Pulmão

Pulmão
"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O papel da respiração

(extraído de https://pre00.deviantart.net/b9f3/th/pre/f/2018/276/7/6/4585_07rdc_by_pascalcampion-dcogrvp.jpg)

A respiração pulmonar é o primeiro fenômeno que acontece com o nascimento e se mantém, por toda a vida, de maneira automática e involuntária. Respirar, definido como “absorver o oxigênio do ar e expelir o gás carbônico resultante das queimas orgânicas”, é fundamental para a manutenção da vida.

No útero, a oxigenação do sangue fetal ocorre na placenta. Por ocasião do parto, com o corte do cordão umbilical, o fluxo da placenta é interrompido, os pulmões se expandem, o líquido dos pulmões é eliminado e o ar penetra nos pulmões. O processo da primeira respiração é doloroso e o choro ao nascer é um sinal indicativo de que os pulmões estão funcionando corretamente.

O sistema respiratório

O sistema respiratório humano é formado pelo nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões. Na respiração, ocorrem dois tipos de movimentos: a inspiração e a expiração de ar. Na inspiração, o ar atmosférico penetra pelo nariz e chega aos pulmões, enquanto na expiração, o ar presente nos pulmões é eliminado para o meio externo.


Na mucosa nasal, a produção de muco e a presença de pelos atuam como filtros capazes de reter partículas e microorganismos que penetram no nariz junto com o ar. A rica vascularização da mucosa nasal permite que o ar que chega aos pulmões seja mais limpo, úmido e aquecido que o ar inspirado pela boca.

Antes de chegar aos pulmões, o ar inalado passa pela faringe, laringe e traqueia, um canal cilíndrico, com cerca de 12 cm de comprimento, em continuação à laringe e bifurcado, inferiormente, nos dois brônquios, o direito e o esquerdo, que se dirigem para cada um dos pulmões. No interior dos pulmões, os brônquios se ramificam em brônquios menores que terminam em canais muito finos, denominados bronquíolos, que se abrem nos ácinos pulmonares.

Os pulmões, situados na cavidade torácica, são os órgãos essenciais do sistema respiratório. Envolvidos por uma membrana denominada pleura, são constituídos por bronquíolos, vasos sanguíneos e alvéolos, pequenas estruturas saculares localizadas na região terminal dos bronquíolos, onde são efetuadas as trocas gasosas entre o ar inspirado e o sangue (hematose).

Cada ser humano respira o equivalente a catorze quilos de ar por dia. Ao mesmo tempo em que respiramos oxigênio, inalamos pequenas quantidades de partículas perigosas.

Funções não respiratórias dos pulmões

Fonação - o pulmão é o grande alimentador da voz, que nos permite falar, rir, chorar, cantar, soluçar, exclamar, suspirar etc.

Filtro sanguíneo – a circulação pulmonar constitui um filtro do sangue entre os territórios venoso e arterial do organismo. Assim, partículas de 10 a 50 micras são retidas na circulação pulmonar, evitando que alcancem órgãos vitais do organismo, principalmente o cérebro, e prejudiquem sua circulação.

Regulação térmica – o aumento da ventilação pulmonar permite maior perda de calor e água, o que auxilia a regular a temperatura corpórea.

Eliminação de substâncias voláteis - além da eliminação do gás carbônico, um de seus objetivos primários, os pulmões funcionam como porta de saída de substâncias voláteis a 37 graus centígrados de temperatura, como por exemplo, o álcool, o que permite o teste do bafômetro.

Mecanismo de defesa - a superfície dos alvéolos, que entra em contato direto com o ar que respiramos, é a maior exposição do nosso organismo com o meio ambiente (a superfície alveolar representa 80 a 100 vezes a superfície do nosso corpo).

A qualidade do ar inspirado é importante para a saúde. Cuide bem de sua respiração.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Fumar em carro com menor de idade pode virar multa gravíssima


Tramita no Senado uma proposta que pode multar quem fumar em automóveis com crianças, com base na legislação já aplicada em países da Europa e Estados Unidos. A proposta tem como objetivo evitar que menores de 18 anos sejam fumantes passivos. Seria um meio de evitar que os jovens sejam expostos aos efeitos nocivos do cigarro.

O projeto de Lei, de 2015, que endurece as regras de venda e consumo de cigarros avançou no Senado e vai para apreciação da Comissão de Assuntos Sociais. Entre as mudanças propostas, está a previsão de multa gravíssima para o motorista que fumar ou deixar que fumem em carro que transporta menores de idade. De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito, o valor de uma multa gravíssima é de R$293,47, além do acréscimo de 7 pontos na carteira de habilitação.

A proposta foi aprovada por 4 votos a 3 na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC). O PL também propõe que as embalagens de cigarro sejam padronizadas, além de proibir a adição de substâncias que alterem o sabor ou aroma dos produtos. Outra mudança prevista é a proibição de propaganda de cigarros em pontos de venda. A propaganda em veículos de comunicação de massa já é proibida.

Uma das justificativas para o PL é o alto gasto da União com a saúde de fumantes e pessoas expostas ao cigarro. Dados de uma pesquisa da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, de 2015, mostram que aproximadamente R$ 23 bilhões são gastos anualmente diretamente com a saúde dos consumidores por doenças ligadas ao tabagismo. Os valores podem ser maiores, uma vez que essa soma não leva em conta aposentadorias precoces, mortes e faltas ao trabalho.

Leia mais

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Álcool e tabaco aumentam risco de câncer de cabeça e pescoço

Estudo relaciona câncer de cabeça e pescoço aos diferentes tipos de bebida, tabaco e aos padrões de seu consumo

Uma pesquisa na USP mediu qual a probabilidade de se adquirir câncer de cabeça e pescoço em função do padrão de consumo e tipos de bebidas alcoólicas e tabaco.

A pesquisadora Suely Sakaguti, bióloga e membro da Comissão de Prevenção e Controle do Tabagismo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, acompanhou 3.964 portadores de câncer de cabeça e pescoço e 3.097 pacientes com outras doenças que não o câncer, no Estado de São Paulo.

Entre outras conclusões, os números indicam que os riscos decorrentes do tabagismo foram mais expressivos para câncer na hipofaringe (parte inferior da faringe, abaixo da epiglote). No consumo de bebidas alcoólicas, foi observada maior associação do câncer de orofaringe (parte da garganta logo atrás da boca) ao consumo de bebidas destiladas, que apresentam teor alcoólico mais elevado. Já o uso simultâneo de tabaco e álcool aumentou sensivelmente o risco de qualquer tipo de câncer de cabeça e pescoço.

Suely Sakaguti explica que tanto o tabaco quanto as bebidas alcoólicas apresentam algumas substâncias consideradas carcinogênicas. Segundo ela, graças às estratégias realizadas no Brasil, a prevalência do consumo de cigarro industrial tem diminuído, embora as pessoas o busquem em outras formas de apresentação, como charuto e cachimbo. Já o consumo de bebidas alcoólicas tem crescido, principalmente entre adolescentes.

Quando uma pessoa faz consumo de bebidas alcoólicas e/ou tabaco, substâncias carcinogênicas entram em contato com seu organismo. O corpo tem a capacidade de “biotransformá-las” e expeli-las. Mas isso depende de fatores genéticos que ajudam nessa eliminação. Quanto maior o consumo, maior a chance dessas substâncias carcinogênicas se acumularem e se unirem a moléculas de DNA, que é o processo inicial do câncer. A chance é ainda maior para quem ingere álcool e tabaco em conjunto.

Leia mais




sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Tuberculose não é só nos pulmões?


A tuberculose é uma doença de transmissão aérea, a partir da inalação de aerossóis. Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos. O contágio ocorre quando uma pessoa com o organismo fragilizado inala gotículas espalhadas pelo ar provenientes de indivíduos doentes.

Vários aparelhos e sistemas podem ficar comprometidos pela tuberculose, com predomínio das formas pulmonares (85%) nos países com maior prevalência. No Brasil, há predomínio de informações sobre a tuberculose pulmonar, nas formas primárias e pós-primárias, e poucos relatos em relação às outras manifestações clínicas da doença.

A tuberculose pulmonar é classificada como primária quando diagnosticada em pessoas que entram em contato com o bacilo da tuberculose (bacilo de Koch) pela primeira vez. Quando acontece a reativação de infecção latente, oriunda de anos ou décadas, denomina-se tuberculose pulmonar pós-primária.

Apesar das formas pulmonares serem as mais comuns, a tuberculose pode afetar outros órgãos. A tuberculose extrapulmonar em geral resulta de disseminação hematogênica. Quando o indivíduo sadio é infectado, o bacilo se dissemina pela corrente sanguínea e pode se alojar em diversas áreas do corpo. A tuberculose extrapulmonar costuma atingir, preferencialmente, indivíduos com dificuldade em conter a infecção, como recém-nascidos, pacientes com AIDS e pessoas com imunodeficiência.

As formas mais comuns de tuberculose extrapulmonar são a ganglionar, a meníngea e a óssea. A doença pode acometer também o sistema geniturinário, intestinal, laringe, olhos, pele, pleura, pericárdio e peritôneo. Os sintomas gerais são comuns aos da forma pulmonar, como febre, sudorese noturna e emagrecimento, acrescidos de queixas relacionadas ao órgão afetado.

