Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

domingo, 12 de maio de 2019

Asma e tabaco: uma associação perigosa


Asma é uma doença inflamatória crônica que se apresenta em crises e com sintomas caraterísticos como tosse, dificuldade para respirar, chiados no peito. São muitos os gatilhos que podem induzir crises de asma, como predisposição genética, alergias e poluentes ambientais. A asma pode ocorrer em qualquer idade e não tem cura, mas é tratável.

Apesar de todos os recursos terapêuticos disponíveis para o tratamento da asma, 3 a 5 pessoas morrem por dia, no Brasil, em decorrência da doença.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam mais de 1,25 bilhão de fumantes no mundo, sendo que 2/3 vivem em países em desenvolvimento. Em países desenvolvidos um em cada quatro adultos fuma cigarros. No Brasil, existem poucos dados estatísticos sobre a relação tabagismo e asma.

O tabagismo produz diversos efeitos nocivos sobre a saúde, quer seja ativo ou passivo. Os pulmões são os mais atingidos e asmáticos devem obrigatoriamente abandonar o cigarro a fim de prevenir um agravamento da doença.

Sabemos que a poluição pela fumaça do cigarro aumenta a frequência e a gravidade das crises de asma, tanto em adultos como em crianças. A fumaça do cigarro contém milhares de substâncias que interferem na função celular e agravam a hiperreatividade brônquica presente na asma. Além disso, o sinergismo entre o hábito de fumar e asma acelera o declínio da função pulmonar. Estudos que analisaram a média de queda anual de volume expiratório (VEF1) por um período de 15 anos mostraram que a queda era maior em pacientes com asma que fumavam quando comparados com não fumantes.

O ato de fumar por si já pode causar broncoconstrição aguda, embora a fumaça de cigarro só atue como irritante agudo em indivíduos suscetíveis. Outras formas de tabagismo (narguilé, cachimbo) também são perigosos para os asmáticos. O cigarro pode ainda ser um dos fatores que contribuem para que o paciente não apresente melhora com o tratamento e mantenha crises de tosse e chiados no peito. Nestes casos, a asma pode não ser controlada, mesmo com o uso das medidas terapêuticas corretas.

Os indivíduos que têm asma e fumam apresentam maior dificuldade em relação ao controle da asma, exacerbações mais frequentes, piora da qualidade de vida, maior quantidade de crises graves, além de mortalidade maior quando comparados aos asmáticos não tabagistas.

O fumo passivo pode causar asma em crianças

Tabagismo passivo é a inalação da fumaça de derivados do tabaco, tais como cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo, narguilé e outros produtores de fumaça, por indivíduos não fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados respirando as mesmas substâncias tóxicas que o fumante inala.

A fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde homogeneamente no ambiente, contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. A exposição involuntária à fumaça do tabaco pode acarretar inúmeros danos à saúde, desde reações alérgicas até infarto agudo do miocárdio, doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer de pulmão. Em crianças, aumenta o número de infecções respiratórias.

A correlação entre o comportamento de fumar dos pais e a incidência de asma em crianças e adolescentes já foi comprovada. Bebês cujas mães fumaram durante a gravidez apresentam maior risco de ter sintomas da doença. O risco de desenvolver asma aumenta em 50% para filhos de pais que fumaram durante a concepção ou mesmo em período anterior à gravidez da mulher.


É necessário que as pessoas se preocupem mais com a relação entre o tabagismo e a asma. Para melhorar as condições de saúde da criança, os pais não devem fumar dentro de casa ou deveriam tomar a decisão de parar de fumar definitivamente.

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