Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sábado, 18 de abril de 2020

As experiências positivas de alguns países no controle da Covid-19

Conteúdo originalmente publicado em Correio Braziliense, 17/04/2020

Diante da grave situação de saúde que o mundo atravessa, quatro países, Taiwan, Coréia do Sul, Islândia e Alemanha vêm se destacando pela forma como estão enfrentando o problema e pelo sucesso das medidas que auxiliaram no achatamento da curva pandêmica. Esses 4 países impuseram, ou não, fortes restrições de isolamento social; atuaram com rapidez; rastrearam infectados com o uso da tecnologia; apostaram na prevenção; construíram capacidade hospitalar e priorizaram o maior número de testes possível.

Com uma população de 24 milhões de pessoas, Taiwan registrou, até a última contagem, 395 casos confirmados e apenas 6 mortes. A previsão, segundo o Centro de Pesquisa do Coronavírus da Universidade Johns Hopkins, era de que seria o segundo país com o maior número de casos. No país não houve fechamento de escolas e de creches e nem foi determinado o distanciamento entre os cidadãos. Suas principais ações foram a inspeção de todos os aviões procedentes de Wuhan (cidade da China onde foi identificado o foco inicial da doença, criação de um centro de comando e produção em massa de equipamentos de proteção individual. Para o embaixador de Taiwan em Brasília, Jian-Gueng Her, o êxito das ações se deve a ação rápida e preventiva em relação ao problema.

A Coreia do Sul, com 51,8 milhões de habitantes, registrava em 16 de abril 10.613 casos de contágio (0,02%) e 229 mortes. Segundo Chan Woo Kim, embaixador do país em Brasília, a resposta contra a Covid-19 pode ser resumida no Plano 3T (“Teste, rastreamento e tratamento”). Até ontem já tinham sido concluídos 538 mil testes realizados e também um rastreamento com investigação epidemiológica completa das pessoas que tiveram contato com pacientes confirmados. O tratamento foi baseado em sistemas médicos avançados em que os doentes se recuperaram rapidamente – assim, até aqui 73% dos pacientes foram completamente curados e a taxa de mortalidade está em 2,1%. Os cidadãos aderiram às medidas de quarentena, atenção especial à higiene, ao distanciamento e ao auto-isolamento. De acordo com Chan Woo Kim, isso aconteceu porque as medidas de combate ao novo coronavírus estão sendo baseadas na transparência e na abertura, de forma ativa.


Na Alemanha, no dia 16 de abril já haviam sido registrados 136.569 casos da doença e quase 4 mil mortos. Embora o número de mortes esteja aumentando no país, a taxa ainda é baixa se comparada a outros países da Europa, como Espanha e Itália, e desde o início de abril, o número de novos casos vem diminuindo. Medidas cautelosas estão sendo tomadas para amenizar a situação, como reabertura de lojas, sob condições especiais de higiene, ampliação das restrições de contato e manutenção das restrições de entrada no país.

O quarto país, a Islândia, tem 350.734 habitantes e em 16 de abril contabilizava oito mortes. O plano adotado no país foi bastante agressivo e inclui: diagnosticar as infecções, traçar contatos sociais e usar a polícia para se comunicar com quem testa positivo. A parceria entre o Hospital Universitário Nacional da Islândia e a empresa de biotecnologia deCODE Genetics permitiu testar 10% da população.

Apesar da Europa seguir no “olho do furacão” da epidemia alcançando a marca de quase 1 milhão de casos, também tem havido sinais animadores nas últimas semanas em países como Espanha, Itália, França e Suíça, como declarou o diretor da seção Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge.

As experiências relatadas acima mostram que é possível buscar o controle da pandemia de formas diversas, mais ou menos rígidas, adaptando as ações ao perfil populacional e epidêmico local, sempre com responsabilidade e cuidado com a saúde da população.

Leia mais em: Correio Braziliense

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