Meningite tuberculosa, a forma mais grave de tuberculose, é comum em crianças do nascimento aos 5 anos e indivíduos imunocomprometidos, cursa com cefaleia, febre baixa, náuseas, sonolência e pode evoluir para coma e óbito. Pode ser prevenida na infância pelo uso de vacinação com BCG.

A linfadenite tuberculosa (escrófula) ou tuberculose ganglionar usualmente compromete os linfonodos de cadeias cervicais e supraclaviculares posteriores. Caracteriza-se por edema generalizado dos linfonodos comprometidos que podem se tornar dolorosos, confluentes e formarem fístulas.

A tuberculose pode afetar também os ossos e as articulações. A doença de Pott é uma infecção na coluna que inicia em um corpo vertebral e, muitas vezes, se dissemina para as vértebras adjacentes, com estreitamento do espaço discal entre elas. Edema paravertebral pode resultar de um abscesso. Os sintomas incluem dor progressiva ou constante nos ossos envolvidos e artrite crônica ou subaguda (em geral, monoarticular). Na doença de Pott, a compressão da coluna espinal produz déficits neurológicos, inclusive paraplegia.

O tratamento das formas extrapulmonares é feito de acordo com os esquemas preconizados para tratamento de tuberculose pulmonar, porém por tempo superior. O uso de tuberculostáticos é normalmente indicado por 6 a 9 meses, exceto quando há comprometimento de meninges que requer tratamento por 9 a 12 meses.

Em casos específicos, é necessário tratamento cirúrgico complementar, para ressecção de trompas ou intestino infectado, drenagem de pleura ou pericárdio, fechamento de fístulas broncopleurais ou descompressão de coluna afetada por abscesso tuberculoso ou fixação de coluna vertebral (Mal de Pott).

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Cigarros eletrônicos: uma alternativa aos cigarros convencionais?


A indústria do tabaco está em uma cruzada para convencer a Organização Mundial da Saúde (OMS) a considerar o tabaco aquecido e vaporizadores como alternativa aos cigarros convencionais.

Em documento entregue, na oitava sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP8), promovida pela OMS, a indústria do tabaco com a chancela de 72 especialistas, defende que “Do ponto de vista da saúde, a principal distinção entre os produtos de nicotina é se eles sofrem combustão ou não. Não é se são produtos de tabaco ou não tabaco”.

As indústrias de tabaco alegam, com base em estudos independentes, que os vaporizadores são 95% menos danosos à saúde do que os cigarros convencionais – por não gerarem combustão e terem menos substâncias tóxicas. Já os produtos de tabaco aquecido ainda têm poucas pesquisas científicas, enfrentando resistência maior de órgãos reguladores de saúde no mundo.

O argumento das indústrias é rechaçado pela chefe do Secretariado da Convenção, a brasileira Vera Luiza da Costa e Silva: “A comunidade científica continua com visões divergentes, não existe consenso. As empresas têm interesse em vender e captar novos consumidores, principalmente crianças e adolescentes. A cada dia mais gente está parando de fumar, e eles estão querendo voltar a transformar o ato de fumar em algo socialmente aceito, através de um produto que pode parecer um remédio para reduzir os danos, mas que na verdade se desconhece ao certo”.

Atualmente, os dispositivos para fumar são proibidos no Brasil. A venda, a importação e a propaganda de qualquer dispositivo eletrônico para fumar são proibidas pela Anvisa, segundo a Resolução RDC 46/2009.

Segundo a Anvisa, os cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil pelo fato de serem vendidos prometendo ser um tratamento para cessação do tabagismo, um produto sem riscos à saúde e que poderia ser utilizado em ambientes fechados. Nenhuma destas alegações foi devidamente comprovada, conforme a agência reguladora.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

As novas formas de tabaco


“O cigarro mata”, o slogan das campanhas de saúde pública, é agora usado pela indústria do tabaco para criar novos produtos que reduzam esse risco. É o caso do IQOS, aparelho de tabaco aquecido, lançado pela Philip Morris e que faz grande sucesso no Japão, o terceiro maior consumidor de tabaco no mundo.

Essa nova forma de consumir tabaco é apresentada como menos prejudicial à saúde em relação ao tabaco convencional, informação contestada por profissionais de saúde e opositores naturais da indústria do tabaco. O marketing utiliza a informação de que o produto é menos nocivo e, portanto preferível ao tabaco convencional, embora ainda não sejam conhecidos os efeitos que estes produtos possam produzir.

Como funciona o IQOS?


É um pequeno aparelho que possui uma bateria e uma caneta onde são colocados os heatsticks que são fumados. Os heatsticks são vendidos em lotes de 20, como nos tradicionais maços de cigarros, que são colocados na caneta e permitem de 10 a 12 inalações. No aparelho, o tabaco é aquecido a temperatura de 350oC, o que evita a produção de inúmeros produtos químicos liberados pela combustão do cigarro convencional, que queima o tabaco a temperaturas que podem chegar a 900oC.


Não ocorrendo combustão, não há cheiro nem cinza. O tabaco aquecido sem combustão tem sido apresentado como uma solução alternativa para os fumantes, mas ainda assim as opiniões sobre o tema dividem os especialistas a nível internacional.

Futuro otimista ou vício igualmente nocivo?

Para os defensores do dispositivo, o tabaco sem combustão pode ser reconhecido como instrumento que reduz os constituintes nocivos do cigarro sem eliminar a satisfação do fumador adulto.

Para os especialistas, estes dispositivos não devem ser utilizados em programas de redução tabágica porque não estão regulados e contêm uma multiplicidade de substâncias cujos efeitos secundários não estão descritos. “O aparelho respiratório existe para receber apenas ar, de preferência ar puro e quaisquer substâncias inaladas repetidamente são potencialmente lesivas. Levaram-se décadas a perceber os efeitos devastadores dos hábitos tabágicos. Queremos agora retroceder no tempo e assumir esta responsabilidade para com as gerações futuras, a propósito dos novos produtos derivados do tabaco?”, questiona o médico Carlos Robalo, pneumologista no Hospital Universitário de Coimbra e Secretário Geral da Sociedade Europeia Respiratória.

É inquestionável que o tabaco é prejudicial á saúde e a nicotina é uma droga aditiva. O IQOS é a nova forma de consumir nicotina, a substância que causa dependência e induz efeitos no sistema nervoso central e cardiovascular. O melhor mesmo é não fumar.

“Os pulmões humanos são feitos para respirar ar limpo e, consequentemente,
qualquer substância inalada em longo prazo pode ser prejudicial”


sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Dia Mundial da Pneumonia

<


Estabelecido em 2009, o Dia Mundial da Pneumonia é comemorado todos os anos no dia 12 de novembro. Seus principais objetivos são:

1) Aumentar a conscientização sobre a pneumonia, principal causador de mortes no mundo em crianças menores de 5 anos;
2) Promover intervenções para proteger, prevenir e tratar a pneumonia, destacando abordagens e soluções comprovadas que necessitem de recursos e atenção;
3) Gerar ações para combater a pneumonia e outras doenças infantis comuns, mas que podem ser fatais.

A pneumonia é uma das principais causas de óbito, apesar de ser de fácil prevenção e tratamento. Grupos populacionais que vivem em comunidades pobres correm maior risco de desenvolver pneumonia. Toda criança, independentemente de onde venha a nascer, merece acesso a vacinas e remédios.

Fatos importantes:

* A pneumonia é responsável por 16% de todas as mortes de crianças menores de 5 anos, matando 920 136 crianças em 2015.
* A pneumonia pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos.
* A pneumonia pode ser prevenida pela imunização, nutrição adequada e pelo tratamento de fatores ambientais.
* Pneumonia causada por bactérias pode ser tratada com antibióticos, mas apenas um terço das crianças com pneumonia recebem os antibióticos de que necessitam.

A pneumonia é uma forma de infecção respiratória aguda que afeta os pulmões. Os pulmões são compostos de pequenos sacos chamados alvéolos, que se enchem de ar quando uma pessoa saudável respira. Quando um indivíduo tem pneumonia, os alvéolos ficam cheios de pus e líquido, o que torna a respiração dolorosa e limita a passagem do oxigênio.

A pneumonia é a maior causa infecciosa de morte em crianças em todo o mundo. A pneumonia matou 920 136 crianças com menos de 5 anos em 2015, representando 16% de todas as mortes de crianças com menos de cinco anos de idade - segundo a OMS, uma criança morre de pneumonia no mundo a cada 20 segundos. A prevenção se dá com intervenções simples e o tratamento é feito com medicação e cuidados de baixo custo e baixa tecnologia.

Prevenir é sempre o melhor remédio

Alguns passos rumo a prevenção:
• alimentar o bebê apenas com leite materno durante os seis primeiros meses de vida, no mínimo;
• lavar bem as mãos e todos os utensílios do bebê antes que entrem em contato com a criança;
• evitar ambientes com atmosfera poluída, como fumaça de cigarro;
• vacinar contra os principais agentes causadores da doença (exemplo: pneumococcus).

Fonte: http://www.who.int/life-course/news/events/world-pneumonia-day-2018/en/

Releia nossa postagem sobre pneumonia: Pneumonia

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Maconha e DPOC - qual a conexão?


