Pulmão
sexta-feira, 15 de junho de 2018
Poluição do ar não é exclusividade de alguns países
AUTORAS: Caroline Baía¹ e Natália Lisbôa² (alunas do 8º período do curso de medicina /UFRJ).
SUPERVISÃO E EDIÇÃO: Profª Sonia Catarina de Abreu Figueiredo³
No dia 02 de maio de 2018 foi publicada a matéria: “Nove em cada 10 pessoas no mundo respiram ar contaminado, alerta OMS” pelo jornal O Globo (https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/nove-em-cada-10-pessoas-no-mundo-respiram-ar-contaminado-alerta-oms-22644748).
A reportagem nos leva a constatar que a poluição atmosférica não é uma condição restrita a países pobres ou emergentes, como a China, mas sim um problema mundial.
Até mesmo o Brasil, um país que abriga em seu território a maior floresta tropical do mundo, apresenta altos índices de poluição do ar atribuídos a queimadas no campo, às emissões de veículos nas áreas urbanas e às indústrias.
Agravos à saúde relacionados com a poluição do ar
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nove em cada dez pessoas vivem em lugares onde respiram poluentes, em especial o chamado material particulado (MP), em concentrações acima das recomendadas pela própria organização. Estas partículas, principalmente as menores, vão parar nos pulmões, com as mais “finas” chegando a entrar na corrente sanguínea, o que leva à ocorrência de doenças respiratórias e cardiovasculares.
A cada ano, cerca de três milhões de pessoas morrem por doenças associadas à poluição do ar em espaços abertos. A grande maioria desses óbitos ocorre em países pobres ou em desenvolvimento com políticas públicas que não priorizam o acesso a tecnologias limpas e onde a industrialização ocorre de maneira desregulada.
Diversas doenças estão associadas de maneira inequívoca à poluição. Dentre os danos à saúde, destacam-se aqueles produzidos no sistema respiratório, como infecções agudas do sistema respiratório inferior (pneumonia) e exacerbação de doenças como asma, bronquite e câncer de pulmão, principalmente nos meses mais frios no Brasil, já que ocorre mais comumente a inversão térmica e o fenômeno conhecido por smog (origem inglesa (smoke = fumaça + fog = neblina; neblina densa de fumaça).
“Em todas as cidades brasileiras onde há monitoramento da qualidade do ar os níveis de poluentes estão acima dos recomendados pelo OMS – resume Evangelina Vormitagg, médica patologista clínica que também é diretora-presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade, dedicado ao estudo e comunicação da relação entre poluição e saúde humana.”
A saúde da população está intimamente atrelada ao meio ambiente. Pesquisas diversas têm alertado sobre os riscos da poluição ambiental, em especial do ar, aos diversos sistemas do corpo humano. Com isso, mostra-se cada vez mais necessário o acesso das pessoas a esses dados para que mecanismos mais eficazes sejam pensados e realizados para evitar tantos danos, principalmente, nos portadores de doenças respiratórias ou na população mais vulnerável, como crianças e idosos.
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³ É professora do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1995. Coordenadora de Telemedicina do Instituto de Doenças do Tórax desde 2008.
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