térmicos, construção naval, motoristas que aspiram grande quantidade de fumaça de diesel, etc. O risco de desenvolver a doença para esses indivíduos aumenta em até quatro vezes.

Por fim temos o risco pela alimentação inadequada: um baixo consumo de frutas, legumes e verduras e um alto consumo de produtos industrializados.



sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Mês de Conscientização e combate ao câncer de pulmão


O mês de agosto é considerado um mês de luta pela conscientização e combate ao câncer de pulmão. O período é iniciado com o DIA MUNDIAL DO CÂNCER DE PULMÃO (01 de agosto) e termina com o DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO (29 de agosto).

Por este motivo, durante este mês publicaremos alguns conteúdos importantes para entendermos o câncer de pulmão. Começamos com "O QUE É CÂNCER?":

"Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.

Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.

Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases)."
FONTE: www.inca.gov.br

quarta-feira, 14 de junho de 2017

GRIPE X RESFRIADO



O presente texto é resultado das atividades desenvolvidas no setor de Telemedicina do IDT para Introdução às Tecnologias Aplicadas à Saúde e à Educação.

Autoras: Natália Larissa Martins Lisbôa¹ E Caroline M. Baía² (Alunas do 6º período do curso de graduação em medicina /UFRJ). Supervisão e Edição: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo³

Nos dias mais frios, a aglomeração de pessoas e a circulação em ambientes fechados favorece a transmissão de doenças e diversos tipos de vírus que causam problemas respiratórios, dentre eles a gripe e o resfriado. Você sabe a diferença entre essas doenças?

A GRIPE é uma doença causada pelo vírus influenza, entre seus principais sintomas estão: dor de cabeça, dor de garganta, febre, congestão nasal, tosse e coriza. Os sintomas costumam se manifestar entre dois e três dias após o contágio e duram em média, uma semana. No Brasil, o aumento dos casos de gripe ocorre geralmente entre os meses de maio e outubro.
Mas, nem todo espirro é sinal de gripe...
Outra infecção comum no período de inverno é o RESFRIADO que possui sintomas que se confundem com os da gripe, mas esses demoram menos tempo e são mais leves, tratando-se, portanto, de uma infecção mais leve do que a primeira. O resfriado é benigno e autolimitado, ou seja, ele melhora independente do uso remédios e dentro de um prazo determinado - de cinco a sete dias nos adultos e em até duas semanas nas crianças. Porém, podem ocorrer complicações decorrentes da doença, como otites, sinusites e bronquites, assim como a transformação de um resfriado em quadros mais graves, de acordo com o agente causador da doença. Vale ressaltar que a febre é menos comum nessa patologia e quando aparece o paciente não tem altas temperaturas.

Grupos de risco
Crianças e idosos representam o grupo de maior risco, pois apresentam maiores complicações quando contraem os vírus da gripe. No Brasil, a campanha da vacinação de idosos tem o objetivo de reduzir óbitos e internações causadas pela gripe, seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como evitar?
Para evitar doenças respiratórias, é necessário que a população redobre os cuidados com a higiene. Assim, práticas baratas e eficazes de prevenção, como lavar as mãos frequentemente, não compartilhar objetos pessoais se estiver gripado ou resfriado e tapar a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir, são a melhor maneira de prevenir essas doenças.

"Como sabemos se estamos gripados ou resfriados?
No caso da Influenza A e B, os sintomas são mais severos devido, por exemplo, a uma resposta imune mais exacerbada do organismo. Isso significa que o paciente tem mais febre, prostração e dores no corpo, sintomas que se estendem entre três e sete dias, além de mais possibilidades de desenvolver um quadro pulmonar. Pacientes com doenças de base, como diabetes, asma, hipertensão e problemas cardíacos têm 100 vezes mais chances de desenvolverem complicações, como infecção bacteriana secundária associada à gripe. Por isso, é importante procurar um médico, ele recomendará a melhor forma de tratamento." - Virologista Fernando Motta, pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em uma entrevista de 2010.

