Pulmão
sexta-feira, 8 de junho de 2018
Apenas 9% dos asmáticos estão com a doença controlada no Brasil
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que afeta aproximadamente 235 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, estimativas do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) apontam para uma prevalência de cerca de 20 milhões de pessoas, ou aproximadamente 13% da população, incluindo adultos e crianças.
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) alerta que cerca de 32% dos asmáticos não fazem o tratamento correto no Brasil, o que leva a um descontrole da doença, conforme constatou a pesquisa Respira project: Humanistic and economic burden of asthma in Brazil.
O estudo, publicado este ano no Journal of Asthma, correlacionou o baixo nível de controle da asma com a qualidade de vida e a produtividade dos brasileiros, além dos gastos com saúde no país.
O artigo traz dados alarmantes: apenas 32% dos asmáticos aderem ao tratamento, 38,5% usam broncodilator – o que não trata a doença e está associado ao aumento da mortalidade na asma –, somente 12% utilizam um anti-inflamatório (corticoide) e 17% aplicam anti-inflamatório associado a broncodilatador.
“A asma é uma inflamação crônica nas vias aéreas e o fundamento da terapia para controle da asma é o uso de anti-inflamatório à base de corticoide, por isso, esse tipo de medicação deveria ser bem maior entre os asmáticos, e não apenas de 12%”, constata o pneumologista Dr. José Eduardo Cançado, primeiro autor do estudo e membro da Comissão Científica de Asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Para chegar ao resultado, os autores analisaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2015, incluindo 12 mil brasileiros com mais de 18 anos de idade, dos quais 494 eram portadores de asma.
A pesquisa também apontou que 43% das mulheres e 30% dos homens com diagnóstico de asma tiveram ao menos uma crise, e 80% deles usaram alguma medicação específica nos últimos 12 meses. Como resultado, os asmáticos utilizam duas vezes mais os serviços de saúde no Brasil, gerando gastos de quase R$ 50 milhões por ano com hospitalizações (DATASUS).
Leia mais em http://pneumoblog.org.br/?p=4106
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