Fonte da imagem: Extra Classe
Você já ouviu falar que o consumo de álcool e tabaco, drogas lícitas, é maior que o consumo de drogas ilícitas, como maconha, crack e cocaína? É maior e mais danoso, uma vez que o álcool mata mais que a AIDS e a tuberculose, e o tabaco mata cerca de 6 milhões de pessoas por ano.
Recentemente a Fiocruz divulgou resultados do 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira (a maior pesquisa já realizada sobre o assunto em todo o território nacional) e os dados são alarmantes. A pesquisa foi realizada entre maio e outubro de 2015, quando cerca de 17 mil pessoas com idades entre 12 e 65 anos foram entrevistadas no país. Os resultados revelam que cerca de 26,4 milhões de pessoas consumiram algum derivado do tabaco e mais da metade afirmou ter consumido bebida alcóolica alguma vez na vida. Salta aos olhos não apenas a proporção de usuários de álcool, mas saber que o brasileiro não percebe de forma clara os riscos do seu consumo. Na verdade, os entrevistados disseram acreditar que consumir crack (44,5%) traria mais riscos que consumir álcool (26%). E essa percepção equivocada parece fomentar o uso abusivo que cresceu cerca de 14,7%. *Você pode saber mais sobre os resultados da pesquisa na página da Fiocruz.
Os riscos não são apenas para os atuais consumidores de drogas lícitas, mas também para crianças e adolescentes que sofrem os danos do convívio em ambientes com tabagistas (experienciando o tabagismo de segunda e terceira mão) e/ou sofrem as consequências do consumo abusivo de álcool por familiares. Nessa perspectiva, um outro estudo (realizado no Reino Unido) aponta como o convívio com pais usuários da combinação de álcool, tabaco e outras drogas impacta todas as áreas do bem-estar na infância. O percentual de menores de 18 anos que convivem com familiares que usam drogas é significativo e o impacto se dá em diversos níveis:
1) bem-estar físico,
2) psicológico (saúde mental),
3) cognitivo (medido através de coisas como desempenho escolar),
4) social (incluindo se eles tinham relacionamentos positivos ou comportamento antissocial)
5) e econômico (por exemplo, se a família requer apoio financeiro).
Mesmo quando os pais fazem o uso recreativo, ou seja, quando não são clinicamente dependentes das substâncias, o bem-estar dos filhos é afetado e pode comprometer a vida adulta.
Além de tudo isso, crianças e adolescentes crescem com a falsa ideia de que esta é uma realidade normal. Com uma visão deturpada, tornam-se presas fáceis para as indústrias que investem pesado em desenvolvimento de produtos, propaganda e marketing. E não é por acaso que mais de 24 milhões de jovens (de 13 a 15 anos) são fumantes, e o álcool é a principal causa de morte, entre os de 15 e 24 anos, no mundo, segundo a OMS.
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