Alguns sites com conteúdo recomendado para o assunto:
http://www.sautil.com.br/saude-para-voce/saude-respiratoria/conteudo/gripe-ou-resfriado
https://www.ufrgs.br/telessauders/noticias/3721gripe/



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³ Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982), Residência Médica em Pneumologia no Instituto de Tisiologia e Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1985, Mestrado em Pneumologia e Tisiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e Doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Possui experiência em Genética Molecular e de Microorganismos. É professor do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Na área de Pneumologia, tem interesse principalmente nos temas Tuberculose, Asma, Pneumopatias Intersticiais e Ensino Médico. Coordenadora de Residência Médica do Instituto de Doenças do Tórax de 1994 a 2001. Coordenadora de Ensino e Extensão do Instituto de Doenças do Tórax de 2006 a 2009. Diretora Executiva do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro de 2009 a 2013. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008

segunda-feira, 29 de maio de 2017



TABAGISMO, DO HÁBITO À DEPENDÊNCIA
(O presente texto é resultado das atividades desenvolvidas no setor de Telemedicina do IDT para Introdução às Tecnologias Aplicadas à Saúde e à Educação)

Autoras: Renata Michelim Collareda dos Santos¹ E Daniela Mayumi Yamamoto² (Alunas do 6º período de medicina /UFRJ).
Supervisão e Edição: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo³

O uso de tabaco envolve fatores psicológicos e sociais e seus efeitos podem destruir a saúde de um indivíduo. O tabaco contém nicotina e, de forma bem simples, a fisiopatologia dessa droga está relacionada a uma substância do cérebro chamada dopamina, que é um potencial mediador para sensações de prazer e de compulsão que levam o individuo à dependência dessa sensação induzida por ela. Em algum momento, seu uso proporciona prazer, mas com o passar do tempo seus efeitos são catastróficos no organismo e a maneira pela qual essa dependência se instala, é devastador.
Vamos relatar duas histórias que retratam como a dependência à nicotina pode afetar o organismo humano.

A.J iniciou uso do tabaco aos 17 anos de idade. Fumar, um hábito inicialmente sem importância, com o decorrer do tempo tornou-se um vício e instrumento de alívio para trazer calma nas horas de angústia e ansiedade. Aos 74 anos, apresentava sintomas persistentes como tosse e falta de ar e fazia uso contínuo de oxigenioterapia domiciliar. Quando recebeu o diagnóstico de DPOC e foi orientado a parar de fumar, se viu diante de um rompimento desesperador com aquilo que trazia prazer, mas que causou uma doença grave e incapacitante. A abstinência do cigarro produzia sintomas tão incômodos que ele voltou a fumar. Nos últimos 3 meses, A.J teve duas exacerbações do quadro respiratório e veio a falecer.

D.A, hoje aos 55 anos, sofre de hipertensão arterial resistente e diabetes mellitus tipo 2, doenças relacionadas a maus hábitos alimentares e comportamentais. Fuma desde os 15 anos. Admite que começou a consumir cigarros de forma esporádica, apenas para chamar a atenção e para se entrosar com seu grupo de amigos, mas logo estava fumando 2 maços de cigarro por dia e usava o cigarro como alívio para os problemas de sua rotina. Ao perceber que se tornara dependente e ser informado sobre os malefícios do tabaco, decidiu parar de fumar. O principal fator motivador para essa atitude foi o nascimento de sua neta.
D.A fez várias tentativas de parar de fumar e teve várias recaídas. Voltava a fumar porque a ausência da nicotina produzia estados negativos de humor, irritabilidade e ansiedade. Após 2 anos de luta contra o tabagismo, seu marido faleceu por problemas de dependência alcoólica. Esse fator e o nascimento de sua neta lhe fizeram refletir sobre a influência negativa de um vicio em seu convívio familiar e sobre os efeitos que o tabagismo poderia produzir nela e nas pessoas que ela amava. D. A procurou ajuda psicológica e conseguiu parar de fumar.

Essas duas histórias, com diferentes desfechos, mostram a evolução do tabagismo do hábito à dependência e como fatores motivacionais são importantes para ajudar o indivíduo a parar de fumar. O uso de tabaco, como qualquer dependência química, traz sofrimento físico e psicológico, ao indivíduo e sua família. Vale a pena a reflexão, a orientação e o combate a qualquer tipo de dependência química.

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³ Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982), Residência Médica em Pneumologia no Instituto de Tisiologia e Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1985, Mestrado em Pneumologia e Tisiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e Doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Possui experiência em Genética Molecular e de Microorganismos. É professor do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Na área de Pneumologia, tem interesse principalmente nos temas Tuberculose, Asma, Pneumopatias Intersticiais e Ensino Médico. Coordenadora de Residência Médica do Instituto de Doenças do Tórax de 1994 a 2001. Coordenadora de Ensino e Extensão do Instituto de Doenças do Tórax de 2006 a 2009. Diretora Executiva do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro de 2009 a 2013. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008.

quarta-feira, 26 de abril de 2017



COMO AS EMOÇÕES AFETAM O PACIENTE ASMÁTICO?¹

Autoras: Natália Larissa Martins Lisbôa² E Caroline M. Baía³ (Alunas do 6º período do curso de graduação em medicina /UFRJ).

