Pulmão
sexta-feira, 11 de maio de 2018
Rinite alérgica e suas consequências na qualidade de vida
AUTORA: Renata Michelim Collareda dos Santos¹ (aluna do 8º período de medicina /UFRJ).
SUPERVISÃO E EDIÇÃO: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo²
Rinite alérgica é uma doença crônica da mucosa do nariz que apresenta como sintomas espirros em série, coriza intensa de aspecto aquoso, obstrução e prurido nasal. Prurido ocular, lacrimejamento e prurido no canal auditivo podem estar presentes. Os sintomas iniciam após exposição aos fatores desencadeantes como poeiras, ácaros, baratas, fungos, pelos de gatos e cachorros, exposição a poluentes (fumaça de cigarro, queimadas). Até mesmo perfumes ou produtos de limpeza com odores fortes podem desencadear uma crise de rinite alérgica.
A rinite alérgica é classificada como intermitente (sintomas < 4 dias/semana ou < 4 semanas) ou persistente (> 4 dias/semana e > 4 semanas), de acordo com a frequência dos sintomas e leve ou moderada/grave, conforme a intensidade deles.
Existe um fator genético relacionado a essa condição de saúde. Se há histórico familiar de alergia respiratória, são grandes as possibilidades de uma pessoa ter essa condição. A rinite alérgica pode surgir em qualquer idade, não há uma faixa etária prevalente e nem mesmo há predominância entre os sexos.
Pessoas que sofrem com rinite alérgica costumam ter inúmeros prejuízos a sua qualidade de vida, devido aos incômodos que seus sintomas trazem. A obstrução nasal secundária à rinite pode causar distúrbios do sono, levar à sonolência diurna e diminuição do desempenho escolar ou no trabalho. Os sintomas persistentes de rinite podem ocasionar irritabilidade, ansiedade e distúrbio alimentar com consequentes impactos na vida social e profissional do indivíduo.
A rinite alérgica isolada já se constitui um sério desconforto, mas pode estar associada e até favorecer a ocorrências de outras doenças. Dentre as comorbidades associadas à rinite alérgica temos a conjuntivite alérgica, a rinossinusite aguda e crônica, a tosse crônica, a apneia obstrutiva do sono e a asma. Indivíduos com asma controlada que apresentam sintomas persistentes de rinite podem apresentar piora da asma. Rinite alérgica não controlada é um gatilho para crise de asma. A presença de rinite incorretamente tratada ou não tratada em asmáticos pode elevar em até três vezes o risco de ocorrência de exacerbações.
Por tudo isso, o controle dos sintomas é fundamental para melhorar a qualidade de vida do portador de rinite alérgica. Além de medicamentos específicos, o tratamento não farmacológico, que inclui rigoroso controle de ambiente doméstico e no trabalho, tem papel primordial.
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² Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982), Residência Médica em Pneumologia no Instituto de Tisiologia e Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1985, Mestrado em Pneumologia e Tisiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e Doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Possui experiência em Genética Molecular e de Microorganismos. É professor do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Na área de Pneumologia, tem interesse principalmente nos temas Tuberculose, Asma, Pneumopatias Intersticiais e Ensino Médico. Coordenadora de Residência Médica do Instituto de Doenças do Tórax de 1994 a 2001. Coordenadora de Ensino e Extensão do Instituto de Doenças do Tórax de 2006 a 2009. Diretora Executiva do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro de 2009 a 2013. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008.
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