Há algum tempo, muitos questionamentos começaram a ser feitos sobre a conexão existente entre a maconha e as doenças respiratórias. Se com o cigarro a conexão já está comprovada, através de pesquisas e estatísticas, com a maconha não acontece o mesmo. Há dúvidas sobre a relação de causalidade, sobre o tamanho do impacto e mesmo sobre suas propriedades terapêuticas.

Nos Estados Unidos, vários estados permitem o uso recreativo e/ou médico da maconha. Por esse motivo, muitos pesquisadores têm se debruçado sobre o tema - eles investigam se a maconha pode causar doenças ou ajudar a tratá-las. Naquele país, muitas pessoas utilizam a erva e seus derivados para auxiliar no alívio da dor crônica e dos efeitos colaterais do tratamento do câncer, além de tratar epilepsia.

Mas isso não extingue a preocupação de que o uso recreativo da maconha possa aumentar o risco de uma pessoa desenvolver doenças, como por exemplo a DPOC. Por este motivo, foi elaborado um artigo com os principais links entre a maconha e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

O que é DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)?

A DPOC se refere a um grupo de doenças pulmonares que inclui bronquite e enfisema. Os sintomas da DPOC podem incluir chiado, falta de ar e aperto no peito. De acordo com a gravidade, também pode incluir: fadiga, perda de peso não intencional, baixo nível de oxigênio. A doença causa inflamação que prejudica o fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões, dificultando a respiração. Trata-se de doença progressiva - isso significa que os sintomas de uma pessoa tendem a piorar com o tempo. O tabagismo é a causa mais comum da DPOC, sendo responsável por cerca de 85% a 90% dos casos.

MACONHA X DPOC

O vínculo entre o uso de maconha e a DPOC é menos certo, e os achados foram mistos. Qualquer associação entre a droga e a doença parece se relacionar com a forma como uma pessoa usa maconha e com que frequência a usa. Autores de um estudo de 2014 concluíram que fumar pequenas quantidades de maconha, provavelmente, não causa danos significativos, mas que o uso pesado pode obstruir as vias aéreas e danificar o tecido pulmonar.

A maconha contém vários compostos químicos chamados canabinóides. Dois dos canabinóides mais conhecidos são o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC). THC é o composto que causa o efeito psicoativo. Fumar é a maneira mais comum de usar maconha, mas óleos comestíveis e tinturas também podem conter CBD e THC. No entanto, nenhuma pesquisa concluiu que o uso desses produtos causa danos aos pulmões.

De acordo com a American Thoracic Society, o consumo excessivo de maconha pode causar danos aos pulmões, o que poderia aumentar o risco de uma pessoa desenvolver DPOC. Isso porque muitos dos produtos químicos, nocivos e voláteis, que estão presentes na fumaça do tabaco, também estão presentes na fumaça da maconha. Além disso, independentemente da fonte, a fumaça, a cinza e o calor são prejudiciais para os pulmões e podem danificar seu revestimento. Isso parece sugerir que a fumaça da maconha provavelmente causa a DPOC.

Também, a maneira de fumar pode aumentar o risco de danos nos pulmões: uma pessoa geralmente inala a fumaça da maconha mais profundamente e a mantém nos pulmões por mais tempo do que a fumaça do cigarro.

O risco de desenvolver DPOC também pode depender de quanto tempo uma pessoa está usando maconha: um estudo de caso sugere que o uso prolongado de maconha pode levar à obstrução do fluxo de ar e aumentar a frequência respiratória de uma pessoa, o que pode afetar a função pulmonar. O uso a longo prazo também pode levar à inflamação e edema dos brônquios, o que pode causar sintomas de bronquite crônica, como aumento da produção de muco, tosse e sibilância.

Os resultados de outros estudos indicam que fumar maconha com moderação não causa a DPOC. Autores de uma revisão de 2013 concluíram que o uso regular de maconha pode causar um ligeiro aumento na resistência das vias aéreas, o que pode danificar o revestimento dos pulmões e dificultar a respiração. No entanto, não parece haver um vínculo definitivo entre o consumo regular de maconha e o desenvolvimento da DPOC.

A maconha pode piorar os sintomas da DPOC?

Fumar maconha pode tornar os sintomas mais graves em pessoas que já têm a doença. Por exemplo, fumar maconha pode danificar os pequenos vasos sanguíneos das vias aéreas, o que pode piorar sintomas como tosse e aumento da produção de muco. Fumar maconha também causa lesões microscópicas nas grandes vias aéreas, o que pode piorar os sintomas de bronquite crônica.

A maconha pode tratar a DPOC?

Fumar qualquer coisa, incluindo a maconha, nunca é uma boa ideia para pessoas com doença respiratória. Mas a maconha em outras formas pode beneficiar pessoas com DPOC. No entanto, nenhuma pesquisa concluiu que maconha pode tratar DPOC. Algumas dificuldades são apontadas para realização desse tipo de estudo: a variedade e os potenciais de cada tipo de maconha e o fato de que uma pessoa que fuma maconha, em geral, também fuma tabaco - o que dificulta a avaliação.

No entanto, no que diz respeito a Capacidade Vital Forçada (CVF), pode haver algum benefício com o uso da maconha. CVF é a quantidade de ar que uma pessoa pode exalar com força e rapidez após respirar fundo. A CVF reduzida é um sinal de DPOC. De acordo com uma revisão de 19 estudos de 2015, fumar maconha pode aumentar a CVF, embora as razões permaneçam um pouco incertas. Alguns pesquisadores sugeriram que o CBD e o THC podem diminuir o edema nos pulmões e ajudar a abrir as vias aéreas em pessoas com DPOC.

É importante entender que existem outros medicamentos e tratamentos para a DPOC que não incluem a maconha. O tratamento da DPOC geralmente envolve broncodilatadores e esteróides que foram estudados e aprovados por agências reguladoras, enquanto o uso da maconha não foi aprovado.

Fonte: Medical News Today

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

“Unidos contra a tuberculose: uma resposta global urgente a uma epidemia global”


Em Setembro de 2018, a ONU organizou em Nova Iorque o seu primeiro encontro dedicado à tuberculose. Cerca de 50 chefes de Estado e de governo participaram do evento com objetivo de abordar a doença que está entre as 10 principais causas de morte em todo o mundo.

A primeira reunião de alto nível da ONU (Organização das Nações Unidas) buscou um pacto global em torno da meta da OMS (Organização Mundial de Saúde) de eliminar a tuberculose até 2030. A reunião concentra-se na necessidade de ações urgentes e imediatas para acelerar o combate à doença. Segundo a ONU, a reunião “é um avanço tremendo e sem precedentes por parte dos governos e de todos os parceiros envolvidos na luta contra a tuberculose”.

O objetivo do encontro foi acelerar os esforços para alcançar eliminar a epidemia de tuberculose no mundo até 2030. Para cumprir esta meta, os países precisam reduzir em 90% o número de vítimas mortais e em 80% a quantidade de novas infecções em relação aos números de 2015.
Segundo o Relatório Global da Tuberculose, publicado pela Organização Mundial da Saúde, OMS, no mês de setembro, o impacto da doença está a cair em todas as regiões e na maioria dos países, mas a um ritmo demasiado lento para alcançar os objetivos.

Cerca de 1,6 milhão de pessoas perderam a vida devido à doença no ano passado. A infecção é a que mais mata pessoas e está à frente do vírus HIV. O relatório estima que 10 milhões de pessoas contraíram a doença no ano passado, incluindo 5,8 milhões de homens, 3,2 milhões de mulheres e mais de 1 milhão de crianças.

Por décadas, houve um subfinanciamento crônico de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para diagnóstico e medicamentos de TB. Os principais regimes de tratamento disponíveis para a TB não mudaram muito desde a década de 1940, e apenas dois novos medicamentos contra a doença foram desenvolvidos nos últimos 50 anos. Hoje, apenas 25% das pessoas com TB multirresistente a medicamentos (TB-MDR) são devidamente diagnosticadas e tratadas.


Apesar dos números alarmantes, a tuberculose tem cura. Para diminuir o número de casos é preciso um esforço para diagnosticar e tratar as pessoas que sofrem com a infecção. O tratamento dura vários meses e uma das dificuldades enfrentadas para o combate à doença é o abandono da medicação a partir dos primeiros sinais de melhora do paciente. Um dos meios de combater a patologia é garantir o acesso a diagnóstico e tratamento nos serviços de atenção primária. O tema é um dos tópicos que foram debatidos na reunião.

Saiba mais acessando aos links: Nações Unidas e UNAIDS.

sábado, 20 de outubro de 2018

Asma não é brincadeira. Não é frescura. Não tem cura


Asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias que mata três pessoas por dia no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. É a quarta causa de hospitalizações do SUS, com 100 mil internações por ano.

Há uma série de conceitos equivocados sobre a doença que atinge 20% da população brasileira. Asma cursa com sintomas característicos de obstrução brônquica, falta de ar, tosse seca, chiados e aperto no peito.

Listamos abaixo 10 Mitos & Verdades que todo asmático deve conhecer.


1. Asma pode ser fatal – VERDADE
Sim. Asma não controlada pode matar. Falta de diagnóstico e tratamento incorreto são as principais causas de mortalidade por asma.

