Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

domingo, 4 de março de 2018

Quanto o câncer custa à economia do Brasil?



A maior parte das perdas no Brasil ocorre por causa do câncer de pulmão.

O impacto humano do câncer é bem conhecido: são mais de 225 mil mortes no Brasil a cada ano. Mas agora, um estudo inédito também mediu as perdas que esse mal impõe à economia, levando em conta o recuo na produtividade causado pelos 87 mil óbitos registrados na população economicamente ativa - ou seja, pessoas com idade entre 15 a 65 anos.

A estimativa é de que o país sofra um prejuízo de US$ 4,6 bilhões anuais, o equivalente a R$ 15 bilhões e a 0,21% de toda a riqueza gerada.

O cálculo considera a renda média dos profissionais, quantos anos deixaram de ser trabalhados e com quanto eles poderiam ter contribuído economicamente por meio de salário e emprego até o final da carreira. Não foram incluídas crianças, pessoas que estavam em idade de aposentadoria e os gastos de saúde com os doentes.

O estudo analisa as perdas causadas pelo câncer à economia dos Brics (grupo de emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e foi divulgado em fevereiro de 2018 pela publicação científica Cancer Research Epidemiology. Foram usados dados equalizados de 2012, que permitiram analisar o impacto econômico da doença para além dos indicadores triviais de incidência, mortalidade e sobrevivência.

"Se fossemos abraçar tudo (prejuízo econômico mais gastos com internação e medicamentos), estimo que as perdas totais seriam pelo menos o dobro do que avaliamos", afirma Isabelle Soerjomataram, coautora da pesquisa e membro da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC, na sigla em inglês), órgão ligado às Nações Unidas.

A maior parte das perdas no Brasil ocorre por causa do câncer de pulmão, que tem o cigarro entre as principais causas. Só o custo das mortes por tabagismo foi estimado em US$ 402 milhões (R$ 1,3 bilhão) ao ano.

A obesidade também eleva o número de casos. "Taxas de obesidade que crescem rapidamente correspondem no Brasil a 2% dos casos de câncer em homens e quase 4% em mulheres. Isso aplicado aos resultados indica até US$ 126 milhões (mais de R$ 400 milhões) em perdas de produtividade por ano", diz o estudo.
Outra característica brasileira é o alto número de casos de origem infecciosa. "Em comparação com países desenvolvidos, temos uma alta incidência de tumores de origem infecciosa. É o caso do câncer de colo de útero por HPV, por exemplo,", afirma a Marianna de Camargo Cancela, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que também participou do estudo.

"Também temos incidência de cânceres típicos de países desenvolvidos. Essa transição é puxada pelo enriquecimento e envelhecimento da população", explica a pesquisadora. Com isso, no Brasil há "a coexistência de doenças típicas de países em desenvolvimento e de países desenvolvidos."

Leia Mais: http://www.bbc.com/portuguese/geral-43047430 publicado em 14 de fevereiro de 2018.

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