Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

TUBERCULOSE e o Brasil na liderança global de combate à doença


A tuberculose é umas das principais causas de morte em todo o mundo. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, foram 4,5 mil mortes em 2017 – no mundo foram 1,3 milhão. Chama a atenção o crescimento do número de casos de crianças que passou para 7,2 casos para cada 100 mil crianças (menores de quatro anos) em 2018, contra 5,6/100 mil em 2015. O coeficiente de incidência mostra 36,6 casos para cada 100 mil habitantes em 2018. Embora tenha havido uma queda média anual entre 2009 e 2018, de cerca de 0,3%, os números ainda causam preocupação.

No entanto, o governo brasileiro comemora o fato de que o país atingiu as Metas dos objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM) que objetivava a redução das mortes pela doença em 50% em relação aos dados da década de 1990. Outro motivo de comemoração é o fato de que o atual ministro da saúde, Luiz Henrique Mandeta, assumiu a presidência do conselho da organização internacional de combate à tuberculose, a Stop TB Partnership que é vinculada ao Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS/ONU). A Stop TB tem reconhecimento internacional por sua capacidade unir forças de todo o mundo em um só propósito – há representantes em mais de 100 países, sendo governos, organizações internacionais, agências de pesquisa e financiamento, além de ONGs e outros organismos da sociedade civil.

Além disso, o Brasil também assumiu a presidência da Rede de Pesquisa em Tuberculose, no âmbito do BRICS (organização que alia cinco países emergentes, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que concentram cerca de 40% dos óbitos por tuberculose), consequência do mandato pro tempore do próprio BRICS. Trata-se de uma conjunção de fatores que colocam o Brasil em uma condição privilegiada e na liderança da luta global contra a tuberculose e pela sua erradicação. Mas quais as consequências ou iniciativas a partir de tudo isso? Podemos citar duas principais:

1) Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem buscado estimular iniciativas inovadoras através dos demais países e do fortalecimento de seus pesquisadores. A promessa é de um investimento de R$ 16 milhões para desenvolvimento de novas intervenções, esquemas terapêuticos e medicamentos, além de novos métodos de diagnóstico e ampliação do acesso aos tratamentos.

2) Outra iniciativa é a de simplificação do tratamento. Os três medicamentos do tratamento básico (rifampicina 75 mg + isoniazida 50 mg + pirazinamida 150 mg) serão ofertados combinados em uma dose única (em um único comprimido solúvel em água), facilitando a aceitação, principalmente por crianças. O mesmo procedimento está previsto para os dois medicamentos da etapa de manutenção do tratamento. A mudança foi aprovada pela CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS), no ano passado.

A tuberculose ainda é um grande desafio para o Brasil e o mundo. Iniciativas para redução da incidência da doença, do percentual de óbitos e para melhora da adesão ao tratamento, são de grande valia.

Leia mais em: Ministério da Saúde

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