2. A “bombinha” para asma vicia – MITO
O broncodilatador de curta ação ou medicação de resgate alivia momentaneamente a falta de ar quando inalado. Muitas vezes, o paciente não trata a asma de maneira contínua – o que não é o correto – e necessita das bombinhas com maior frequência, mas isso nada tem a ver com “vício”.

3. A “bombinha" faz mal para o coração – MITO
Os primeiros remédios broncodilatadores usados no tratamento da asma continham substâncias que tinham como efeito colateral a aceleração do coração (taquicardia). Com as novas drogas e dispositivos usados atualmente, esse efeito foi minimizado.

4. Asma não tem cura – VERDADE
Asma é uma doença crônica que deve ser acompanhada por toda vida. O uso de remédios contínuos é imprescindível no tratamento.Quando está bem controlada, a pessoa tem vida normal, sem qualquer limitação.

5. O asmático pode praticar exercícios – VERDADE
Ao contrário do que muitos pensam, asma não é contraindicação à prática de esportes.
Desde que a asma esteja controlada, indivíduos asmáticos não apenas podem praticar atividade física regularmente, como podem até mesmo chegar a ser um atleta.

6. Asma só deve ser tratada nas crises – MITO
Esta é uma das principais causas dos altos índices de hospitalizações por asma. Como toda doença crônica, asma deve ser tratada de forma contínua e regular. O uso correto dos inaladores é importante para o controle dos sintomas de asma.

7. Asma só se manifesta em crianças – MITO
Não. Asma atinge pessoas de todas as idades. É possível que indivíduos adultos deixem de ser expostos aos agentes que atuam como gatilhos para as crises de asma, como poeira, poluição e pelo de animais.

8. Grávidas podem tomar remédio para asma – VERDADE
Sim. 70% das mulheres grávidas que já eram asmáticas continuam com sintomas durante a gestação. Grávidas devem continuar a usar os medicamentos habituais para asma. Bebês de mulheres com asma mal controlada podem ser prematuros e apresentar baixo peso ao nascer.

9. Tudo que sibila é asma – MITO
Sibilos (chiados no peito) são queixas ou achados que podem ser atribuídos a diversas condições que cursam com obstrução de vias aéreas. Asma é apenas uma dessas condições. Nem tudo que sibila é asma assim como nem toda asma sibila.

10. O asmático pode ter vida normal – VERDADE
Sim. O indivíduo com asma bem controlada pode ter boa qualidade de vida.

Asma não é frescura. Não tem cura, mas tem tratamento. Assista ao vídeo criado pelo GINA (Global Initiative for Asthma) Brasil publicado no Dia Mundial de Combate à Asma em 2017. Clique AQUI






sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Um coágulo de sangue pode ser fatal


A embolia pulmonar (EP) é a oclusão de uma ou mais artérias pulmonares por trombos que se originam em outros locais, classicamente de veias de grosso calibre ou da pelve.

Quase todas as EPs se originam de trombos das veias das pernas ou da pelve (trombose venosa profunda) mas, a doença pode ser causada também por trombos originados em veias dos braços ou do tórax (causados por cateteres venosos centrais).

Condições que dificultam o retorno venoso, com o repouso prolongado no leito e restrição à deambulação, e situações onde há lesão ou disfunção da parede do vaso são fatores de risco para trombose venosa e consequente embolia pulmonar.

Embolia pulmonar aguda é uma condição comum e potencialmente grave. Estima-se que 10% dos pacientes com EP morrem nas primeiras horas após o início dos sintomas. A depender de sua repercussão fisiológica, a EP pode ser classificada como pequena (comprometimento de ventrículo direito ausente e sem hipotensão) ou maciça (com prejuízo da função de ventrículo direito e hipotensão), quando há risco significativo de morte em horas ou dias.

Em até 5% dos casos, ocorre obstrução arterial crônica que leva à hipertensão pulmonar tromboembólica crônica que pode resultar em insuficiência cardíaca direita crônica.

Os sintomas são inespecíficos e variam quanto à intensidade, na dependência da extensão da obstrução vascular e da função cardiopulmonar pré-existente. Podem ocorrer dispneia aguda, dor torácica, tosse e hemoptise (quando há enfarto pulmonar). Nas formas maciças, são comuns hipotensão, taquicardia, síncope e parada cardíaca.

Trombose venosa profunda


Trombose venosa profunda (TVP) é a coagulação de sangue em uma veia profunda, em geral da panturrilha, coxa ou pelve. Pode ser assintomática ou acarretar dor e edema no membro. Muitos fatores contribuem para o risco de desenvolver TVP: idade acima de 60 anos, câncer, tabagismo (incluindo o tabagismo passivo), insuficiência cardíaca, imobilização, uso de contraceptivos orais, trauma, gravidez e pós-parto, cirurgia recente.

A TVP pode progredir e o trombo se fragmentar, o que pode evoluir para uma EP. Juntas, TVP e EP são conhecidas por tromboembolismo.

Tratamento

A anticoagulação é a base do tratamento contra a TVP e EP. Os pacientes com forte suspeita de EP devem ser hospitalizados e receber tratamento com anticoagulantes. Nas formas maciças, deve ser considerada terapia trombolítica ou embolectomia.

Deve ser considerada a prevenção da trombose venosa profunda e, por conseguinte da embolia pulmonar, a todos os pacientes hospitalizados em risco de desenvolver a doença.


sábado, 6 de outubro de 2018

A vida inteira que podia ter sido e não foi

Homenagem aos 50 anos de morte de Manuel Bandeira

No poema Pneumotórax publicado por Manuel Bandeira em 1930, o autor expressa seu sofrimento causado pela tuberculose que o acometeu ainda muito jovem. “Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos... tosse, tosse, tosse”, sintomas típicos da tuberculose, são usados para traduzir a própria doença em forma de verso.

No Brasil, a literatura e a poesia, até a primeira metade do século XX, foram influenciadas pela tuberculose. A maioria dos poetas pré-românticos, parnasianos e modernistas extravasaram seus sentimentos e usaram seus versos para transmitir de forma irônica ou amarga sua história e preocupações com a tuberculose. Dentre eles, podemos citar Castro Alves, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Raymundo Correia.

Naquela época, anterior à quimioterapia usada nos dias atuais, os tratamentos da tuberculose eram inócuos, bizarros ou românticos. O uso de pneumotórax artificial (colapsoterapia terapêutica) foi o primeiro tratamento racional e, embora com indicações específicas e resultado incerto, constitui-se no tratamento heroico até o início da década dos anos 1950, quando surgiram as drogas antituberculose.

A morte de Manuel Bandeira, aos 82 anos, ocorreu em 13 de outubro de 1968, por causas não relacionadas à tuberculose, porém as noites insones acompanhadas pela tosse incessante lhe serviram de inspiração para produzir uma das mais belas obras da poesia moderna brasileira.

Muitos outros poetas faleceram jovens pela doença, entre os 21 e 35 anos de idade. Manuel Bandeira não teve a morte pulmonar esperada para os de sua geração, mas nenhum outro poeta exprimiu tão bem o que significa para um tuberculoso desenganado voltar à vida.

Depois de decorridos 50 anos da morte de Manuel Bandeira, a tuberculose se mantém como a principal causa de mortalidade por doenças infecciosas no Brasil e no mundo. O advento da quimioterapia antituberculose produziu um significativo avanço na relação milenar entre o homem e o bacilo de Koch, mas apesar de o tratamento antituberculose eficaz estar disponível gratuitamente, a tuberculose ainda é um desafio a ser enfrentado.

Referências:
1. Tuberculose - Aspectos históricos, realidades, seu romantismo e transculturação, José Rosemberg (http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-460X1999000200002&lng=pt&nrm=is);
2. A influência da Tuberculose na poesia de Manuel Bandeira, Tania T.S. Nunes (http://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2005/n_01/14.pdf).

sábado, 29 de setembro de 2018

Conversando sobre dispneia


Dispneia é o termo usado para definir a sensação desconfortável de dificuldade para respirar. Na maioria das vezes, costuma estar associada a doenças cardíacas ou pulmonares. A forma como as pessoas sentem e descrevem a dispneia pode variar, a depender da causa.

A frequência e profundidade das incursões respiratórias costumam aumentar como resposta fisiológica durante a prática de exercícios, em situações de ansiedade ou na presença de febre. Nestas condições, as pessoas tendem a respirar de forma mais rápida, mas isso não costuma causar desconforto. Dispneia ocorre quando a respiração acelerada é acompanhada pela dificuldade de respirar com a profundidade e a velocidade adequadas e pode variar de leve e temporária a intensa e persistente. É um sintoma comum descrito em algumas séries como presente em 1 de 4 pessoas que procuram atendimento médico.

Os sinais que indicam que uma pessoa apresenta dispneia são respiração rápida e superficial. Outros sinais e sintomas podem estar presentes, como tosse, dor torácica, palpitações, sibilos, cianose e edema.

