Pulmão
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Câncer & Amianto
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês https://www.iarc.fr/), ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), afirma que "todas as formas de amianto são cancerígenas".
O principal câncer relacionado ao amianto é o mesotelioma, que acomete membranas que revestem órgãos como o pulmão. É uma doença rara, que pode demorar até 40 anos para se manifestar a partir da exposição ao amianto e que mata em cerca de um ano. O diagnóstico da doença é muito difícil. Entre 1980 a 2010, ocorreram 3,7 mil mortes por mesotelioma no Brasil, segundo estudo do médico sanitarista Francisco Pedra, da Fiocruz.
Além de câncer, o amianto é relacionado à asbestose, uma doença que pode provocar enrijecimento no pulmão e dificuldade respiratória.
Além disso, a IARC também relaciona o amianto a câncer de pulmão, laringe e ovário.
"Essa agência da OMS faz um levantamento de todos os artigos científicos existentes. Quando atesta que um agente é cancerígeno, é porque existem evidências científicas consistentes", aponta Ubirani Otero, epidemiologista do Instituto Nacional de Câncer (INCA), ligado ao Ministério da Saúde.
"Não existe nível seguro de exposição, todo cuidado é pouco", diz Ubirani, do INCA. Quem trabalha na cadeia do amianto corre mais risco, por estar mais suscetível à inalação da poeira.
Segundo especialistas, quem possui caixa d'água de amianto ou telha de amianto não deve removê-las por conta própria. Em alguns países europeus, por exemplo, a retirada de material de amianto é feita por equipes especializadas, com equipamento de proteção.
"A telha intacta não traz problema. É a fibra solta, que pode ser inalada, que oferece risco para a saúde. O problema é que há muito produto de amianto espalhado. A indústria pode controlar o ambiente de produção. Mas e na sociedade? O trabalhador da construção civil pode liberar fibra de amianto se lixar ou cortar aquela telha", explica Rubia Kuno, gerente de toxicologia e saúde ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, que baniu o amianto em 2007.
"A caixa d'água e o telhado estão quietinhos lá. O risco de liberar fibra é menor. Mas em algum momento a caixa d'água pode ser esfregada, pode haver uma reforma no telhado de amianto, pode ocorrer algum acidente que rompa a telha, como inundação, desabamento, colisão de veículo", complementa Francisco Pedra, da Fiocruz.
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-40885078
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