Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Saiba mais sobre DPOC



O que é DPOC?

Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por obstrução brônquica progressiva e parcialmente reversível das vias aéreas e diminuição do fluxo aéreo expiratório.

DPOC afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 65% têm doença moderada ou grave e 3 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência dela. A elevada prevalência e gravidade da doença tornam seu custo econômico elevado. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, DPOC tornar-se-á a 3ª causa de morte no mundo em 2020. Estima-se que o número total de mortes por DPOC no mundo deva aumentar mais de 30% nos próximos anos.

A principal causa de DPOC é exposição à fumaça de cigarro, seja por tabagismo ativo ou passivo. O tabagismo causa destruição do tecido pulmonar (enfisema) e obstrução de vias aéreas com inflamação e muco (bronquite crônica). A poluição do ar, exposições a agentes profissionais e síndromes genéticas como a deficiência de alfa-1 antitripsina também são fatores que contribuem para a ocorrência da doença.

Tosse crônica pode ser DPOC

A maioria dos pacientes com DPOC costuma referir sintomas a partir da quinta ou sexta década de vida. Sintomas comuns de DPOC incluem dificuldade respiratória, tosse crônica, chiados no peito, desconforto torácico e infecções respiratórias frequentes. Ocorrem também diversos outros impactos na qualidade de vida do indivíduo, como limitação de sua capacidade para o trabalho e diminuição da tolerância aos exercícios.



DPOC costuma ser subdiagnosticada e devido ao não-diagnóstico muitos portadores de DPOC não são tratados adequadamente. Estudos demonstram que pacientes podem ter sintomas por mais de 2 anos antes que o diagnóstico seja firmado. Indivíduos em risco para DPOC devem ser submetidos à investigação diagnóstica que inclua espirometria.

Se você tem tosse crônica por pelo menos três meses do ano, durante 2 anos consecutivos, você pode ter DPOC. Embora não tenha cura, ela pode ser controlada e existem diversas estratégias para o manejo da doença. Evidências mostram que DPOC mal controlada causa deterioração rápida da função pulmonar e isso deve ser evitado.

Pacientes com quadros mais severos costumam ter exacerbações frequentes que podem variar de 1 a 4 episódios por ano. Exacerbações são definidas como condições onde há piora clínica significativa, a respiração se torna mais difícil e há aumento da tosse e produção de escarro. As exacerbações de DPOC são causas habituais de internações.

Infecções são as causas mais comuns de exacerbações de DPOC. Prevenir a ocorrência de exacerbações é importante para o controle da doença. É importante que o paciente com DPOC saiba reconhecer precocemente os sinais e sintomas de um quadro de exacerbação de forma que possa atuar prontamente para controlá-la.

As exacerbações da DPOC podem ser evitadas com a prescrição e aderência do melhor tratamento possível ao paciente. A redução do número de exacerbações e hospitalizações pode também ser alcançada com a cessação do tabagismo e vacinação contra influenza e antipneumocócica.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Animais de estimação com donos fumantes podem ter câncer e outras doenças, alerta pesquisa



Animais de estimação correm um risco igual ou maior de serem vítimas de fumo passivo do que humanos, diz uma pesquisa da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Eles inalam mais fumaça e, por causa de sua rotina de limpeza, ingerem nicotina ao limpar seus pelos e penas.

Assim, cães podem desenvolver câncer de pulmão ou de cavidade nasal e seios paranasais. Gatos podem ter linfoma, e pássaros, coelhos e porquinhos-da-índia têm mais chances de sofrer de problemas respiratórios e doenças de pele. Os especialistas esperam que esses resultados motivem os donos dos animais a parar de fumar.

Quais são os riscos?
Renomada por seu hospital veterinário, a Universidade de Glasgow vem realizando estudos sobre os efeitos do fumo passivo em animais de estimação há vários anos.