Escala de dispneia

Por ser um sintoma subjetivo associado ao desempenho no exercício e à qualidade de vida, é importante quantificar a dispneia (Fonte: Escala de dispneia modificada – Medical Research Council)

Classificação Características
Grau I - Falta de ar surge quando realiza atividade física intensa (correr, nadar, praticar esporte).
Grau II - Falta de ar surge quando caminha de maneira apressada no plano ou quando caminha em subidas.
Grau III - Anda mais devagar do que pessoas da mesma idade devido à falta de ar; ou quando caminha no plano, no próprio passo, tem de parar para respirar.
Grau IV - Após andar menos de 100 metros ou alguns minutos no plano, tem de parar para respirar.
Grau V - Falta de ar impede que saia de sua casa.


Causas de dispneia

Um episódio isolado de dispneia relacionado a esforço físico intenso, por exemplo, pode ser considerado um evento normal, entretanto, na maioria das vezes, dispneia está relacionado a uma doença.

As causas mais comuns de dispneia são asma, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças pulmonares intersticiais, pneumonias e doenças psicogênicas usualmente definidas como ansiedade.

Se a dispneia se instala de forma súbita ou se é severa pode ser um sinal de gravidade. Dispneia aguda pode ser atribuída a crises de asma, pneumonia extensa, obstrução de vias aéreas por corpo estranho ou tumor, reação alérgica, anemia por perda sanguínea volumosa, falência cardíaca e hipotensão, tromboembolismo pulmonar e colapso pulmonar.

Dispneia crônica, definida por aquela que se prolonga por mais de 1 mês, pode ser relacionada a asma não controlada, DPOC, cardiopatias diversas, obesidade e fibrose pulmonar. Condições adicionais podem causar dispneia, como traumatismo torácico, câncer de pulmão, tuberculose, derrame pleural, edema pulmonar e hipertensão pulmonar.

Dispneia é uma condição que costuma cursar com hipóxia e hipoxemia, que significa baixos níveis de oxigênio nas células e no sangue, o que pode levar à diminuição do nível de consciência com risco temporário ou permanente de déficit cognitivo.

Muitas vezes, dispneia pode ser uma condição que coloca a vida em risco. Você deve procurar um Serviço de Emergência imediatamente caso apresente quadro súbito ou severo de dispneia, incapacidade física relacionada à dispneia ou dor torácica associada à dispneia.

O diagnóstico das causas de dispneia incluem anamnese e exame clínico, exames de imagem como radiografia de tórax e tomografia computadorizada de tórax, espirometria e eletrocardiograma. Exames adicionais como oximetria e hemogasometria arterial podem ser realizados. O tratamento da dispneia vai depender da causa e, em casos severos, pode requerer oxigênio suplementar.

sábado, 22 de setembro de 2018

Dia Mundial do Pulmão - 25 de setembro


Dia 25 de setembro é a data escolhida para celebrar a saúde respiratória e a qualidade do ar em todo o mundo. O pulmão é um órgão vital que é vulnerável a infecções e outras agressões oriundas do meio externo devido a sua constante exposição a partículas e agentes químicos do ar ambiente.

O impacto global das cinco principais doenças respiratórias - Asma, DPOC, infecções respiratórias, tuberculose e câncer de pulmão - é imenso. Juntas, elas representam uma significativa causa de morte e incapacidade, em suas diversas formas de apresentação aguda e crônica.

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) atinge 65 milhões de pessoas no mundo e 3 milhões morrem a cada ano em decorrência da doença. Cerca de 330 milhões de pessoas têm asma, a doença crônica da infância mais comum, que afeta 14% das crianças globalmente. Pneumonias matam milhões de pessoas anualmente e é a principal causa de morte em crianças abaixo de 5 anos. Mais de 10 milhões de indivíduos adoecem por tuberculose todos os anos. Tuberculose é responsável por 1.4 milhões de óbitos anualmente e é considerada a doença infecciosa mais letal. Câncer de pulmão mata 1.6 milhões de pessoas a cada ano.

Além dessas cinco, há várias outras doenças respiratórias de abrangência mundial que atingem milhões de pessoas, como os distúrbios relacionados ao sono, a hipertensão pulmonar e as doenças pulmonares ocupacionais.

Estima-se que, globalmente, 4 milhões de pessoas morram prematuramente por doenças respiratórias crônicas. 2 bilhões de pessoas são expostas a fumaça tóxica domiciliar , 1 bilhão inala poluentes externos e 1 bilhão é exposto a fumaça de cigarro.

Felizmente, a maioria das doenças respiratórias é prevenível. Reduzir o consumo de tabaco, melhorar a qualidade do ar no ambiente de trabalho pode prevenir doenças pulmonares ocupacionais e programas de imunização podem prevenir casos de pneumonia, em especial em população mais vulnerável como crianças e idosos.

Prevenção, controle e cura dessas doenças e a promoção da saúde respiratória devem ser uma prioridade do setor de saúde em nível mundial.

sábado, 15 de setembro de 2018

Tive contato com pessoa com tuberculose! O que devo fazer?


Texto de: Carla Santos¹

A tuberculose é uma doença transmitida a partir da inalação de partículas muito pequenas (aerossóis) eliminadas por pessoas com tuberculose ativa. A pessoa com tuberculose no pulmão pode transmitir o bacilo para outras pela tosse, fala ou pelo espirro. Somente pessoas com tuberculose ativa pulmonar ou laríngea transmitem a doença. Vale ressaltar que a tuberculose não se transmite pelo compartilhamento de roupas, lençóis, copos e outros objetos.

Denomina-se “caso índice” o indivíduo que está com tuberculose ativa e “contato” são todas as pessoas que convivem com ele, seja no mesmo domicílio ou no trabalho, de forma esporádica ou contínua. Contatos próximos de pacientes que eliminam grande quantidade de bacilos de tuberculose têm maior risco de infecção e adoecimento. O contato direto com o paciente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, representa maior chance de outra pessoa ser infectada com a bactéria causadora da doença.

Todos os contatos deverão ser avaliados e, caso seja confirmada a doença ativa, inicia-se o tratamento da tuberculose. Em casos específicos, onde há infecção tuberculosa (tuberculose latente), está indicada a profilaxia para diminuir o risco de adoecimento.

A atividade de controle de contatos é uma ferramenta importante para diagnosticar precocemente os casos de doença e identificar os indivíduos com maior risco de adoecer para então indicar as medidas de prevenção. O controle de contatos é realizada fundamentalmente pela atenção básica de saúde e deve ser considerada uma prioridade.



Como é o processo de avaliação dos contatos?

O caso índice deve ser entrevistado o quanto antes para identificação das pessoas que serão definidas como contatos. Sempre que possível, deverá ser feita uma visita domiciliar para melhor entendimento das circunstâncias que caracterizam os contatos identificados na entrevista do caso índice. Todos os contatos serão convidados a comparecer à unidade de saúde para serem avaliados.

Como será a avaliação?

Consiste na realização de anamnese e exame físico onde deverão ser pesquisados principalmente sintomas respiratórios. O contato sintomático, aquele que apresenta queixas que incluem tosse (às vezes, com sangue), perda de peso, sudorese noturna e febre, deverá ter sua investigação ampliada com a inclusão de radiografia de tórax e exame de escarro. Outros exames poderão ser solicitados, a depender das características de cada caso. Se o resultado do exame de escarro for positivo (baciloscopia positiva), a pessoa examinada está doente e será iniciado o tratamento.

A maioria das pessoas resiste ao adoecimento após a infecção tuberculosa e desenvolve imunidade parcial à doença. No entanto, alguns bacilos permanecem latentes, embora bloqueados pela reação inflamatória do organismo. A Prova tuberculínica (ou PPD) é um teste diagnóstico cutâneo que permite detectar se uma pessoa está infectada pelo bacilo da tuberculose.

Para quem não tem sintomas, mas tem prova tuberculínica positiva, depois de afastada doença ativa por meio de exame radiológico a decisão de iniciar tratamento para infecção latente vai depender de alguns critérios. Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomende que, em contatos, seja priorizado o tratamento de crianças e lactentes, parece haver consenso que o tratamento da tuberculose latente seja oferecido a todos aqueles indivíduos infectados que sejam considerados de alto risco para desenvolver a doença. O tratamento da infecção latente reduz significativamente o risco de desenvolvimento de tuberculose ativa e a transmissão da doença.

Em caso de dúvidas procure a unidade de saúde mais próxima da sua residência.

¹ Enfermeira, mestre em Ciências pela UFRJ, atuando no Laboratório de Pesquisa em Tuberculose/Instituto de Doenças do Tórax desde 2003, Parecerista do Comitê de Ética em Pesquisa/ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho desde 2015, desenvolvendo ações de capacitação na Unidade de Telemedicina nas áreas de Telessaúde e EAD desde 2016.

domingo, 9 de setembro de 2018

Qual é a diferença entre Fibrose Pulmonar e Fibrose Cística?


A Fibrose Pulmonar é uma doença crônica não infecciosa, de causa desconhecida e limitada aos pulmões, em que ocorre substituição progressiva do pulmão normal por fibrose (cicatrizes), prejudicando a sua capacidade para realização das trocas gasosas (oxigenação do sangue) e causa sintomas como falta de ar e cansaço.

A Fibrose Cística é uma doença genética crônica que leva ao acúmulo de muco nas vias respiratórias. Atinge, além dos pulmões, o pâncreas e o aparelho digestivo.

