Pulmão
sexta-feira, 21 de junho de 2019
Mortes devido à poluição aumentam 14% em dez anos no Brasil
No Brasil, as mortes em decorrência da poluição atmosférica aumentaram 14% em dez anos. Nesse período, o número de óbitos por Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) passou de 38.782 em 2006 para 44.228 mortes em 2016. A constatação é do estudo Saúde Brasil 2018, do Ministério da Saúde, que utilizou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). O número de mortes evitáveis por essas doenças cresceu, assim como a exposição ao O3 (poluição) em todo o país, com destaque para os grandes centros urbanos e estados castigados pelas queimadas.
Os dados foram apresentados no dia 05/06/2019, durante comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, em Brasília, pelo ministro da Saúde, Luis Henrique Mandetta.
De acordo com o Saúde Brasil 2018, a carga de mortalidade por Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) atribuída à poluição atmosférica foi avaliada segundo a metodologia e dados do Global Burden of Disease. Comparativamente, foi estimada a magnitude da mortalidade; quantidade de anos de vida potencialmente perdidos (YLL); fração de doenças cerebrovasculares (DCV), doença isquêmica isquêmica do coração (DIC), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); e câncer de pulmão, não atribuível e atribuível à poluição, na população (FAP). Foram calculadas variações dessas medidas no período.
O grupo de DCNT levadas em consideração no estudo foi: isquêmica do coração (DIC); pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); os cânceres de pulmão, traqueia e brônquios, atribuíveis ou não à poluição do ar em homens e mulheres de todas as idades no Brasil nos anos de 2006 e de 2016. Também foi avaliada a exposição da população ao Ozônio (O3) e ao material particulado atmosférico (MP2,5).
Comparando-se os resultados encontrados para óbitos em homens e mulheres, verificou-se, no Brasil, aumento nas mortes por câncer de pulmão, traqueia e brônquios e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) atribuídas à poluição em ambos os sexos. No entanto, os casos em mulheres para câncer de pulmão, traqueia e brônquios (37,6%) e DPOC (18,9%) foram maiores que nos homens (11,4%).
Cenário Mundial
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), calcula-se que ocorram anualmente 4,2 milhões de mortes prematuras atribuídas à poluição do ar ambiente no mundo. Desse total, 91% ocorrem em países de baixa e média rendas do Pacífico e Sudeste Asiático.
A organização também estima que a poluição do ar tenha sido responsável no ano de 2016 por cerca de 58% de mortes prematuras por doenças cerebrovasculares (DCV) e doenças isquêmica do coração (DIC); 18% por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e infecção respiratória aguda baixa; e 6% por câncer de pulmão, traqueia e brônquios.
As políticas públicas nacionais e internacionais já adotadas para intervenção nas emissões atmosféricas ou hábitos individuais expressam a redução da morbimortalidade por doenças respiratórias e canceres. Alguns dos exemplos são a política antitabagismo e a retirada, até a eliminação, do chumbo na gasolina desde o final da década de 1980, do século passado.
Leia mais em: Agência Saúde
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