A pesquisadora Clare Knottenbelt diz que foram recrutados 40 cães, metade deles de lares com fumantes, e amostras de pelos foram analisadas para saber seu nível de nicotina, enquanto os donos preencheram questionários detalhando a frequência com que eles e seus visitantes fumam em casa.



O mesmo foi feito com 60 gatos de estimação, com atenção especial para uma possível ligação entre fumo passivo e o linfoma felino, um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos desses animais.

Ela diz que os pesquisadores tiveram de levar em conta ainda as diferenças entre o comportamento de cães e gatos, destacando que felinos andam mais livremente por aí e podem estar expostos à fumaça de outras casas ou quando estão próximos de bares e locais onde há muitos fumantes.

"Muitas pessoas ficariam horrorizadas ao descobrir que o fumo passivo pode prejudicar seus animais e, em alguns casos, encurtar muito a vida deles", diz Wendy Preston, da RCN. "Queremos facilitar a conversa sobre isso entre veterinários e enfermeiras veterinárias com os donos dos pacientes."

Leia mais: https://www.bbc.com/portuguese/geral-41810216

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Associação tabaco e álcool - drogas lícitas a serviço do mal



Historicamente o tabaco e o álcool são consumidos livremente. Além disso, é fato que com o advento da televisão, do cinema e crescimento da propaganda e marketing, seu consumo sofreu um grande boom de crescimento transformando-os em líderes de consumo no mundo.

Hoje é sabido que são drogas altamente viciantes e com potencial para desenvolvimento de doenças graves, que causam grandes prejuízos a saúde de seus consumidores onerando os serviços de saúde pública em todo o mundo.

De acordo com relatório da OMS, a cada 20 mortes no mundo, pelo menos uma está relacionada ao consumo de álcool. Há mais de 200 doenças relacionadas ao seu consumo, pois não somente ocasiona danos diretos, mas torna seu usuário mais suscetível a outros agravos. Isso significa dizer que o álcool mata mais que AIDS e tuberculose, por exemplo - só em 2012 foram 3,3 milhões de mortes relacionadas ao álcool no mundo.

Sobre o tabaco, a OMS afirma que é a maior causa evitável de mortes no mundo - cerca de 6 milhões de pessoas morrem no mundo anualmente em consequência de doenças relacionadas ao tabaco. Isso significa uma vida perdida a cada 6 segundos. O tabaco está relacionado a pelo menos cinquenta doenças e doze tipos de câncer.

Não é novidade que o tabaco e o álcool, apesar de todo debate que costuma envolvê-los, são drogas que causam grandes danos a saúde. A novidade tem sido revelada por pesquisas recentes que comparam seus danos com os danos causados por outras drogas lícitas e ilícitas e o resultado chama bastante a atenção.

O estudo mais recente foi publicado na revista "Addiction", da Society for the Study of Addiction", da Inglaterra, em maio de 2018. Os pesquisadores envolvidos reuniram informações de todo o mundo sobre o uso de drogas e a relação do uso com os agravos em saúde. Os dados de 2015, por exemplo, mostravam o seguinte panorama: uso abusivo de álcool por adultos - 18,3%; uso diário de tabaco - um em cada sete adultos; uso de maconha - 3,8%; anfetaminas - 0,77%; opioides - 0,37%; cocaína - 0,35%. Os dados revelam que o tabaco e o álcool são as drogas mais consumidas no mundo e as que causam mais danos à saúde e mortes no mundo.

Leia mais sobre esta pesquisa em: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2018/05/17/alcool-e-cigarro-continuam-sendo-os-piores-viloes.ghtml

Há muitas conclusões e reflexões possíveis a partir dos dados da pesquisa, mas gostaríamos de frisar três pontos importantes aqui: 1) que o maior número de agravos está diretamente relacionado com a prevalência do uso do álcool e do tabaco; 2) o consumo dessas drogas é notoriamente maior que qualquer outra droga, lícita ou ilícita; 3) se observamos uma queda no consumo de tabaco, promovida por campanhas de conscientização, regulamentação mais rígida de propagandas, o mesmo não observamos em relação ao álcool.