A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas ou brônquios (tubos que levam o ar para dentro dos pulmões) caracterizada pelos seguintes sintomas: falta de ar, sensação de aperto no peito, chiado no peito e tosse. Embora seja uma das doenças crônicas mais comuns em todo mundo, o acesso ao tratamento eficaz permite que a asma seja bem controlada na maioria dos pacientes, possibilitando a esses uma vida diária bem resolvida.
O desenvolvimento dessa doença está relacionado a vários fatores, como imunidade e genética do indivíduo bem como, seu estado emocional/psicológico. Assim, alguns estudos mostram a correlação entre pacientes com depressão, ansiedade e outras desordens psiquiátricas, principalmente em crianças e jovens, e a asma brônquica.
Como isso ocorre?
Dentre os possíveis mecanismos que podem estar associados, aqueles que levem ao aumento da vulnerabilidade a crise asmática e a menor resposta ao tratamento são os mais conhecidos.
“A maior prevalência de ansiedade entre pacientes com asma não controlada pode promover transtornos do humor, os quais, por sua vez, podem aumentar a percepção dos sintomas nesses pacientes, reduzindo assim sua percepção do controle da asma” foi publicado em 2011 na Revista Brasileira de Pneumologia.
Já em relação ao estresse, tem-se que o quadro psicológico crônico causa um estado pró-inflamatório crônico, com produção de substâncias que induzem a inflamação e a broncoconstrição (contração dos músculos que envolvem o brônquio, diminuindo a passagem de ar nas vias aéreas - uma das características da doença).
O conhecimento sobre os fatores envolvidos com a asma brônquica, principalmente, aqueles não tão comentados, como o estado emocional e psiquiátrico de portadores da doença é de extrema importância a fim de melhorar o tratamento de indivíduos que não respondem satisfatoriamente aos tratamentos convencionais e cuja as causas possam ser dessa origem. Dessa forma, abre-se o horizonte para um tratamento multidisciplinar, o qual pode mudar substancialmente a vida de muitos asmáticos.

Referências:
• Asthma and mental health among youth: etiology, current knowledge and future directions- (Renee D Goodwin,Frank C Bandiera, Dara Steinberg, Alexander N Ortegaand Jonathan M Feldman) Expert Rev. Respir. Med. 6(4), 397–406 (2012)

• Ansiedade e depressão em pacientes com asma: impacto no controle da asma*
Anxietyanddepression in asthmapatients: impactonasthmacontrol - (Aline Arlindo Vieira, Ilka Lopes Santoro, Samir Dracoulakis, Lilian Ballini Caetano, Ana Luisa Godoy Fernandes) - 2011

¹ O presente texto é resultado das atividades desenvolvidas no setor de Telemedicina do IDT para Introdução às Tecnologias Aplicadas à Saúde e à Educação.

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terça-feira, 28 de março de 2017



O Texto abaixo é resultado de uma entrevista realizada por alunas do Curso de Medicina da UFRJ, como parte das atividades desenvolvidas no setor de Telemedicina do IDT para Introdução às Tecnologias Aplicadas à Saúde e à Educação.

ENTREVISTADO: Drª Fernanda Carvalho de Queiroz Mello¹ (Professora da Faculdade de Medicina / UFRJ)

ENTREVISTADORAS: Natália Larissa Martins Lisbôa² E Caroline M. Baía³ (Alunas do 5º período do curso de graduação em medicina /UFRJ).

