Pulmão

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"Uma resenha sobre saúde e doença respiratória para divulgar os principais temas da pneumologia ao público em geral."

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Radiografia: perguntas e respostas

Fonte da imagem: Axis Imaging News

A radiografia, ou raio-x, é um dos exames mais usados para diagnóstico em nosso país. Trata-se de um método não invasivo, com resultado rápido e que tem baixo custo, sendo bastante útil, principalmente em emergências e unidades básicas de saúde e, mesmo, em UTI’s - visto que há versões portáteis do aparelho que realiza o exame. Grande parte da população já foi submetida a radiografia, em algum momento da vida, e deve se recordar das chamadas chapas. Atualmente, há versões digitais do exame (como o que é visto na imagem acima) e que, por isso, descartam as velhas chapas de acetato. Mas então, vamos entender um pouco melhor sobre o exame?

Obs.: Usa-se raio-x com hífen para fazer referência à radiografia - o exame propriamente dito. Já o termo raios X, se refere a radiação ionizante necessária na realização do exame.

Como funciona?
Um gerador emite um feixe de raios X direcionado a parte do corpo a ser examinada. O raio atravessa o corpo e projeta a imagem em um filme fotográfico ou um equipamento digital, localizados no detector. O resultado é uma espécie de fotografia em preto e branco. As partes do corpo que são mais densas absorvem mais radiação e projetam imagens mais claras. Por esse motivo, os ossos aparecem mais brancos e outras partes do corpo aparecem mais escuras. Desse modo, a intensidade dos raios e o tempo de exposição são regulados de acordo com a parte do corpo a ser examinada – algum erro nesta parte do exame, pode acarretar radiografias muito brancas ou muito opacas, o que dificulta a sua interpretação.

A origem
O raio-x, foi o primeiro exame de imagem desenvolvido. Seu mecanismo foi descoberto por acaso em um laboratório, na Alemanha em 1895, pelo físico Wilhelm Conrad Roentgen. O nome, raio X, foi dado em virtude de Roentgen considerá-lo ainda um enigma. A primeira radiografia, segundo estudiosos, foi realizada em 22 de dezembro de 1985 – Roentgen radiografou a mão de sua esposa Anna Bertha. Já no Brasil, há uma indefinição sobre quem realizou e em que data. Três pesquisadores disputam o feito, Silva Ramos em São Paulo, Francisco Pereira Neves no Rio de Janeiro, Alfredo Brito na Bahia e outros físicos no Pará. Sabe-se, no entanto, que ocorreu em 1896.

Usos médicos
Na radiografia podem ser vistas imagens da estrutura interna do organismo (ossos, órgãos, músculos, entre outros). Nesse sentido, o exame permite a identificação de anormalidades e permite a indicação de um tratamento mais adequado a cada caso. Outro uso bastante importante do raio X está na radioterapia. Este é um tratamento que se concentra na utilização de radiações ionizantes com foco no combate a células de um tumor.

Radiografia do Tórax
Quando um paciente apresenta tosse, dificuldade para respirar e ou dor no peito, após avaliação geral da história dos sintomas e exame físico, o médico pode solicitar a realização deste exame. Mas também pode ser solicitado em casos que envolva um trauma e para realização de avaliação pré-operatória. Assim, havendo suspeita de doença cardíaca, doença pulmonar, como pneumonia, tuberculose, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fratura na região, entre outras, o médico pode solicitar a radiografia de tórax.
Abreugrafia – Em 1936, o médico brasileiro Manuel Dias de Abreu desenvolveu um método ainda mais simples, eficiente e econômico de aplicar o raio X. O método permitia tirar pequenas chapas radiológicas para avaliar os pulmões e permitir o diagnóstico da tuberculose. O exame passou a ser usado no mundo todo e, por esse feito, Abreu foi indicado ao prêmio Nobel em 1950. No Brasil, no dia 04 de janeiro se comemora o “Dia Nacional da Abreugrafia”.

Usos não médicos do raio X
O raio X tem múltiplos usos e, dentre os mais comuns, podemos destacar o uso em aeroportos para identificar transporte ilegal de drogas, contrabando etc. e monitoração ambiental. Dentre os menos comuns ou mais recentes, temos o uso em alimentos para prolongar a validade, para análise de estruturas de engenharia, no desenvolvimento de produtos eletrônicos.

A radiação
O raio X se constitui em um feixe de radiação ionizante de alta energia, com capacidade de penetrar objetos, organismos vivos e atravessar tecidos. A radiação é absorvida em maior ou menor grau, dependendo da densidade do alvo. A absorção prolongada pode trazer riscos à saúde, por isso a exposição de pacientes precisa ser controlada e os profissionais que atuam diretamente na realização do exame, possuem uma regulamentação própria da atividade, tendo que usar equipamentos de proteção, como aventais de chumbo. Cabe ressaltar que a modernização dos equipamentos tem garantido maior eficiência e segurança. Além disso, um exame de raio X convencional expõe o paciente a uma radiação até 2,5 vezes menor do que uma tomografia, por exemplo.

Contraindicações do raio-x
A principal contraindicação para a realização de raio-x é a gravidez - mulheres grávidas não devem ser submetidas ao exame, principalmente nos três primeiros meses da gestação. No caso da realização do exame com uso de contraste, principalmente quando se trata de radiografia de abdômen, há contraindicações para portadores de doença renal e doença da tireoide.

Saiba mais lendo o artigo: Raios-x: fascinação, medo e ciência

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