Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

As novas formas de tabaco


“O cigarro mata”, o slogan das campanhas de saúde pública, é agora usado pela indústria do tabaco para criar novos produtos que reduzam esse risco. É o caso do IQOS, aparelho de tabaco aquecido, lançado pela Philip Morris e que faz grande sucesso no Japão, o terceiro maior consumidor de tabaco no mundo.

Essa nova forma de consumir tabaco é apresentada como menos prejudicial à saúde em relação ao tabaco convencional, informação contestada por profissionais de saúde e opositores naturais da indústria do tabaco. O marketing utiliza a informação de que o produto é menos nocivo e, portanto preferível ao tabaco convencional, embora ainda não sejam conhecidos os efeitos que estes produtos possam produzir.

Como funciona o IQOS?


É um pequeno aparelho que possui uma bateria e uma caneta onde são colocados os heatsticks que são fumados. Os heatsticks são vendidos em lotes de 20, como nos tradicionais maços de cigarros, que são colocados na caneta e permitem de 10 a 12 inalações. No aparelho, o tabaco é aquecido a temperatura de 350oC, o que evita a produção de inúmeros produtos químicos liberados pela combustão do cigarro convencional, que queima o tabaco a temperaturas que podem chegar a 900oC.


Não ocorrendo combustão, não há cheiro nem cinza. O tabaco aquecido sem combustão tem sido apresentado como uma solução alternativa para os fumantes, mas ainda assim as opiniões sobre o tema dividem os especialistas a nível internacional.

Futuro otimista ou vício igualmente nocivo?

Para os defensores do dispositivo, o tabaco sem combustão pode ser reconhecido como instrumento que reduz os constituintes nocivos do cigarro sem eliminar a satisfação do fumador adulto.

Para os especialistas, estes dispositivos não devem ser utilizados em programas de redução tabágica porque não estão regulados e contêm uma multiplicidade de substâncias cujos efeitos secundários não estão descritos. “O aparelho respiratório existe para receber apenas ar, de preferência ar puro e quaisquer substâncias inaladas repetidamente são potencialmente lesivas. Levaram-se décadas a perceber os efeitos devastadores dos hábitos tabágicos. Queremos agora retroceder no tempo e assumir esta responsabilidade para com as gerações futuras, a propósito dos novos produtos derivados do tabaco?”, questiona o médico Carlos Robalo, pneumologista no Hospital Universitário de Coimbra e Secretário Geral da Sociedade Europeia Respiratória.

É inquestionável que o tabaco é prejudicial á saúde e a nicotina é uma droga aditiva. O IQOS é a nova forma de consumir nicotina, a substância que causa dependência e induz efeitos no sistema nervoso central e cardiovascular. O melhor mesmo é não fumar.

“Os pulmões humanos são feitos para respirar ar limpo e, consequentemente,
qualquer substância inalada em longo prazo pode ser prejudicial”


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