1) O que é a tuberculose? Quais são os sintomas?
A tuberculose é uma doença infecto contagiosa causada pelo bacilo de Koch, que é um bacilo álcool - ácido resistente, e sua forma de apresentação mais frequente é a forma pulmonar. Os sintomas mais frequentes são tosse, com ou sem expectoração (que pode eventualmente ter raios de sangue ou não), febre (frequentemente vespertina), sudorese noturna, astenia e emagrecimento.
2) Há outras formas de tuberculose, além da pulmonar?
Sim. A tuberculose pode acometer outros órgãos, mas em geral o quadro é de febre, astenia e emagrecimento, com outros sintomas associados ao funcionamento do órgão acometido.
3) Como ocorre a transmissão da tuberculose?
A transmissão se dá por via aérea, pela tosse, espirro, ou fala do paciente portador da forma respiratória (pulmonar ou laríngea) que, pela movimentação da coluna de ar pelo trato respiratório, elimina o bacilo para o meio ambiente, assim permitindo que outro indivíduo susceptível venha a inalar o agente infeccioso. O indivíduo se infecta pelo bacilo por meio da sua inalação. Apenas cerca de 10% dos indivíduos infectados desenvolverão a doença ativa (5% vão adoecer nos primeiros dois anos após a infecção, e os outros 5% no decorrer de toda sua vida). NÃO há risco significativo de transmissão por meio de copos, talheres, roupas ou lençóis.
4) Como se desenvolve a tuberculose extrapulmonar?
A partir da primo-infecção pulmonar, ocorre uma breve disseminação sanguínea do bacilo, e isso explica a ocorrência da forma extrapulmonar.
5) Como se proteger?
O cuidado deve ser o mesmo de controle de outras doenças de transmissão aérea. Manter sempre os ambientes bem ventilados.
6) E a vacina BCG para que serve?
A vacinação é recomendada a todos os recém-nascidos com o intuito de prevenir as formas graves e disseminadas da doença. Isto é feito por meio da vacinação por BCG, que é disponibilizada nas unidades de saúde do nosso país pelo SUS a todos os recém-nascidos. Vale ressaltar que a vacina BCG não protege o adulto das formas pulmonares e extrapulmonares.
7) Onde e como procurar tratamento no SUS?
O tratamento da tuberculose é feito pelo SUS, sendo gratuito e disponibilizado para toda a população brasileira. O programa de controle de tuberculose no país está integrado a Estratégia de Saúde da Família, por meio das clinicas da família. É muito importante conscientizar a população sobre a necessidade de procurar uma Unidade de Saúde quando houver tosse persistente há mais de três semanas, para investigação tuberculose ativa. Caso o caso seja confirmado, o tratamento deve ser iniciado naquela Unidade mais próxima do indivíduo o mais rápido possível, para interromper a cadeia de transmissão da doença. Casos mais complexos são encaminhados para hospitais de atenção terciária especializados no assunto, e seguem tratamento que demandem ajuste terapêutico e controle de efeitos adversos.
Vale ressaltar que os contatos, principalmente intradomiciliares, de um caso de tuberculose pulmonar devem ser orientados a procurar a equipe de Saúde da família para que seja avaliado se existe mais alguém doente nesse grupo de convívio próximo. Se for identificado, deve ser tratado também. Além disso, deve-se identificar, dentro desse grupo, os indivíduos portadores do bacilo que estão assintomáticos; ou seja, aqueles infectados, mas sem doença ativa. Para esses indivíduos, há a conduta preventiva para a doença ativa, de acordo com a faixa etária e os riscos de adoecimento.
8) O que acontece quando há resistência da doença?
Como a maioria dos pacientes diagnosticados apresenta uma resposta terapêutica favorável nas primeiras semanas de tratamento, muitos interrompem o seu uso regular, apesar da necessidade de manutenção do tratamento por, no mínimo, seis meses para atingirmos a cura da doença. O uso irregular dos medicamentos seleciona bacilos resistentes, causando um sério problema de saúde pública porque esses bacilos resistentes não respondem ao esquema básico de tratamento, e isto faz com que esses indivíduos passem a ter a necessidade de utilizar medicamentos que apresentam mais efeitos adversos e que têm um menor potencial de cura. Tanto o esquema básico quanto aquele utilizado para indivíduos com bacilo resistentes são fornecidos pelo SUS, mas existem referências para esquemas de multirresistência integradas à Estratégia de Saúde da Família.
Links:
Site Ministério da Saúde sobre TB. (disponibilizar no fim da postagem )
Site Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) (disponibilizar no fim da postagem)

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Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991), mestrado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998), doutorado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001) e pós-doutorado na JHU (Johns Hopkins University). Atualmente é professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordenadora do Ambulatório de Tisiologia do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro de 2003 a 2013. Coordenadora de Ensino do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro de 2009 a 2013. Membro do Conselho Deliberativo da Pós Graduação em Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFRJ (Conceito 7) desde 2009. Membro do Conselho de Ensino de Graduação da UFRJ 2012-2014. Diretora do Instituto de Doenças do Tórax desde junho de 2013.Coordenadora do Comitê de Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Tisiopneumologia, atuando principalmente nos seguintes temas: tuberculose, micobacterioses não tuberculosas, micobacteriologia, biologia molecular, diagnóstico, farmacogenética, e ensaios clínicos. Fator H=16.

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