Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sábado, 15 de junho de 2019

Mitos e verdades sobre a vacina contra a gripe


Texto de: Carla Conceição dos Santos¹

Com a chegada das estações frias, as doenças respiratórias surgem com mais frequência. Entre os males mais comuns desta época do ano, está a gripe, doença infecciosa provocada pelo vírus influenza, que é altamente contagioso.

A gripe é uma doença que pode levar a sérias complicações, mas em geral se confunde com infecções mais leves, como os resfriados. A cada ano, na região das Américas, em torno de 772 mil pessoas são internadas e de 41 mil a 72 mil morrem em consequência da gripe.

Na temporada de 2017-2018 nos Estados Unidos, estima-se que a vacina evitou 7 milhões de casos de gripe, 109 mil hospitalizações e 8 mil mortes relacionadas à infecção. Além disso, as evidências sugerem que, se uma pessoa for imunizada contra a gripe e mesmo assim for infectada, a doença se manifestará de forma menos grave, com menos chances de complicações, hospitalização e morte.

Mesmo com a campanha do governo de incentivo à vacinação, muita gente ainda demonstra uma clara insegurança, reproduzindo alguns mitos, por medo ou falta de informação.

É por isso que no hoje vamos esclarecer alguns mitos e verdades sobre a vacina contra a gripe. Venha ver!


A gripe é como um resfriado? MITO.
A gripe é caracterizada por sintomas iniciais de febre alta, tosse, calafrios, dores musculares e nas articulações, bem como dor de cabeça. Pode causar complicações graves que exigem hospitalização e até causar a morte. Resfriados são causados por outros vírus e costumam apresentar sintomas como corrimento nasal, irritação na garganta e talvez um pouco de febre.

A gripe pode ser uma doença fatal? VERDADE.
Certos grupos populacionais correm mais riscos de complicações da gripe (mulheres grávidas, crianças com menos de cinco anos, idosos e pessoas com condições crônicas, como diabetes e doenças pulmonares e cardíacas). Crianças e jovens sem fatores de risco também podem apresentar complicações. Os profissionais de saúde estão em maior risco de infecção e transmissão, devido ao seu contato constante com os pacientes. É por isso que a vacinação é crucial para esse grupo.

A vacina pode causar gripe? MITO.
As vacinas contra a gripe têm sido usadas há décadas. Elas são seguras e não causam gripe. Nenhum dos dois tipos de vacinas existentes – a injeção contendo o vírus inativados ou a vacina de spray nasal feita de vírus atenuados – podem causar a doença. O corpo leva cerca de duas semanas para ser protegido e, durante esse período, uma pessoa pode ser infectada por gripe ou outros vírus respiratórios que podem causar sintomas semelhantes aos da doença, levando-a a acreditar erroneamente que contraiu gripe por causa da vacina.

A vacina contra a gripe não é eficaz? MITO.
A eficácia da vacina, em termos da proteção que oferece, tende a ser moderada (cerca de 40%-60%) e muda a cada ano. Depende da idade do indivíduo, da condição de saúde da pessoa e de quão bem os vírus usados para as vacinas correspondem aos que estão circulando.
A vacinação de mulheres grávidas é essencial para proteger seus bebês, já que a vacina não é recomendada para crianças com menos de seis meses de idade.

Se eu já tiver pegado a gripe H1N1, ainda preciso tomar a vacina? VERDADE.
Quem foi infectado fica imunizado por um tempo, mas depois pode voltar a contrair a doença.

Vacinei uma vez e não preciso me vacinar mais? MITO.
O efeito da vacina tem duração de um ano, pois o vírus da gripe sofre constantes mutações. Assim, a composição das vacinas é renovada sempre para acompanhar as suas transformações.

Pessoas alérgicas a ovo não podem tomar a vacina? VERDADE.
Como muitas vacinas, a vacina contra a gripe possui em sua composição proteínas como a ovoalbumina, agente causador da anafilaxia (alergia grave) ao ovo.

Sem a vacina é impossível prevenir contra a gripe? MITO.
A vacina é uma maneira muito eficaz, testada e aprovada no mundo todo para prevenir a gripe e seus surtos. Mas é possível, tomando alguns cuidados, não contrair o vírus. Lavar as mãos com freqüência, evitar ambientes fechados, cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir, entre outras práticas, ajudam a diminuir as chances de contrair a doença.

Leia mais em: Nações Unidas


¹
Enfermeira, mestre em Ciências pela UFRJ, atuando no Laboratório de Pesquisa em Tuberculose/Instituto de Doenças do Tórax desde 2003, Parecerista do Comitê de Ética em Pesquisa/ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho desde 2015, desenvolvendo ações de capacitação na Unidade de Telemedicina nas áreas de Telessaúde e EAD desde 2016.


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