Fibrose Pulmonar

É uma doença crônica e progressiva, que costuma afetar indivíduos acima de 50 anos, com incidência de 4 casos em cada 100 mil pessoas. Caracteriza-se pelo enrijecimento do interstício pulmonar impedindo o bom funcionamento das trocas gasosas e pode ter causas diversas.

A Fibrose Pulmonar pode estar associada às doenças reumáticas e autoimunes, como lúpus, artrite reumatóide, sarcoidose e esclerodermia e pode ser consequente a inalação de poeiras (sílica, amianto, etc.), infecções (pneumocistose e tuberculose), tabagismo e efeito colateral de medicamentos, como amiodarona. Quando não é possível estabelecer sua origem, é denominada Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI).

Na fase inicial da doença os sintomas podem ser mínimos ou imperceptíveis, mas à medida que a fibrose evolui, tornam-se evidentes dispneia desencadeada por atividades físicas e tosse persistente, com expectoração escassa ou mesmo ausente. A dispneia pode progredir e se manifestar com tarefas simples ou mesmo em repouso. A FPI caracteriza-se por declínio progressivo e irreversível da função pulmonar.

Fibrose cística

É uma doença hereditária que causa deficiências progressivas no organismo, principalmente nos pulmões, pâncreas e o sistema digestivo. É também a doença genética grave mais comum na infância. Um a cada 10 mil nascidos no Brasil é portador de Fibrose Cística.

A doença afeta o sistema respiratório de forma severa. O muco espesso fica retido nas vias aéreas, o que aumenta o risco de infecções por bactérias. O paciente pode contrair tosse com secreção produtiva, pneumonias de repetição e bronquite crônica. A Fibrose Cística leva o organismo a produzir um muco de 30 a 60 vezes mais espesso que o normal, o que causa bronquiectasias, ou seja, a dilatação dos brônquios devido ao acúmulo de secreção, ocasionando inflamações e infecções frequentes, como pneumonia e sinusite.

Além do sistema respiratório, a Fibrose Cística também compromete o aparelho digestivo e as glândulas sudoríparas. O paciente tem má absorção de nutrientes e não ganha peso, apesar de se alimentar bem. A quantidade e frequência das evacuações também aumentam, com odor forte e presença de gordura. A secreção espessa anormal pode obstruir os ductos biliares, o que favorece a instalação de processos inflamatórios no fígado.

O Teste do Pezinho, realizado no Brasil em recém-nascidos é um importante teste de triagem. Em casos suspeitos, a criança deve ser encaminhada a um centro de referência para confirmação. No adulto, a doenças pode ser diagnosticada pelo Teste do Suor.

Tanto a Fibrose Pulmonar como a Fibrose Cística são doenças progressivas, ainda sem cura, cujas formas de tratamento são custosas, mas têm avançado muito.

Leia mais

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Dia 29 de Agosto - Dia Nacional de Combate ao Fumo


Hoje é uma data muito importante, pois celebramos o movimento de conscientização sobre os malefícios do tabagismo. É uma ótima data para aprender e também para refletir. Temos alguns artigos aqui mesmo no blog que podem te ajudar. Vamos lá!

Riscos de câncer de pulmão em mulheres
Animais de estimação com donos fumantes
Associação tabaco e álcool
Novas advertências nos maços de cigarros
Proteja seu coração, fique longe do cigarro
Como dialogar com adolescentes sobre os malefícios do cigarro eletrônico
Malefícios do tabagismo materno para o bebê
Por que não consigo parar de fumar?
Abordagem cognitivo-comportamental do fumante
Narguilê equivale a 100 cigarros
Cigarro apagado também afeta a sua saúde
A batalha contra os aditivos de sabores
O dia Nacional de Combate ao Fumo
Tabagismo: do hábito a dependência
Porque alguns fumantes tem câncer de pulmão

Além destes, também há outros relacionados, como os que tratam de DPOC e de câncer de pulmão.

Então? O que está esperando? Vamos ler. Se você é fumante, aproveite para pensar em parar. Se não é, aproveite para aprender e passar informações para outras pessoas.

Junte-se a nós nesta campanha!

sábado, 25 de agosto de 2018

Saiba o que é bronquiectasia



Fonte: https://foundation.chestnet.org/patient-education-resources/bronchiectasis/

Bronquiectasia é uma doença pulmonar que cursa com tosse persistente e incapacidade do indivíduo remover as secreções respiratórias. Do ponto de vista anatômico, é definida como dilatação irreversível e persistente com distorção dos brônquios de médio calibre e pode ser localizada ou difusa.

É usualmente uma condição adquirida secundária à inflamação crônica dos brônquios e/ou infecções de repetição e, como resultado, o pulmão desenvolve cicatrizes e o muco se acumula e não drena adequadamente, o que pode causar sérias dificuldades respiratórias.

O acúmulo de muco na árvore brônquica favorece a proliferação de vírus e bactérias que leva à infecção. Infecções crônicas causam inflamação crônica e consequente maior produção de muco o que facilita o surgimento de novas infecções.

No passado, infecções respiratórias na infância que produziam dano pulmonar intenso, como pneumonia por sarampo, eram causas frequentes de bronquiectasias. Com o advento de antibióticos, melhoria dos cuidados de higiene e os programas de vacinação, infecções respiratórias na infância se tornaram menos frequentes e atualmente bronquiectaias acometem, preferencialmente, indivíduos adultos.

No Brasil, as infecções graves ou repetidas que causam bronquiectasias são mais frequentemente relacionadas a tuberculose. Os chamados "resíduos sintomáticos de tuberculose" são a principal causa de bronquiectasias em nosso meio.

Sinais e sintomas de bronquiectasias

Os sinais e sintomas podem ser ausentes por meses e até anos. A queixa mais comum é tosse que se mantém por longos períodos e tende a piorar quando o indivíduo assume uma forma específica de decúbito. A expectoração costuma ser abundante e, eventualmente, pode conter pus e sangue e hemoptise volumosa pode ocorrer.

A pessoa pode referir ainda dor no peito e dificuldade para respirar. Em casos mais graves, onde há bronquiectasias extensas e difusas, o quadro pode evoluir para insuficiência respiratória.



Tratamento e evolução

Bronquiectasia é uma doença potencialmente grave. Não há cura e pode ser fatal se deixada sem tratamento.O diagnóstico precoce e medidas terapêuticas que possam reduzir a secreção brônquica, controlar as infecções e aliviar a obstrução brônquica podem reduzir os sintomas e prevenir as complicações.

Medidas terapêuticas incluem boa hidratação, para tornar o muco menos espesso, o uso de antibióticos e broncodilatadores e fisioterapia respiratória regular para promover a drenagem de secreções.

Pacientes com bronquiectasias difusas que evoluem para insuificiência respiratória podem vir a precisar de oxigenioterapia.

sábado, 18 de agosto de 2018

Risco de câncer de pulmão em mulheres



Neste mês de conscientização do câncer de pulmão, gostaríamos de chamar a atenção para um problema que atinge significativamente as mulheres. Trata-se do câncer de pulmão – tumor que mais mata no mundo.

Pesquisas recentes dão uma perspectiva bastante negativa em relação ao acometimento de mulheres por câncer de pulmão. O estudo mais recente, publicado neste mês de agosto no jornal da Associação Americana para Pesquisa do Câncer, prevê um aumento de cerca de 40% no número de casos até 2030. Foram analisados dados da OMS obtidos em 52 países, sendo 14 das Américas, incluindo o Brasil.

Embora as Américas apresentem uma probabilidade de índices menores, o impacto ainda é bastante significativo. O que tem impulsionado alertas aos governos sobre a necessidade de elaboração de estratégias que ajudem a reduzir os impactos sociais, econômicos e de saúde relativos a esse aumento no número de casos.

Para ler mais sobre a pesquisa clique AQUI.

No Brasil, os cânceres são a segunda maior causa de mortes e o tabagismo está relacionado a 60% das mortes de mulheres por câncer de pulmão. Além disso, o tabagismo influencia em outros problemas, por exemplo:

- está diretamente relacionado à cerca de 90% dos infartos em mulheres com menos de 50 anos;

- em gestantes, provoca o aborto, parto prematuro e/ou bebês com baixo peso e problemas de saúde;

- aumenta o risco de embolia pulmonar que pode aumentar até dez vezes quando a mulher faz uso de contraceptivos orais;

- mulheres que começam a fumar cedo podem ter a menopausa antecipada.

Assim, com tantos malefícios, a prevenção ao tabagismo ganha importância fundamental. E para as mulheres que já são fumantes, é necessário que a informação, o tratamento e recursos para prevenção de problemas graves estejam disponíveis.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Catarro? Argh!!!



É normal a reação de nojo quando falamos em catarro. Aquela gosma que expelimos quando estamos gripados é bem feia mesmo. Também é normal as mães ficarem preocupadas com seus pequenos quando estes dão sinais de congestão nasal. Mas, afinal, o que é e para que serve o catarro?

Mesmo quando estamos saudáveis, nosso organismo produz muco - uma gosminha que tem a função de auxiliar na defesa do nosso organismo. Algumas glândulas são responsáveis por sua fabricação. No sistema respiratório, há glândulas localizadas na mucosa que reveste as vias aéreas e que produzem o muco. Ele é composto por água (cerca de 90%), proteínas e outros resíduos.

