Pulmão
sexta-feira, 12 de abril de 2019
Casos de tuberculose resistente à medicação aumentam
Texto de: Carla Conceição dos Santos¹
A tuberculose resistente a medicamentos é uma grande ameaça para a saúde global. Dos 10 milhões de pessoas que adoeceram por tuberculose (TB) em 2016, estima-se que mais de meio milhão tenham resistência aos medicamentos mais eficazes para tratar TB: rifampicina e isoniazida. Para aqueles com tipos de tuberculose altamente resistentes, existem poucas opções de tratamento. Doença transmitida por via aérea que matou 1,7 milhão de pessoas em 2017, de acordo com a OMS, a tuberculose é a doença transmissível que mais mata do mundo.
Somente em 2017, 73.200 pessoas foram infectadas pela doença no Brasil, das quais 1.1 mil apresentaram a forma multirresistente da tuberculose, o triplo do registrado em 2009, quando 339 tiveram infecção resistente. O índice de mortalidade por tuberculose permanece estável no país, mas a doença, embora curável e com tratamento gratuito na rede pública, ainda mata cerca de 4,5 mil brasileiros por ano. "É uma resposta à deterioração dos serviços de saúde. Há muita rotatividade dos profissionais, eles não recebem o treinamento adequado, não há identificação com a comunidade e o diagnóstico é tardio".
A tuberculose é uma doença diretamente relacionada às condições socioeconômicas da população, que registrou aumento, segundo especialistas, principalmente por causa da crise econômica que atingiu o país nos últimos anos, o que teria diminuído os investimentos no sistema de saúde e piorado a vida da população em aspectos que contribuem para a infecção, como por exemplo moradias inadequadas e sem circulação de ar.
A ocorrência de casos multirresistentes é favorecida também pelas situações dos doentes ditos crônicos, que ficam rodando na rede sem ter diagnóstico ou acompanhamento no tratamento. Se a doença não é tratada adequadamente, ela pode voltar mais resistente.
A resistência aos medicamentos contra a tuberculose é um grande obstáculo para combater uma enfermidade. A OMS trabalha junto a esses setores para implementar um plano de ação global de combate à resistência antimicrobiana, aumentando a conscientização e o conhecimento sobre o tema, reduzindo as infecções e incentivando o uso adequado de antimicrobianos.
¹ Enfermeira, mestre em Ciências pela UFRJ, atuando no Laboratório de Pesquisa em Tuberculose/Instituto de Doenças do Tórax desde 2003, Parecerista do Comitê de Ética em Pesquisa/ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho desde 2015, desenvolvendo ações de capacitação na Unidade de Telemedicina nas áreas de Telessaúde e EAD desde 2016.
Leia mais sobre o assunto acessando o link: TERRA
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