Um exemplo de muco, bastante comum, é a chamada meleca. Ela é produzida nas narinas e ajuda a impedir a entrada de impurezas no organismo durante a respiração. Embora a maioria das pessoas sinta repulsa ao falar sobre o assunto, é importante lembrar que este muco é resultado da luta do nosso organismo pra se defender dos agentes externos que causam doenças - impurezas, vírus e bactérias.

Quando há um processo infeccioso instalado (gripe, sinusite, pneumonia, tuberculose, etc.) ou uma reação alérgica significativa, nosso sistema respiratório tende a produzir muco em maior quantidade. O muco envolve vírus, bactérias e outras impurezas buscando isolá-los e, com isso, facilitar a sua expulsão. O catarro que eliminamos fica repleto de agentes e é por este motivo que quando há suspeita de tuberculose, realizamos um exame de escarro para identificar se a bactéria (Mycobacterium tuberculosis), que causa a doença, está presente no material.

De acordo com o tipo de infecção o catarro pode apresentar cor, consistência e cheiro diferente. O ideal é que seja transparente, sem cheiro e mais líquido, mas algumas situações podem mudar seu aspecto, como: estar em ambiente com ar seco, não beber água em quantidade suficiente, ter alguma alergia respiratória, usar alguns medicamentos como antidepressivos, anti-histamínicos, etc.

- Transparente - em geral está relacionado a coriza, típica de resfriados e rinites;
- Verde ou amarelo - indica a presença de células de defesa do organismo e está relacionado a um processo infeccioso (gripes, sinusites,etc.);
- Branco ou cinza - pode estar relacionado a problemas nas vias aéreas superiores, como a sinusite, e também pode ser consequência de uma reação alérgica;
- Marrom ou preto - em geral, atinge fumantes, trabalhadores de minas e pessoas em ambientes muito poluídos;
- Rosa - pode indicar a presença de líquido nos pulmões relacionado a problemas cardíacos;
- Vermelho ou com sangue - pode indicar bronquite, pneumonia ou tuberculose.

Em todos os casos é importante a ingestão de bastante líquido para fluidificar o catarro e facilitar a sua eliminação. O acúmulo desse material nos pulmões e na estrutura facial pode piorar o quadro clínico do paciente e causar dificuldades para respirar. Por isso, o ideal mesmo é cuspir fora, mesmo que socialmente isso seja considerado nojento. Em crianças pequenas, que ainda não conseguem escarrar, podem ser usados recursos como a nebulização com soro fisiológico e outros métodos descongestionantes. Além disso, a consulta médica é sempre importante e, para os casos mais graves, buscar a avaliação de um pneumologista.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Pneumonia, a doença que mais mata crianças menores de 5 anos



A pneumonia é uma forma aguda de infecção respiratória que afeta os pulmões, mas apenas 30% das crianças infectadas recebem o tratamento adequado. A estimativa é que a doença mate 1,2 milhão de crianças menores de 5 anos todos os anos no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Sáude (OMS), mais de 99% dos óbitos provocados pela pneumonia são registrados em países em desenvolvimento.

Pneumonia pode ser causada por bactérias ou vírus e, mais raramente, outros agentes atípicos. Ela ocorre geralmente a partir de uma infecção de vias aéreas superiores, como gripes e resfriados.

Um dos sintomas da pneumonia em crianças ou bebês é a queda do estado de geral. A febre alta, assim como cansaço constante, tosse e um ruído característico nos pulmões que só os médicos conseguem detectar estão entre os sintomas muitas vezes ignorados de pneumonia, a doença infecciosa que mais mata crianças abaixo de 5 anos no mundo − mais que HIV, tuberculose, zika, ebola e malária juntas.

O diagnóstico de pneumonia em bebês de até três meses é sempre considerado grave e requer a internação. Nas crianças maiores, febre alta não é parâmetro para ser hospitalizada, mas, sim, insuficiência respiratória e baixa oxigenação - além de uma avaliação sobre se o menor conseguirá receber tratamento adequado em casa. Outro sintoma que não deve ser ignorado pelos pais é o cansaço dos filhos. Em uma gripe forte, por exemplo, observam-se períodos de melhora, mas na pneumonia há um estado de prostração constante.

Para caracterizar a doença, um ou vários desses sinais podem aparecer: tosse, dor no tórax, alterações da pressão arterial, expectoração com secreção amarelada, falta de ar, confusão mental, estado de fraqueza e cansaço constante, febre alta (mas ausência de febre não descarta a doença).

Quanto mais rápida for diagnosticada a pneumonia, mais rápida será a recuperação. O diagnóstico radiológico é eficaz para observar a inflamação dos pulmões, porém em muitos casos o médico consegue identificar a doença no consultório, ao escutar, com o auxílio de um estetoscópio, ruídos característicos da pneumonia, os estertores crepitantes, que parecem um barulho de velcro sendo aberto.

Muito Importante esclarecer sobre um termo que não devemos usar: o “princípio de pneumonia”. A criança tem ou não tem pneumonia. A doença pode estar restrita a uma área pequena do pulmão, mas não significa que está começando. Ela já existe. O problema é que os pais podem traduzir como algo bastante simples, não havendo empenho correto na busca por avaliação médica e tratamento, o que pode contribuir para a evolução para um quadro mais sério.

Para saber mais acesse o link: https://www.bbc.com/portuguese/geral-41907363

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Saiba mais sobre DPOC



O que é DPOC?

Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por obstrução brônquica progressiva e parcialmente reversível das vias aéreas e diminuição do fluxo aéreo expiratório.

DPOC afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 65% têm doença moderada ou grave e 3 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência dela. A elevada prevalência e gravidade da doença tornam seu custo econômico elevado. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, DPOC tornar-se-á a 3ª causa de morte no mundo em 2020. Estima-se que o número total de mortes por DPOC no mundo deva aumentar mais de 30% nos próximos anos.

A principal causa de DPOC é exposição à fumaça de cigarro, seja por tabagismo ativo ou passivo. O tabagismo causa destruição do tecido pulmonar (enfisema) e obstrução de vias aéreas com inflamação e muco (bronquite crônica). A poluição do ar, exposições a agentes profissionais e síndromes genéticas como a deficiência de alfa-1 antitripsina também são fatores que contribuem para a ocorrência da doença.

Tosse crônica pode ser DPOC

A maioria dos pacientes com DPOC costuma referir sintomas a partir da quinta ou sexta década de vida. Sintomas comuns de DPOC incluem dificuldade respiratória, tosse crônica, chiados no peito, desconforto torácico e infecções respiratórias frequentes. Ocorrem também diversos outros impactos na qualidade de vida do indivíduo, como limitação de sua capacidade para o trabalho e diminuição da tolerância aos exercícios.



DPOC costuma ser subdiagnosticada e devido ao não-diagnóstico muitos portadores de DPOC não são tratados adequadamente. Estudos demonstram que pacientes podem ter sintomas por mais de 2 anos antes que o diagnóstico seja firmado. Indivíduos em risco para DPOC devem ser submetidos à investigação diagnóstica que inclua espirometria.

Se você tem tosse crônica por pelo menos três meses do ano, durante 2 anos consecutivos, você pode ter DPOC. Embora não tenha cura, ela pode ser controlada e existem diversas estratégias para o manejo da doença. Evidências mostram que DPOC mal controlada causa deterioração rápida da função pulmonar e isso deve ser evitado.

Pacientes com quadros mais severos costumam ter exacerbações frequentes que podem variar de 1 a 4 episódios por ano. Exacerbações são definidas como condições onde há piora clínica significativa, a respiração se torna mais difícil e há aumento da tosse e produção de escarro. As exacerbações de DPOC são causas habituais de internações.

Infecções são as causas mais comuns de exacerbações de DPOC. Prevenir a ocorrência de exacerbações é importante para o controle da doença. É importante que o paciente com DPOC saiba reconhecer precocemente os sinais e sintomas de um quadro de exacerbação de forma que possa atuar prontamente para controlá-la.

As exacerbações da DPOC podem ser evitadas com a prescrição e aderência do melhor tratamento possível ao paciente. A redução do número de exacerbações e hospitalizações pode também ser alcançada com a cessação do tabagismo e vacinação contra influenza e antipneumocócica.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Animais de estimação com donos fumantes podem ter câncer e outras doenças, alerta pesquisa



Animais de estimação correm um risco igual ou maior de serem vítimas de fumo passivo do que humanos, diz uma pesquisa da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Eles inalam mais fumaça e, por causa de sua rotina de limpeza, ingerem nicotina ao limpar seus pelos e penas.

Assim, cães podem desenvolver câncer de pulmão ou de cavidade nasal e seios paranasais. Gatos podem ter linfoma, e pássaros, coelhos e porquinhos-da-índia têm mais chances de sofrer de problemas respiratórios e doenças de pele. Os especialistas esperam que esses resultados motivem os donos dos animais a parar de fumar.

Quais são os riscos?
Renomada por seu hospital veterinário, a Universidade de Glasgow vem realizando estudos sobre os efeitos do fumo passivo em animais de estimação há vários anos.

A pesquisadora Clare Knottenbelt diz que foram recrutados 40 cães, metade deles de lares com fumantes, e amostras de pelos foram analisadas para saber seu nível de nicotina, enquanto os donos preencheram questionários detalhando a frequência com que eles e seus visitantes fumam em casa.



O mesmo foi feito com 60 gatos de estimação, com atenção especial para uma possível ligação entre fumo passivo e o linfoma felino, um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos desses animais.

Ela diz que os pesquisadores tiveram de levar em conta ainda as diferenças entre o comportamento de cães e gatos, destacando que felinos andam mais livremente por aí e podem estar expostos à fumaça de outras casas ou quando estão próximos de bares e locais onde há muitos fumantes.

"Muitas pessoas ficariam horrorizadas ao descobrir que o fumo passivo pode prejudicar seus animais e, em alguns casos, encurtar muito a vida deles", diz Wendy Preston, da RCN. "Queremos facilitar a conversa sobre isso entre veterinários e enfermeiras veterinárias com os donos dos pacientes."

Leia mais: https://www.bbc.com/portuguese/geral-41810216

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Associação tabaco e álcool - drogas lícitas a serviço do mal



Historicamente o tabaco e o álcool são consumidos livremente. Além disso, é fato que com o advento da televisão, do cinema e crescimento da propaganda e marketing, seu consumo sofreu um grande boom de crescimento transformando-os em líderes de consumo no mundo.

Hoje é sabido que são drogas altamente viciantes e com potencial para desenvolvimento de doenças graves, que causam grandes prejuízos a saúde de seus consumidores onerando os serviços de saúde pública em todo o mundo.

De acordo com relatório da OMS, a cada 20 mortes no mundo, pelo menos uma está relacionada ao consumo de álcool. Há mais de 200 doenças relacionadas ao seu consumo, pois não somente ocasiona danos diretos, mas torna seu usuário mais suscetível a outros agravos. Isso significa dizer que o álcool mata mais que AIDS e tuberculose, por exemplo - só em 2012 foram 3,3 milhões de mortes relacionadas ao álcool no mundo.

Sobre o tabaco, a OMS afirma que é a maior causa evitável de mortes no mundo - cerca de 6 milhões de pessoas morrem no mundo anualmente em consequência de doenças relacionadas ao tabaco. Isso significa uma vida perdida a cada 6 segundos. O tabaco está relacionado a pelo menos cinquenta doenças e doze tipos de câncer.

Não é novidade que o tabaco e o álcool, apesar de todo debate que costuma envolvê-los, são drogas que causam grandes danos a saúde. A novidade tem sido revelada por pesquisas recentes que comparam seus danos com os danos causados por outras drogas lícitas e ilícitas e o resultado chama bastante a atenção.

O estudo mais recente foi publicado na revista "Addiction", da Society for the Study of Addiction", da Inglaterra, em maio de 2018. Os pesquisadores envolvidos reuniram informações de todo o mundo sobre o uso de drogas e a relação do uso com os agravos em saúde. Os dados de 2015, por exemplo, mostravam o seguinte panorama: uso abusivo de álcool por adultos - 18,3%; uso diário de tabaco - um em cada sete adultos; uso de maconha - 3,8%; anfetaminas - 0,77%; opioides - 0,37%; cocaína - 0,35%. Os dados revelam que o tabaco e o álcool são as drogas mais consumidas no mundo e as que causam mais danos à saúde e mortes no mundo.

Leia mais sobre esta pesquisa em: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2018/05/17/alcool-e-cigarro-continuam-sendo-os-piores-viloes.ghtml

Há muitas conclusões e reflexões possíveis a partir dos dados da pesquisa, mas gostaríamos de frisar três pontos importantes aqui: 1) que o maior número de agravos está diretamente relacionado com a prevalência do uso do álcool e do tabaco; 2) o consumo dessas drogas é notoriamente maior que qualquer outra droga, lícita ou ilícita; 3) se observamos uma queda no consumo de tabaco, promovida por campanhas de conscientização, regulamentação mais rígida de propagandas, o mesmo não observamos em relação ao álcool.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Mortalidade por asma cai no Brasil



Matéria intitulada "Níveis de mortalidade por asma caem 59,8% em 20 anos", foi publicada na Revista News em 13 de junho de 2018. Reportagem completa em: https://revistanews.com.br/2018/06/13/niveis-de-mortalidade-por-asma-caem-598-em-20-anos/

Uma pesquisa realizada pela pediatra e alergista Raquel Pitchon dos Reis para obtenção do grau de mestrado no programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdade de Medicina da UFMG, mostrou uma significativa redução dos índices de mortalidade por asma no Brasil dentro de um período de 20 anos.

A pesquisadora analisou dados do DataSUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) que coleta e armazena dados de saúde de todo Brasil. Foram considerados dados relativos a mortes por asma em crianças e adolescentes de até 19 anos, no período de 1996 a 2015.

Os resultados mostraram que em 1997 a taxa era de 0,57 para cada 100 mil crianças e adolescentes, mas 2014 ela havia caído para 0,21 para cada 100 mil. 68% das mortes estavam relacionadas a crianças com menos de cinco anos de idade - a justificativa, nesse caso seria a dificuldade de diagnóstico nessa faixa etária, o que retardaria o início de um tratamento adequado. Outro resultado significativo é que o maior número de mortes tende a ocorrer dentro do período de maio a julho, quando há um maior número de crises de asma provocadas pelo fator sazonal.

Tais resultados reforçam a necessidade do diagnóstico precoce, tratamento contínuo e adequado, cuidados de prevenção reforçados durante os meses de maio a julho.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

TUBERCULOSE: MITOS & VERDADES



Texto de: Carla Santos¹

A tuberculose permanece como um grave problema de saúde pública no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a doença infecciosa de agente único que mais mata, superando o HIV. Em 2016, 10,4 milhões de pessoas adoeceram de tuberculose no mundo e cerca de 1,3 milhão de pessoas morreram em decorrência da doença.

O QUE É MITO OU VERDADE SOBRE A TUBERCULOSE?

A tuberculose atinge qualquer pessoa?
Sim, independente da classe econômica, cor ou idade, porém o risco de adoecimento é maior em um grupo de indivíduos que, por algum motivo, estão com a defesa do organismo diminuída, ou em pessoas que convivem próximas ao doente com tuberculose, seja em casa, no trabalho, em hospitais, em prisões ou albergues.

A tuberculose tem cura?
Sim. Todo paciente que se infectar com um bacilo sensível aos medicamentos e fizer o tratamento corretamente pelo tempo e nas doses determinadas pela equipe de saúde ficará curado.

Mas no caso de eu ter uma boa alimentação e mantiver repouso, mesmo assim eu tenho que usar remédio por 6 meses?
Sim. Está cientificamente comprovado que o que cura definitivamente a tuberculose são os remédios. Só ficará curado da tuberculose o indivíduo que tomar os remédios regularmente, pelo período de tempo exato prescrito. Além disso, é importante que ele tome os medicamentos todos os dias, a não ser que haja uma determinação diferente.

Quem teve tuberculose na família, tem mais chance de adquirir doença?
Não. O fato de pertencerem à mesma família não aumenta o risco de tuberculose. O que aumenta esse risco é a intensidade do contato entre você e a pessoa doente e há quanto tempo isso ocorreu.

Então a tuberculose só atinge o pulmão?
Não, a tuberculose pode também atingir a pleura, a laringe (garganta), os gânglios linfáticos (nas ínguas do pescoço, da axila, da virilha), as meninges, os ossos, o sistema urinário, os intestinos, a pele, dentre outras localizações.

Fumar causa tuberculose?
Não. Fumar causa câncer de vários locais como laringe, estômago, pulmão, além de enfisema pulmonar, bronquite crônica, infarto agudo do miocárdio, porém fumar não causa tuberculose.

Existe vacina para tuberculose?
Sim. Ela se chama BCG, que é a sigla para bacilo de Calmette-Guérin. Essa vacina é produzida com o bacilo atenuado, ou seja, incapaz de produzir a doença. Ela tem seu efeito comprovado na proteção contra as formas graves de tuberculose em crianças.

Fazendo tratamento para tuberculose, eu posso beijar na boca?
Após duas semanas de tratamento pode. Embora a tuberculose não passe pela saliva, o beijo na boca deve ser evitado nas duas primeiras semanas de tratamento.

A mãe com tuberculose pode amamentar?
Sim, sem problema algum. Mas se a mãe está com o exame de escarro positivo para tuberculose e está usando medicamentos a menos de duas semanas, é recomendado que ela use máscara quando for amamentar ou se aproximar da criança.

A mãe teve tuberculose quando estava grávida e a filha teve um diagnóstico de asma, tem alguma relação entre a tuberculose e asma?
Não. A asma não tem nenhuma relação com a tuberculose da mãe.

Referências:

Boletim epidemiológico: Nº 11, 2018: Implantação do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil: primeiros passos rumo ao alcance das metas.

Conde, M.B et al. Tuberculose sem medo, 2002.

¹ Enfermeira, mestre em Ciências pela UFRJ, atuando no Laboratório de Pesquisa em Tuberculose/Instituto de Doenças do Tórax desde 2003, Parecerista do Comitê de Ética em Pesquisa/ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho desde 2015, desenvolvendo ações de capacitação na Unidade de Telemedicina nas áreas de Telessaúde e EAD desde 2016.